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sábado, 23 de janeiro de 2010
Resenha DVD: O Sequestro do Metrô 123
Tony Scott, irmão mais jovem do cultuado Ridley Scott, é um bom diretor. Ele tem, como o irmão, uma noção de visual por vezes genial, claro, ele tem umas manias irritantes, como aquelas câmeras aceleradas e borradas que parecem coisa de video clipe, mas, de modo geral, ele é um bom diretor, com bom domínio de câmera e técnica narrativa apurada.
Ele, á exemplo de Martin Scorcese, tem seu ator feitiche. Se Scorcese passou anos associado á Robert De Niro, e agora repete o processo com Leonardo Di Caprio, Scott adotou Denzel Washington como seu "homem de confiança" á frente das câmeras.
Junto com Washinton, Scott realizou Maré Vermelha, Chamas da Vingança, Déjà-Vu, e, agora esse O Sequestro do Metrô 123, refilmagen do filme O Sequestro do Metrô, de 1974, trazendo, além de Denzel, John Travolta.
No filme Washington é Walter Garber (Walter, uma singela homenagem á Walter Matthau, que interpretou o papel em 74.), executivo da empresa de metrô sob investigação de suspeita de aceitar suborno em uma licitação da companhia, e punido com a tarefa de controlar as linhas de trem, durante seu "castigo", Garber é contatado por Ryder (John Travolta, finalmente fazendo um bom vilão.), que acaba de sequestrar o trem da linha Pilham, da 01:23 da tarde, fez reféns e dá o prazo de uma hora para receber a quantia de dez milhões de dólares antes de começar á matá-los, um por um á cada minuto de atraso.
Conforme conversa com o sequestrador, Garber vai descobrindo coisas á respeito de Ryder, e vice versa, um certo laço de confiança é formado, Ryder proclama que ambos foram traídos pela cidade após servi-la por anos, e, á partir daí, o sequestrador não aceita falar com ninguém, exceto com ele.
Aí, entra um dos pontos altos do filme, Garber e Ryder são personagens profundos, cheios e nuances e com motivações críveis, as boas performances de Travolta (Pra variar.) e de Washington (Como sempre.) nos mantém ligados durante toda a primeira metade do filme, o elenco de apoio com John Turturro, James Gandolfini e Luíz Guzman ajudam bastante, embora seus personagens apenas orbitem ao redor de Garber e Ryder, porém, nada que prejudique o filme.
O que prejudica o filme, e isso é recorrente na filmografia de Scott, é que, em determinado momento, seus personagens parecem despirocar e passam á agir de forma completamente despropositada, e a história manda a coerência lá pra casa do Capita.
Claro, verossimilhança não é item de primeira necessidade em filmes desse gênero, o problema é a súbita "bipolaridade" dos personagens, até certo ponto tão bem construídos.
O desfecho é repleto, ainda, de um drama desnecessário, que dá um tom meio piegas ao final do filme, que capenga nesse terceiro ato.
Não é ruim, mas obrigatório, nem de longe. Á menos, claro, que seus atores preferidos sejam, casualmente, Washington e Travolta. Se for o caso, você pode curtir á vontade.
"-Quanto deu a conta, Walter?"
"-Dez milhões de dólares e um centavo."
"-O centavo é a sua comissão de intermediário."
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