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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Um ao Outro


Deixa eu ver se eu entendi...
Então é como se tu tivesse decidido abrir mão de qualquer resquício de romantismo porque os gestos românticos haviam se esvaziado de toda a significância, e resolvido abraçar a vida em sua forma mais prática, com os dois pés fincados no barro porque é onde todos nós estamos, afinal de contas e paciência?
É como se tu tivesse escolhido levar a vida vestindo uma armadura de cinismo e niilismo porque apesar de a armadura não ser a opção de traje mais confortável para se levar a vida, a alternativa era estar, parafraseando Bruce Banner, exposto feito um nervo, de modo que, analisando friamente sob essa ótica, a armadura parecia uma escolha tão boa quanto qualquer outra?
É como se tu estivesse na tua, escrevendo a respeito de filme e de seriado e de repente a presença de uma pessoa te fizesse enxergar fundamento até nas letras do grupo Raça, celebrado bastião do pagode noventista?
Porque se é assim que tu te sente, eu não faço nem a mais remota ideia de como é isso...
Mas talvez... Talvez, seja como o Dodge disse pra Penny.
Tu lembra?
Ela diz "Eu pensei que nós fôssemos salvar um ao outro".
E ele responde:
Nós salvamos.

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