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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Resenha Blu-Ray: Rota de Fuga
Ah, os anos oitenta... Além dos mullets, dos saxofones, das ombreiras, e do boom do rock brasileiro, aqueles dez anos também nos legaram uma geração de atores com zero talento, zero expressão facial, que construíram carreiras inteiras sobre bordoadas, armas de grosso calibre e músculos besuntados de óleo...
Aqueles camaradas acabaram por desaparecer na primeira década do Século XXI... Poucas carreiras oitentistas sobreviveram durante a primeira década dos anos 2000. Mas vivemos em um mundo estranho, já diria Jakita Wagner, e nesse nosso mundo de crises criativas e fórmulas que se repetem indefinidamente (olha o RoboCop voltando na semana que vem...) era óbvio que as gloriosas carreiras dos fortões não permaneceria enterrada.
Stallone voltou em Rocky Balboa, Rambo IV, e Os Mercenários, e junto consigo trouxe uma horda de outros mestres da não-atuação e porradaria consigo, ávidos por holofotes como zumbis se erguendo dos túmulos ávidos por cérebros humanos.
No embalo de Sly, seu ex-rival na quebra de ossos e bilheterias, Arnold Schwarzenegger, também se reergueu. Pontas em dois Os Mercenários e nome no topo do pôster no bacana O Último Desafio, e não é que os dois velhotes resolvem firmar nova parceria nesse Rota de Fuga.
No filme conhecemos Ray Breslin (Stallone), ex-promotor que se tornou uma das maiores autoridades do mundo em termos de prisões de segurança máxima.
Sua técnica para avaliar a qualidade das instalações é, no mínimo, discutível. Ray entra nas prisões incógnito, como se fosse um prisioneiro qualquer, e fica o tempo que for necessário vendo o sol nascer quadrado até descobrir uma forma de escapulir do xilindró.
Após 14 fugas bem-sucedidas em anos de prática, publicando livros e garantindo que a bandidagem continue no xadrez, Ray é convidado para avaliar uma prisão muito especial. Uma detenção da CIA, construída para ser a prova de fugas.
Meio a contragosto, Ray acaba convencido por seu sócio, Clark (Vincent D'Onofrio), a aceitar o trabalho que lhe renderá uma grana violenta. Ignorando seus instintos e os apelos de sua secretária/namorada Abigail (Amy Ryan) e de seu pupilo Hush (Curtis 50 Cent Jackson), Ray parte para avaliar a tal prisão à prova de fugas, mas, ao chegar lá, nada é o que parece.
Do diretor da instituição, Hobbes (O Jesus Cristo Jim Caviezel), ao brutal chefe da guarda Drake (o brucutu britânico Vinnie Jones), Breslin se vê face a face com surpresas desagradáveis umas sobre as outras resultando em uma prisão que segue à risca todas as suas ideias de encarceramento anti-fugas.
Pra piorar, ele descobre que sua estada lá, pode não ser tão curta quanto esperava.
Preso de fato em um ambiente hostil de onde é impossível escapar sozinho, ele descobre no prisioneiro Rottmayer (Um distinto e grisalho Schwarza) um aliado para tentar a fuga impossível.
É muito ruim.
Nossa, que filme ruim. O roteiro de Rota de Fuga é vergonhoso de tão simplório, com diálogos de deixar o espectador com vergonha alheia pelos atores que os estão lendo. Claro, ninguém espera uma obra-prima grandiosa de um filme estrelado por Schwarza e Sly, mas há que se ter um mínimo de dignidade, infelizmente não é o caso do texto de Milles Chapman e Jason Keller.
A despeito do mau texto, o filme podia ao menos se segurar na pancadaria, especialidade dos atros da terceira-idade. Não é o caso, porém.
As cenas de ação são meia-boca e só, e as reviravoltas da trama são de bocejar.
O elenco (que ainda conta com Sam Neill, de Jurassic Park, e Faran Tahir, de Homem de Ferro) opera no piloto automático sob a batuta de Mikael Hafström, que se já mostrara em 1408 e O Ritual que consegue segurar um terror, deixou claro em Rota de Fuga que não leva jeito pra ação.
"Você bate como um vegetariano."
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