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sábado, 18 de novembro de 2017
Resenha Série: O Justiceiro, Temporada 1, Episódio 2: Two Dead Men
O primeiro episódio da série solo do Justiceiro fora uma boa largada, em grande parte, graças ao protagonista. Jon Bernthal já deixara bem claro que é um ator com capacidade dramática para viver um personagem atormentado como Frank Castle indo bem além do trivial. O único senão de 3 AM eram os coadjuvantes. A agente especial Madani, seu parceiro Sam Stein e o chefe de ambos, Wolf (C. Thomas Howell) não tinham bala na agulha pra aparecer na tela sem que a audiência tivesse a impressão de que poderia estar vendo mais de Bernthal.
O segundo episódio teve mais apresentações, e um ou dois reencontros.
Conhecemos Billy Russo (Ben Barnes), ex-colega de Frank Castle nos fuzileiros que retornou do Afeganistão para iniciar sua própria firma de segurança privada em Nova York se torna alvo das investigações de Madani, que continua tentando encontrar uma forma de burlar as ordens de seu chefe e continuar investigando a morte de seu antigo parceiro em Kandahar. Ligar Madani a alguém do passado de Frank, e tornar sua trajetória mais próxima do protagonista é uma boa jogada. Deixa o arco da personagem mais conectado ao do Justiceiro, mantendo a coesão da série. Parte das razões para Madani e Stein não terem sido particularmente memoráveis no primeiro capítulo era a falta de ligação daquele núcleo com o personagem central.
Outra apresentação desse episódio foi a do Micro David Lieberman (Ebon Moss-Bachrach), personagem cuja existência fora acenada no final de Demolidor, e que surge em Two Dead Men como um hacker tentando manipular Castle. Ele está em completo controle da situação, jogando com o Justiceiro para obrigar o vigilante a entrar em uma aliança desigual.
Estar encurralado não é algo pelo que Frank nutra grande apreço, e isso o força a procurar ajuda para tentar equilibrar a equação. Isso leva a um reencontro entre o anti-herói e Karen Page (Deborah Ann Woll).
Seus contatos como repórter no New York Bulletin podem ser a chance de Frank para tentar descobrir algo sobre Micro que lhe dê alguma vantagem.
Por mais que se possa caracterizar a presença de Karen no episódio como mero fan-service, eu gostei de revê-la.
Primeiro porque Ann Woll é linda e boa atriz, e segundo porque ela oferece a Frank momentos de mais humanidade, e sempre que a dicotomia entre o homem alquebrado e a máquina de matar ganha espaço na série, ela se eleva graças à atuação de Bernthal, que leva seu trabalho extremamente a sério, e cria um retrato dolorosamente vivo de seu personagem.
Falando em máquina de matar, temos uma nova cena de luta nesse episódio, onde o Justiceiro e Wolf saem na porrada.
Novamente é uma grande coreografia de luta, crua e brutal, parecendo muito mais com os bons momentos de Demolidor do que com a pancadaria fajuta de Jessica Jones e Luke Cage ou o balé de Punho de Ferro. Aliás, palmas para C. Thomas Howell. O ator veterano cai na bordoada sem ficar devendo nada para Bernthal.
De qualquer forma, a trama anda para mostrar o Justiceiro contando com a ajuda de Karen e Curt para virar o jogo pra cima de Micro, e a sequência onde ele o faz é muito boa. A expressão facial de Moss-Bachrach conforme ele vê seu joguete cuidadosamente arquitetado ruir como um castelo de cartas é impagável, e seu primeiro encontro com o Justiceiro certamente não termina do jeito que ele esperaria.
Ainda é cedo pra saber se O Justiceiro será Demolidor ou Punho de Ferro no tocante à qualidade, mas se a série conseguir manter o nível apresentado nesses dois primeiros episódios ao longo de toda a temporada, contando com o acertado retrato e desenvolvimento de Frank Castle e de seus coadjuvantes, podemos estar diante da melhor série da Marvel/Netflix desde a segunda temporada de Demolidor.
"-Você é Frank Castle, não é? O cara morto...
-Agora nós somos dois."
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