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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Resenha DVD -Truque de Mestre


Existe certa pretensão em Truque de Mestre que ficava bem óbvia desde os primeiros trailers do filme, que inundaram os cinemas às vésperas do lançamento efetivo do longa em meados de julho.
Mas a despeito dessa pretensão, o filme sobre quatro mágicos com habilidades distintas unidos sob a orientação silenciosa de um observador misterioso que começam uma onda de golpes e assaltos espetaculares disfarçados como números de mágica incrivelmente pirotécnicos que passam a ser perseguidos por um agente obstinado do FBI e uma agente novata da Interpol poderia, ao menos, ser divertido, afinal, era um projeto de Louis Leterrier, diretor dos divertidos Cão de Briga e O Incrível Hulk (Mas também da pirotécnica porcaria que foi o remake de Fúria de Titãs).
O elenco certamente estava longe de ser ruim.
No papel do agente do FBI Dylan Rhodes, o carismático Mark Ruffalo, Mélanie Laurent como a agente da Interpol Alma Dray, como os mágicos golpistas, Os Quatro Cavaleiros, os indicados ao Oscar Woody Harrelson e Jesse Eisenberg, como o mentalista Merrit McKinney e o ilusionista J. Daniel Atlas, mais os "emergentes" Dave Franco (o irmão sem-graça de James Franco) como o mágico de rua Jack Wilder e Isla Ficher como e artista da fuga Henley Reeves.
Além deles, ainda a dupla da trilogia do Cavaleiro das Trevas de Cristopher Nolan, Morgan Freeman, como o caçador de mágicos Thaddeus Bradley e Michael Caine como o milionário benfeitor financeiro do grupo, Arthur Tressler.
Vai dizer que não é um elencaço?
Se o filme fosse um "heist movie" minimamente movimentado e esperto o ingresso do cinema ou aluguel do DVD ou Blu-Ray estaria validado e seria zero a zero e bola ao centro.
Infelizmente, Truque de Mestre é só movimentado, mas chega a ser tacanho de tão óbvio e mal executado.
Os problemas começam pelos quatro personagens que deveriam ser os "protagonistas" do longa, no caso, os mágicos golpistas, que são acessórios óbvios que praticamente somem ao fim do primeiro ato do filme.
Estereótipos xaropes e desinteressantes, eles têm zero química (impressionante que só agora me dei conta de que Harrelson e Eisenberg haviam trabalhado juntos em Zumbilândia e dado show), zero carisma e zero background, e são eclipsados pela grandiloquência vazia de seus elaborados golpes e fugas espetaculosas.
Michael Caine ainda tem alguma dignidade como Arthur Tressler, mas pouco o que fazer em cena, e Morgan Freeman até arranca uns bons momentos de seu antipático personagem. Melhor sorte pra Ruffalo, competente a seu modo no papel de Rodhes e para Mélanie Laurent, que é uma graça.
Os dois até conseguem seus bons momentos, mas a verdade é que é impossível se salvar de um filme de golpe onde os protagonistas são insossos, os golpes não são tão interessantes, e as reviravoltas (incluindo aí a grande surpresa do fim do filme) são claras como água mineral Perrier já na metade do longa.
O exercício de pretensão iniciado com a arrogância de Jesse Eisenberg, Woody Harrelson e companhia no início do filme é ampliado com a execução pirotécnica dos golpes do quarteto ao longo da projeção, e encerrado com a grande revelação final, como quem diz "Veja, veja, nós somos as pessoas mais inteligentes da sala, rá, rá, rá!".
Mas não.
Pálido e sem graça se comparado a outros filmes de golpe como Onze Homens e Um Segredo, e de mágico, como O Grande Truque, e mesmo a O Ilusionista, Truque de Mestre parece um mágico iniciante, cumprindo agenda com truques de cartas, lenços e argolas enquanto está ansioso pra mostrar um gran finale que simplesmente não empolga porque era óbvio desde que subiu ao palco.
O pior de tudo?
Ali pela metade dos créditos há uma cena prometendo uma sequência.
Assista se estiver trancado em casa num domingo chuvoso. Ao menos é melhor que Faustão e Regina Casé.

"Quanto mais você olha, menos você vê."

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