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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Resenha Blu-Ray - Dose Dupla
Existem atores tão limitados em termos de talento dramático que é um milagre que consigam construir carreiras em Hollywood. Tome por exemplo Keanu Reeves e Mark Whalberg. Ambos são atores com uma única expressão facial (Reeves parece blasé e alheio o tempo todo, Whalberg está sempre confuso e irritado), mas que caem no gosto do grande público porque são sujeitos bonitos. A grande diferença entre Mark Whalberg e Keanu Reeves, é que Mark Whalberg é mais esperto na hora de escolher projetos e investir em produção, e Reeves é mais cool, fora isso, os dois são mestres na arte de não atuar.
Outro diferencial entre os dois, é que cada um encontrou um nicho em que se sentiu à vontade pra transitar, para Reeves foram os filmes de artes marciais, o ator estrelou a trilogia Matrix, dirigiu e estrelou O Homem de Tai-Chi, e está pra lançar 47 Ronin, todos filmes com temática oriental que envolvem pancadaria.
Enquanto Reeves virou lutador de kung-fu, Whalberg descobriu sua zona de conforto nos papéis cômicos.
Da ponta em Uma Noite Fora de Série a Ted, passando por Os Outros Caras e uma hilária esquete no SNL, Whalberg surpreendeu mostrando bom timming cômico e uma insuspeita habilidade de rir de si próprio, o que, por si só, já conta pontos em favor do astro. É justamente essa veia cômica que ajuda Whalberg a não sumir ao lado de Denzel Washington nesse Dose Dupla.
O filme do diretor islandês Baltasar Kormákur, um "buddy cop" oitentista perdido no século XXI é divertido, descomprometido, e descartável, e também seria um convite para Whalberg repetir o que acontecera a Ryan Reynolds em Protegendo o Inimigo e se transformar em capacho do talento e (principalmente) da presença de Washington, mas ao interpretar um tipo engraçado em face à estileira de Denzel, o ex-Marky Mark se salva, e consegue dividir a cena com o ator oscarizado sem traumas.
Na trama do filme, Washington é Bobby Trench, um agente do DEA infiltrado em um cartel de drogas na tentativa de prender o chefão do tráfico Papi Greco (Edward James Olmos), ele presta serviços a Greco junto com seu parceiro, Stig (Whalberg), para Bobby apenas um marginal de rua que se tornará dano colateral quando Greco cair.
A chance de derrubar o chefe do cartel surge quando Stig sugere a Bobby que eles roubem um pequeno banco numa cidadezinha do sul dos EUA, onde Greco deposita parte de seu dinheiro. Vendo no roubo uma chance de prender o traficante e Stig, Bobby topa, e avisa seu contato, a agente Deb (Paula Patton, lindona e aparecendo com pouco roupa) que executará o roubo.
Mas as coisas não saem conforme o planejado pelo policial, e, ao invés dos três milhões que eles imaginavam haver no cofre, há 43 milhões de dólares no banco. Além disso, Deb e os colegas de Bobby não aparecem como combinado para impedir a fuga, e, pra complicar ainda mais as coisas, ele descobre que Stig é, na verdade, um agente da Inteligência Naval dos EUA, que o baleia e foge com o dinheiro.
Como resultado do serviço, Trench e Stig se veem isolados de seus superiores em uma intrincada rede de corrupção que vai do cartel à CIA, e, sendo perseguidos por todos que querem colocar as mãos no dinheiro, os fugitivos não têm a quem recorrer, exceto um ao outro.
Vai dizer que o plot do filme não é totalmente oitentista?
Pois saiba que a execução é ainda mais.
Explosões, perseguições e tiroteios pra todo o lado, tudo isso entrecortado por participações de vilões que são completamente caricatos (James Marsden e Bill Paxton, canastras a morrer), discussões hilárias entre os mocinhos, e até peitinhos de fora (os belos peitos da Paula Patton).
O diretor Kormákur não tem lá grande mão pra ação, parece filmar as sequências mais agitadas com alguma vergonha e deixa tudo meio genérico, mas acerta a mão ao dar espaço pra Washington desfilar sua maneirice e pra Whalberg ser engraçado, assim Dose Dupla se salva de ser completamente medíocre, e se torna um programa bacana pra uma noite.
Assista sem compromisso e divirta-se.
"-O banco foi uma armação. Nós precisamos descobrir de quem era o dinheiro.
-Quê? Tipo, trabalhar juntos?
-Não, não é tipo trabalhar juntos.
-É!
-Não. Tipo, trabalhar na mesma redondeza.
-Juntos.
-No mesmo... Código de área.
-Juntos."
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