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quarta-feira, 31 de julho de 2013
Quadrinhos: Hit-Girl
Com a aproximação do lançamento cinematográfico de Kick-Ass 2, a Panini resolveu se coçar e começar a lançar material para capitalizar sobre o retorno do super-herói looser aos cinemas.
O primeiro passo da Panini é publicar Hit-Girl, mini-série em cinco edições que serviu de prelúdio à Kick-Ass 2, e que é metade da adaptação cinematográfica.
A história, novamente escrita por Mark Millar e desenhada por John Romita Jr. com arte final de Tom Palmer e cores de Dean White e Michael Kelleher, parte de onde terminou a primeira.
Mindy McCready, a Hit-Girl, agora vive com sua mãe e o novo marido dela, o policial Marcus. Enquanto tenta se adequar ao colégio e à uma vida normal, a menina continua as voltas com o Kick-Ass, Dave Lizewski, com quem tenta manter uma parceria no combate ao crime, dando sequência a seu trabalho ao lado do falecido Big Daddy.
Dar sequência ao trabalho, no caso, significa continuar atacando mafiosos, em especial aqueles ligados a Ralphie Genovese, irmão do falecido John Genovese, tio de Christopher, o Red Mist, e novo cabeça do crime organizado de Nova York, comandando a família de dentro da penitenciária.
O problema é que a nova família de Mindy não são o Big Daddy. Sua mãe, à beira de um ataque de nervos e seu padrasto, conhecedor de seu passado de vigilante, começam a fechar o cerco a seu redor, tentando impedi-la de manter sua vida dupla.
Não bastasse tudo isso, sua adaptação à escola não é das mais fáceis graças a Debbie, a perversa líder de um séquito de pré-adolescentes perversas representando o que de pior há em termos de bulliyng no ensino fundamental.
É bacana.
A Hit-Girl é, disparado, a melhor personagem da história original. A menina de doze anos que é a matadora mais ferrada dos quadrinhos, acima de Lobo, Wolverine e Exterminador é um encantador paradoxo, e só foi enriquecida pela interpretação de Chloë Grace-Moretz no filme que adaptou o quadrinho em 2010.
O conflito entre a menina que se preocupa com a família, e a matadora que não pode ser contida garante um pouco de alma à história, mas apenas um pouco.
Como de praxe, Millar mantém o leitor preso as páginas muito mais pelo hype do que propriamente pela qualidade, menos mal que a arte de John Romita Jr. ainda é extremamente competente e ágil, e o trabalho dele apenas é enriquecido por Palmer, White e Kelleher, que dão cor e movimento à orgia sangrenta que se segue nas páginas em que a Hit-Girl aflora.
Reservando algum espaço à evolução de Kick-Ass, tentando sobreviver ao ensino médio e sua carreira de super-herói meio-período, e Red Mist, lutando para superar o choque que fez com que bloqueasse a identidade secreta de Kick-Ass, enquanto luta para se tornar um Batman do mal e se vingar dos assassinos de seu pai, Hit-Girl diverte por uns bons quarenta e cinco minutos, e deixa a gente na expectativa do que vem por aí em Kick-Ass 2.
O gibi, com lobada identificável, capa em papel cartão e verniz localizado, papel couché no miolo é bacana e bonito, e vale os R$21,90.
"-Você acha mesmo que é hora de um banho de sangue?
-Com certeza..."
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