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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Resenha DVD: Depois da Terra


Ah, Hollywood... Essa terra de leite e mel, de astros e estrelas, de egos inflados e seitas alucinadas... Só mesmo Hollywood e esses elementos pra cometerem algo como Depois da Terra.
Co-escrito e dirigido por M. Night Shyamalan e estrelado por Will e Jaden Smith, Depois da Terra conta a história de Kitai Raige (Smith filho), um moleque de treze anos que sonha em seguir os passos do pai, Cypher (Smith pai), e se tornar um soldado.
Kitai e Cypher vivem em uma colônia de naves estelares chamada Nova Prime, onde os seres humanos vivem mil anos após o cataclismo que ocorreu na Terra após a humanidade ter esgotado os recursos naturais do planeta.
A vida em Nova Prime não é ruim, mas também não é nenhuma maravilha. Alienígenas chamados de Ursa constantemente atacam os terráqueos, e o fazem ao sentir o cheiro do medo de suas vítimas.
É nesse cenário que, após uma longa missão, o general Raige retorna à Nova Prime para passar algum tempo com sua família e ser um pai para seu filho com quem tem uma relação conflituosa por conta da distância e do autoritarismo do militar.
Por iniciativa de sua esposa, Faia (Sophie Okonedo), Cypher e Kitai acabam juntos em uma missão para passarem algum tempo juntos, mas uma chuva de meteoros derruba sua nave no lugar mais perigoso do universo:
A Terra.
Com Cypher ferido e incapaz de se mover na nave, cabe a Kitai embarcar em uma perigosa jornada por um ambiente totalmente hostil e enviar o sinal de socorro, para tanto, ele contará apenas com a própria astúcia, e os ensinamentos de seu pai, um mestre na técnica Fantasma de ocultar o medo para equilibrar a luta com os Ursa.
Que grande bosta...
Pelos envolvidos fica até difícil justificar a bomba de proporções cataclísmicas que o filme se tornou, sério.
Eu sou um fã de Shyamalan, mas francamente não me arrependo de não ter visto esse filme no cinema.
Nada funciona em Depois da Terra. A trama ameaça engendrar por uma mensagem de preservação ambiental, flerta com o drama familiar, promete suspense, aventura e ação, mas falha miseravelmente em cumprir qualquer uma das promessas. Shyamalan nem sequer consegue estabelecer um clima de tensão nas sequências que pedem tal artifício, e isso que tensão sempre foi meio que a especialidade do indiano.
No meio disso temos um Jaden Smith que simplesmente não tem cancha pra segurar um filme nas costas e na outra ponta um Will Smith completamente inexpressivo no que talvez seja o pior trabalho de sua carreira, talvez seja até o momento de o ator repensar seu método na hora de escolher seus trabalhos. É difícil acreditar que ele recusou o papel título em Django Livre e aceitou fazer essa bobagem que não é nada exceto um manifesto pró-cientologia (aliás, será que Smith e Tom Cruise, que estrelou o meia-boca Oblivion, também esse ano, não aprenderam com John Travolta e A Reconquista?) e, segundo o ator, uma forma de ensinar Jaden sobre como sobreviver em Hollywood...
Sério.
Ele escreveu e produziu um filme pra ensinar seu filho sobre superar às armadilhas da fama.
Enfim, esse não chega a ser o fator primordial pra porcaria que é Depois da Terra, a falta de um roteiro capaz de se sustentar em si próprio, de atuações que convençam, ou mesmo de uma atmosfera imersiva é que fazem o serviço. O egocentrismo de Smith só faz a gente ficar mais antipático ao longa, mas nesse caso, nem chega a ser injustiça.
Assista quando passar na TV.

"Cada decisão que você tomar será vida ou morte. Este é um planeta em quarentena classe 1. Tudo nesse planeta evoluiu para matar humanos."

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