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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Perspectiva Certa


Olhando da perspectiva certa, ele meio que sabia que não fora mais, senão acaso que cruzara o caminho dela e o seu.
Mas ao mesmo tempo, olhando da perspectiva certa, ele sabia que não fora mero acaso oque o impelira a não ter agido como sempre fazia, e se retraído a algum canto obscuro de sua própria insignificância, que o forçara a tentar ser maneiro, expansivo, e divertido. Falhara miseravelmente, é verdade, mas ainda assim... Ela o notara, para o bem ou mal.
Olhando da perspectiva certa, pareceu-lhe surreal que alguém como ela, pudesse gostar de alguém como ele. Alguém tão cheio de defeitos e idiossincrasias, alguém tão humano e tão desgostoso em ser humano.
Olhando da perspectiva correta, pareceu um pouco com uma experiência onírica sentir a maciez de sua pele nas mãos. Ter o perfume de sua pele e cabelos no nariz, o sabor de seus corpo na boca, e o som da sua voz nos ouvidos.
Olhando da perspectiva realista, teria sido melhor se as coisas tivessem acontecido um pouco antes de sua vida se transformar em um caos completo. Teria sido bom ter tido mais tempo com ela. Ter-lhe mostrado o seu mundo, convidando-a a entrar, mexer nas suas coisas, e, quem sabe, jogar seu casaco em cima do espaldar de uma cadeira.
Olhando da perspectiva perspectiva verdadeira, ele sabia que não seria pra sempre, afinal, mesmo os mais idealistas de nós encontram vez que outra seus limites, e até pra paciência de Jó devia haver um fim, por que ela seria diferente?
Olhando da perspectiva correta, era natural que ela encontrasse alguém mais disposto a abraçar a vida do que a tentar ignorá-la. Alguém que tivesse tanta vida quanto ela, e que pudesse ser feliz e feliz fazê-la. Alguém com mais estilo e com uma atitude mais rock & roll.
Olhando da sua própria perspectiva pessimista, ele estava pronto pra esse momento, e, na verdade, se havia ali alguma surpresa, era ter demorado tanto.
Olhando em perspectiva, ele sabia que iria doer um pouco no início, mas que em breve estaria desejando que ela encontrasse completude e alegria em todas as coisas que tentase realizar.
Olhando em perspectiva, ele sabia de tudo isso. Mas a realidade, é que nesse momento, ele não tinha nenhuma perspectiva correta. Pelo menos nenhuma que quisesse ter.

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