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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Resenha Cinema: Thor - O Mundo Sombrio


Thor, de 2011, era um filme de origem bastante satisfatório.
O longa dirigido por Kenneth Branagh e estrelado por Chris Hemsworth, Natalie Portman, Anthony Hopkins e Tom Hiddleston era divertido, bem-intencionado e honesto, e embora sofresse de um problema recorrente aos filmes da Marvel, a pressa em fazer a história caber em duas horas de projeção, ou menos, funcionava a contento. Era, afinal, a fase um do Universo Marvel Cinemático, e parecia que, depois de Homem de Ferro, o importante era apresentar os personagens e preparar o terreno para Os Vingadores.
Ainda assim, Thor, que custou 150 milhões de dólares, faturou quase 450 milhões, e depois do estrondoso sucesso de Os Vingadores, era óbvio que o Deus do Trovão retornaria.
Quando as notícias sobre Thor 2 começaram a surgir, a melhor de todas era o nome do diretor, Alan Taylor.
O cineasta, cheio de trabalhos para a TV no currículo, tinha um trunfo de abrir sorriso de fanboy:
Era um dos diretores de Game of Thrones, da HBO.
Se Kenneth Branagh prometia por conta da formação Shakespeariana, todo mundo ficava meio assim de ver o britânico no comando de uma adaptação de gibi, com Taylor, porém, a promessa era um realizador acostumado a adaptações regadas a sangue, ação e drama. Ele podia ser o sujeito que deixaria Thor menos dourado e lustroso do que fora o primeiro filme.
O elenco principal do primeiro longa voltou, inteiro. Inclusive com a gatinha Kat Dennings como a enjoadinha Darcy Lewis, e Stellan Skarsgaard como o doutor Eric Selvig, o núcleo asgardiano, também. Rene Russo como Frigga, Idris Elba como Heimdall, Ray Stevenson como Volstagg, Tadanobu Asano no papel de Hogun, e Zachary Levy substituindo Josh Dallas como Fandral, além da gatíssima Jamie Alexander como Sif.
A eles juntaram-se Christopher Eccleston, de Cova Rasa, que seria o senhor dos elfos negros, Malekith, o maldito, e Adewale Akinnuoye-Agbaje, o ator de nome impronunciável de Lost viveria Algrim, o maior guerreiro do povo de Svartalfheim.
O lance, então, era esperar o lançamento do longa, que, como de praxe pros estúdios Marvel, estrearia no Brasil antes dos EUA.
Sexta conferi o longa, e posso dizer, sem medo de errar, que Thor - O Mundo Sombrio é divertidíssimo.
No longa, após os eventos de Os Vingadores, Loki é aprisionado por Odin em uma masmorra onde deverá permanecer pelo resto da eternidade como punição por seus crimes em Thor e Os Vingadores.
Enquanto isso, Thor viaja pelos nove reinos consertando a bagunça que a destruição da Bifrost causou e devolvendo a ordem de Asgard aos mundos da Yggdrasil entre uma batalha e outra.
Ao mesmo tempo, na Terra, Jane Foster e Darcy Lewis, dando sequência a seu trabalho em Londres, encontram anomalias dimensionais relacionadas às pontes Einstein-Rose que elas vinham estudando. Tragada por uma dessas anomalias, Jane inadvertidamente penetra em um cofre secreto asgardiano em uma dimensão paralela, onde é exposta ao Éter, a arma primordial dos elfos negros.
O contato de Jane com a substância desperta os remanescentes do povo de Svartalfheim, hibernando a milênios após sua última derrota nas mãos de Bor, pai de Odin.
Liderados por Malekith, o maldito, e por Algrim, seu braço direito, os Elfos Negros viajam pelo espaço procurando por Jane, que acometida pela influência do Éter é levada a Asgard por Thor, e a presença da jovem atrai Malekith e seu séquito ao Reino Eterno, onde mesmo o poder dos deuses nórdicos pode ser insuficiente para deter os elfos negros e impedi-los de devolver o universo às trevas, o que leva Thor a firmar uma frágil aliança com seu meio-irmão Loki, e tentar levar a guerra ao reino dos elfos negros e derrotá-los lá, em uma aposta arriscada que pode custar todo o universo.
Divertidíssimo é pouco para definir Thor - O Mundo Sombrio.
O longa se encontra em termos de tom e ritmo, há drama, ação e humor, e nada se sobrepõe. As piadas são engraçadas, mas não cortam o clima do drama, que é tocante, e que não se sobrepõe à ação, que empolga.
A espantosa e colorida mistura de referências e estilos do filme, com elfos negros que viajam pelo espaço em naves furtivas e disparam armas laser enfrentando deuses nórdicos com espadas e martelos mágicos que viajam por dimensões gélidas com monstros gigantes e vêm à Terra onde encontram cientistas e astrofísicos tentando explicar a tecnologia/magia dos nove reinos é de encher os olhos.
Alan Taylor e os roteiristas Christopher Yost, Christopher Markus, Stephen McFeely, Don Payne e Robert Rodat criam um universo surtado (no bom sentido) para Thor e os deuses nórdicos trafegarem sem contradizerem o universo estabelecido no restante do Universo Cinemático do Marvel Studios.
Pra melhorar, alia-se a essa ambientação monstruosa e à uma história que, mesmo com eventuais furos, é bem construída o bastante pra prender a audiência na cadeira, um elenco acima da média.
Chris Hemsworth melhorou com relação ao primeiro Thor, e com mais tempo em parece mais solto no papel de Thor, Natalie Portman mantém sua boa média, e Anthony Hopkins segue cheio de presença na pele de Odin. Malekith e Algrim não são exatamente papéis que tenham espaço para Eccleston e Agbaje mostrarem dotes artísticos, mas quem liga quando Tom Hiddleston está no filme?
O ator inglês rouba todas as suas cenas, tem as melhores frases de efeito, parece se divertir mais que todo mundo, e se não saísse de cena de vez em quando, não apareceria mais ninguém.
Corrigindo erros do primeiro longa e aumentando exponencialmente o escopo da ação, Thor - O Mundo Sombrio mostra que nem só de Homem de Ferro e Vingadores vivem os estúdios Marvel, e que a fase 2 da casa das ideias nas telonas tem cartuchos pra queimar que vão muito além de preparar o terreno para Os Vingadores 2.
Fique até o final dos créditos. Há duas cenas bônus, a primeira delas preparando o terreno para Guardiões da Galáxia.

"-Você deve estar muito desesperado para vir a mim em busca de ajuda.
-Saiba que se você me trair, eu o matarei.
-Quando começamos?"

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