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sábado, 9 de janeiro de 2010
Resenha Cinema: Sherlock Holmes.
Sou fã de Robert Downey Jr., sempre achei ele um bom ator, e lamentava o fato de seus problemas pessoais atravancarem sua carreira. Então, fiquei feliz quando ele "ressucitou" pro cinema com Homem-de-Ferro, e achei bacana essa sede de trabalho dele, que do ferroso pra cá emenda um trabalho no outro sem cessar. Como fã de Downey Jr, e de Guy Ritchie, ontem corri pro cinema pra conferir Sherlock Holmes, estrelado pelo primeiro e dirigido pelo segundo (que apesar de ter cometido Destino Insólito em parceria com a Madonna, fez "Snatch", fez "Jogos, Trapaças, e Dois Canos Fumegantes", e fez "Rock'n Rolla".).
É com certa vergonha que admito que jamais li um dos livros de Sir Arthur Conan Doyle, meu conhecimento de Sherlock Holmes se deve á filmes como O Enigma da Pirâmide, e Sherlock Holmes e o caso das meias de seda, nenhum dos dois particularmente memorável, logo, não ficaria escandalizado com nenhuma alteração com relação ao personagem dos livros.
No filme (Baseado em uma série de gibis escritos por Lionel Wigram, que excluiam alguns elementos consagrados das adaptações costumeiras de Holmes em prol de outros, presentes nos livros, mas menos reverenciados, como o pugilismo e a esgrima), Sherlock Holmes (Downey Jr., se divertindo á beça.) e seu fiel colega, o Dr. John Watson (Jude Law, extremamente á vontade.) investigam os crimes de Lorde Henry Blackwood (Mark Strong, que ultimamente tá em todas.), nobre inglês praticante de magia negra e que já matou cinco jovens em rituais de sacrifício. Na sequência inicial Holmes e Watson impedem o sexto assassinato e prendem Blackwood, condenado á forca e executado em seguida.
Porém, o impossível acontece, e Blackwood ressucita, dando sequência á seus planos de domínio global.
A trama é divertida e prende a atenção, mas mais importante do que os crimes investigados por Holmes é a nova roupagem do detetive.
Aqui some aquele personagem magérrimo de testa alta e nariz aquilino, usando aquele chapéu lamentável. Sherlock Holmes é atlético, sabe brigar (As sequências em câmera lenta, mostrando como Holmes planeja suas ações friamente antes de executá-las são geniais.), suas frases e respostas são tão afiadas quanto seu raciocínio lógico, ele é um excêntrico, não se interessa por regras de convívio social e quando não está envolvido na resolução de crimes enigmáticos tende ao auto-exílio, seu elo com o mundo exterior é Watson, que nesta versão, não guarda nenhuma semelhança com o gorducho e sempre surpreso personagem da literatura, é um personagem tão interessante e bacana quanto Holmes, que também sabe usar os punhos, persegue a justiça e tem uma inclinação á aventura comparável á do amigo. Os melhores momentos do filme envolvem os dois.
Há, também, Irene Adler, (Vivida pela "coisa querida" Rachel MacAdams, que também anda em todas.), que faz as vezes de interesse romântico e rival intelectual de Holmes, personagem charmosa e boa de briga, e Mary (Kelly Reilly.), a noiva de Watson, com que o médico se casará em breve, para inconformidade do detetive.
Guy Ritchie explora bem as características de Holmes e Watson, os diálogos dos dois são impagáveis e deixam claro que os dois são amigos inseparáveis, o ritmo do longa é ágil, as sequências de luta são muito boas, a recriação da Londres Vitoriana é ótima, mostrando um lado decadente da capital inglesa, a fotografia escura aumenta a atmosfera de mistério e a música é ótima.
O filme, claro, não é perfeito, Blackwood, o vilão, é algo raso, meio como os vilões de James Bond, querendo dominar o mundo, o final, com tudo muito bem explicadinho, nos mííííííííííínimos detalhes, apesar de seguir o modelo literário e de ser necessário pra que ninguém na audiência saia sem entender direito o que aconteceu, é um pouco xarope, assim como o desespero do roteiro em deixar portas abertas pra uma continuação, mas a verdade é que o ritmo do filme é tão ágil que mal dá tempo de reparar nesses detalhes.
Enfim, Sherlock Homes é um filme divertido, entretenimento escapista e aventuresco do bom, e, com mil demônios, por que deveria almejar mais do que isso? Que venha Sherlock 2, e o professor Moriarty.
"O quê você fez, Watson?"
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