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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Resenha Série: O Justiceiro, Temporada 1, Episódio 5: Gunner


Após inadvertidamente deixar a agente Madani ciente de sua sobrevivência após salvá-la dos destroços de seu carro em Resupply, Frank e David precisam planejar seu próximo passo para expôr a conspiração que custou as famílias de ambos.
Devidamente armados e equipados, o Justiceiro e Micro vão atrás da fonte da gravação que colocou os dois na alça de mira do Agente Laranja (Paul Schulze), o especialista Gunner Henderson (Jeb Kraeger), companheiro de Frank durante a malfadada missão Cérberus, uma viagem que pode ter consequências potencialmente trágicas para todos os envolvidos.
Enquanto Frank faz preparativos para a viagem ajudando Sarah na residência Lieberman, a agente Madani, ainda se recuperando do capotamento nas docas começa a tentar rastrear sua melhor pista para o assassinato de Ahmad, o próprio Justiceiro. Para isso, ela sai no encalço de pessoas relacionadas ao vigilante, começando com Karen Page.
É interessante perceber como algumas coisas seguem funcionando após cinco episódios e outras continuam sem funcionar.
Todo o núcleo de Madani, com sua mãe, Stein e o superintendente Hernandez (Tony Plana) é terrivelmente chato e continua apartado da história principal. Nem mesmo a presença de Karen fazendo o meio-campo entre Frank e a agente especial funcionou, na verdade, pareceu uma tentativa desesperada de mostrar a conexão entre todas as séries, e por mais que O Justiceiro siga operando em uma nota completamente distinta das demais séries do universo televisivo, muito mais urgente, dramático e pesado, nós sabemos que Castle deu as caras pela primeira vez em Demolidor, tem um uniforme com uma caveira branca no peito e tudo mais, então, soou desnecessário.
Mais justificada foi a interação entre Karen e Frank. Há até algum potencial para envolvimento romântico ali, já que a química entre os personagens e intérpretes é flagrante. De qualquer forma, com Frank, Karen parece estar mais confortável para ser ela mesma, algo que nem sempre parece verdadeiro quando ela interage com Foggy Nelson e Matt Murdock em Demolidor, onde ela parece estar sempre se esforçando para esconder alguma coisa.
Falando entre personagens e intérpretes com química, Jon Bernthal e Ebon Moss-Bachrach estão muito perto de superar a química entre Charlie Cox e Elden Henson como o melhor bromance da Marvel/Netflix (O melhor bromance da TV em geral ainda é o de Steve e Dustin em Stranger Things). A dinâmica de Estranho Casal dos dois é muito engraçada, e se equilibra com perfeição entre o drama e a comédia.
Da forma como Micro usa Frank para interagir indiretamente com sua família enquanto Frank tem, nesses momentos, a oportunidade de voltar a agir como uma pessoa normal num tipo de terapia, ao modo como, ao ver David comendo um apetitoso sanduíche enquanto ele precisa se virar com ração empacotada, Frank pergunta se Micro fez um pra ele, a relação dos dois caminha a passos largos para se tornar um dos pontos altos de uma série repleta de boas sacadas, atuações e personagens.
Um personagem que apenas agora deu as caras foi a diretora da CIA Marion James de Mary Elizabeth Mastrantonio (que foi a Lady Marion de Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões com Kevin Coster), uma jogadora misteriosa e aparentemente capacitada nesse tabuleiro mortal.
Pra fechar a conta, a chegada de Frank e David ao Kentucky para tentar conversar com Gunnar não acaba nada bem para o Justiceiro, quando ele e seu ex-companheiro são emboscados por soldados a mando do Agente Laranja William Rawlins, liberando o inferno nas florestas isoladas onde o ex-combatente foi viver.
Uma das melhores sequências de ação da série, a luta da dupla contra os homens de Rawlins pode não ser tão bem coreografada como as belas sequências de pancadaria de Demolidor, mas, caraca, é urgente, tensa e sangrenta, carregada com um vasto cardápio de flechadas, tiros, murros e facadas, e o preço a pagar por esse confronto é alto.
O Justiceiro vai se aproximando da metade de sua primeira temporada se consolidando como a melhor série do universo Marvel Netflix ao lado de Demolidor, uma posição que dificilmente vai perder, a menos que a série tenha um decréscimo de qualidade absolutamente inacreditável do episódio seis em diante.
Apesar de ainda estar em seu início, o programa vai dando mostras de que seus produtores, roteiristas e diretores sabem o tipo de história que desejam contar, e não abrem concessões na hora de contá-la.

"-Quem quer que você seja, eu estou indo atrás de você."


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