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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Quadrinhos: Demolidor 3


Ah, o prazer de chegar na banca ou na livraria a cada três meses e se deparar com a edição robusta de Demolidor, escrito por Mark Waid... Oh, sim, arrancar o plástico e sentir o cheirinho de gibi novo das 148 páginas de aventuras do Homem sem Medo, provavelmente o melhor quadrinho em série publicado desde que Joss Whedon escreveu Surpreendentes X-Men para a Marvel.
A edição compila sete edições de Daredevil, as primeiras duas partes mostram Matt, ainda mantendo sua postura positiva da vida, e sua abordagem mais light dos problemas, contando com a ajuda dos Vingadores pra se livrar do Omegadrive. O pedaço de uniforme de TMI do Quarteto Fantástico convertido em banco de dados das maiores sociedades criminosas do mundo.
Na sequência, mais duas histórias onde o Omegadrive segue ferrando a vida do demo, o levando, muito a contragosto, à Latvéria, de onde ele pode não conseguir sair sem ajuda após os cientistas a serviço de Von Doom resolverem que seu sentido de radar é algo que deve ser estudado, e, se possível, replicado, não importa o preço do processo para o herói.
A quinta história mostra Os Vingadores ajudando o Demolidor a superar o envenenamento sofrido na Latvéria, e as consequências de uma sinistra descoberta feita por Foggy Nelson no escritório de Murdock enquanto ele estava fora.
Na sexta aventura, Matt relembra um antigo caso em que ele e Foggy assumiram a defesa de um cientista fazendo pesquisas para curar deficiências visuais, e acabaram se vendo na alça de mira do Metaloide.
E, na última história da edição, Nelson e Murdock tentam ajudar, cada um a seu modo, a vítima de uma conspiração mafiosa, enquanto, ao mesmo tempo, Murdock precisa descobrir o que sua ex-esposa, Milla, está fazendo em seu apartamento quando devia estar em uma instituição psiquiátrica.
Todas as histórias são ótimas. Os desenhos, a cargo de Chris Samnee, Khoi Pham e Mike Allred ficam entre bons e excelentes, quase todos funcionando em um estilo que é a cara do Demolidor, mas o grande barato, mesmo, são os roteiros de Waid.
A sua abordagem do personagem é excelente, e mesmo dando um tom mais leve às aventuras do diabo da guarda de Hell's Kitchen, ele não se furta de jogar toneladas de problemas em cima do herói, e mesmo acenar com a possibilidade de atirá-lo no tradicional turbilhão de insanidade que, em muitas sagas anteriores, foi usado descaradamente por dezenas de escritores, mas o faz sem tornar o Demo um deprimido, mantendo-o numa posição ao mesmo tempo frágil e proativa para encarar os problemas que se empilham à sua frente.
O tipo de série que a gente sempre quer ler mais (ótima sacada o lance das edições trimestrais. Deixam o leitor com gostinho de quero mais, mas quando chegam à banca a gente tem seis, sete boas histórias pra ler), Demolidor é facilmente o melhor quadrinho no mercado hoje, e merece ser lida.
Os R$18,90 do preço de capa, por um quadrinho de 148 páginas com capa cartão e papel WTC no miolo vale demais a pena.
Leia com um sorriso no rosto.

"Essa esquina é muito pareicda com a minha vida. Constantemente sendo reconstruída do zero porque está sempre sendo arrasada."

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