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sexta-feira, 24 de novembro de 2017
Resenha Série: O Justiceiro, Temporada 1, Episódio 11: Danger Close
O Justiceiro vinha de dois ou três episódios um pouco irregulares na comparação com seus melhores momentos. Seguia acima da média, mas picos de qualidade como Kandahar, Gunner e The Judas Goat ainda não haviam sido alcançados novamente.
Até Danger Close.
Após descobrir a traição de Russo, salvar Karen e impedir que Lewis Wilson sucedesse em suas aspirações terroristas, Frank, todo estropiado, retorna ao esconderijo, onde remói as traições de seu passado recente, o linchamento que a opinião pública faz contra ele, e toma a decisão de assumir a fama de bicho-papão que todos lhe atribuem de uma vez por todas.
Os planos de Frank de levar o inferno a seus inimigos, rompendo sua aliança com Micro, porém, são impedidos por Rowlins.
O agente corrupto consegue autorização de Marion James para utilizar o sistema de vigilância da CIA em Nova York na busca por Frank, isso o leva direto até a família Lieberman após Zach (moleque pentelho do caralho), ficar furioso com a revelação de que Pete Castiglione é, na verdade, Frank Castle, e fazer uma denúncia anônima.
Isso coloca o moleque e Sarah na mira de Billy Russo, e Frank e David na mira dos mercenários da Anvil que são enviados ao esconderijo de Micro, onde Frank, novamente envergando a caveira branca sobre o colete negro, os aguarda para levar sua vingança até o próximo nível.
Danger Close voltou ao que funciona em O Justiceiro sem dó nem piedade e entregou exatamente o que os fãs do Justiceiro poderiam desejar.
O banho de sangue resultante da invasão dos mercenários de Billy à casa segura de Micro é um espetáculo de ação digno de John Wick, o interessante, porém, é que apesar de mostrar a faceta assassina fria e eficaz de Castle, não esqueceu de humanizá-lo.
Após o massacre, Frank está sentado em meio aos cadáveres, olhar vazio, exausto, quase amortecido, como se não tivesse mais nada para oferecer.
A coragem de O Justiceiro de humanizar e dar consciência a um personagem que é, em essência, um assassino em série, é louvável. E mesmo quando as coisas não funcionam como deveriam, O Justiceiro continua sendo uma série acima da média.
O ponto aqui é saber o quanto se pode humanizar Frank sem matá-lo. O Justiceiro não é um super-herói. Nao tem super-força, super-sentidos ou pele impenetrável. Ele é um soldado altamente especializado, mas não creio que haja dúvidas de que ele só pode ir até certo ponto antes de sofrer uma lesão fatal ou incapacitante, e mesmo Micro, ao ver Frank chegar ao esconderijo sangrando feito um porco, lhe avisa que a cruzada deles precisa terminar em algum momento.
Resta saber se a jornada de Frank realmente termina com a vingança pela morte de sua família, ou se, como acontece nos quadrinhos, ele resolve assumir para si a responsabilidade de levar morte e destruição a todos os criminosos.
De qualquer forma não foi apenas a ação que funcionou em Danger Close.
O reencontro de David com Leo (Ripley Sobo) foi tocante, e a hesitação do hacker ante a perspectiva de rever sua filha foi um show à parte de Ebon Moss-Bachrach. Ver que Madani finalmente pode se juntar a Frank e Micro, também foi um alento, embora isso esteja se arrastando há mais tempo do que deveria. Entre as coisas que não funcionam, conforme vai se desenhando que Billy não deverá se tornar Retalho (ao menos não tão já), Rowlins se torna o grande antagonista da temporada.
Se for o caso, ele provavelmente é o pior vilão de uma série da Netflix desde o Cascavel de Luke Cage.
Todos conhecem o sujeito corrupto de move céus e terras e trai até a mãe para manter suas mãos "limpas", mas francamente, ver Rowlins discursando e tramando ao longo dos capítulos dificilmente o torna um antagonista digno de nota e, pra ser bem honesto, eu não vou ficar particularmente mais satisfeito de ver Frank explodir a cabeça dele com um balaço no final da temporada do que ficaria com qualquer outro capanga malvado.
De qualquer forma, Danger Close foi mais um ponto alto da série que se consolida como um dos melhores produtos da Marvel na Netflix, e que entra em sua reta final em alta octanagem.
"-É, bem sutil. Nunca vão vê-lo se aproximando.
-Quero que me vejam."
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