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quarta-feira, 20 de março de 2019
Resenha Série: Deuses Americanos: Temporada 2, episódio 2: The Beguiling Man
Após um primeiro episódio OK, com alguns bons momentos, uma semana se passou e o segundo capítulo da nova temporada de Deuses Americanos chegou ao Amazon Prime Video para deixar claro que, ao menos até aqui, a série parece ser incapaz de ir além do OK, com algumas exceções.
Após a abdução de Shadow e a morte de Zorya no capítulo anterior, nós descobrimos que o guarda-costas de Quarta-Feira foi aprisionado por um associado de Sr. Mundo, o Sr. Cidade (Dean Winters).
Submetido a torturas e interrogatórios, Shadow relembra sua juventude, da chegada da França para Nova York ao lado de sua mãe, de como aprendeu a se virar no bairro de Bushwick, no Brooklyn, e de como sua mãe adoeceu e finalmente o deixou.
Enquanto Shadow come o pão que os novos deuses amassaram, Quarta-Feira promete vingança ao Czernobog, e separa seus peões para os preparativos da guerra que se anuncia.
Ele envia o Mad Sweeney e Laura numa tentativa de resgatar Shadow, o Jinn e Salim em busca de uma lança, e pede que Mama-Ji tente trocar seu turno na lanchonete para poder tomar parte das batalhas que se avizinham, enquanto ele próprio sai para um passeio com Sr. Nancy.
Enquanto isso, Sr. Mundo tenta coagir Bilquis a tomar partido em seu lado da guerra, e Technical Boy vai em busca de Media, que aparentemente não se recuperou do cagaço na revelação de Odin no season finale passado.
Aparentemente a nova temporada de Deuses Americanos irá se ocupar de dividir os seguidores de Quarta-Feira em grupos menores com missões próprias nesses próximos episódios. Eu francamente não sei como reagir a isso em um primeiro momento.
As dinâmicas entre Shadow e Quarta-Feira e entre Sweeney e Laura foram a alma da primeira temporada, e a mera expressão de Salim ao entrar no side-car da moto do Jinn nos faz antever uma nova dinâmica interessante surgindo para o programa. A questão é que eu não sei o quanto dessas dinâmicas de personagens serão mantidas no nível da última temporada na ausência de Fuller e Green.
Os personagens seguem interessantes, e o elenco é excelente. Se Ian McShane passou esses últimos dois capítulos meio escanteado, Orlando Jones consegue arrancar risadas apenas com sua expressão corporal, e Pablo Schreiber e Emily Browning são o coração e a alma da série nesses dois capítulos. A química entre os dois é inegável, e se eles seguem se bicando o tempo todo, a relação da dupla evoluiu de maneira que eles já não parecem mais dois estranhos se odiando mutuamente, mas irmãos implicando um com o outro, não por acaso o segmento onde os dois partiram no resgate de Shadow foi, de longe, a melhor coisa do episódio, com larguíssima folga sobre tudo o mais.
Nesse "tudo o mais" inclua-se os desnecessariamente longos flashbacks do passado de Shadow.
Se a tentativa era mostrar como o protagonista é um homem sem pátria, OK, eu consigo compreender isso, assim como a sugestão de que Quarta-Feira esteve presente no hospital quando a mãe de Shadow foi diagnosticada com uma doença terminal e que possa ser até mesmo o pai sumido de Shadow a respeito de quem sua mãe (Olunike Adeliyi) não fala.
Ainda assim, as sequências com o herói pregado na geringonça de tortura maneira de Sr. Cidade incharam o episódio, e soaram sempre demasiado arrastadas.
Seguimos sendo capazes de ver a tentativa da série de emular o estilo dos antigos showrunners com os jorros de sangue excessivos nas cenas de luta ou nos ângulos de câmera inventivos, mas, embora esse ainda não seja um juízo definitivo, eu não sei se não seria melhor tocar o barco e abraçar um estilo diferente mas que parecesse menos uma imitação.
O que foi dito a respeito de House on the Rock segue valendo para The Beguiling Man, não há nada de ruim no episódio. Há algumas coisas muito boas, e ainda assim, falta algo.
Por hora, Sweeney e Laura me mantém ligado semanalmente.
Vamos esperar pra ver como as coisas seguem...
"-Se ficar no meu caminho, os deuses vão estar planejando o seu funeral.
-Acho que eles já estão, amor. Acho que eles ja estão..."
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