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sexta-feira, 26 de julho de 2013
Resenha Cinema: Wolverine - Imortal
O que era líquido e certo pra qualquer forma de vida baseada em carbono com dois neurônios funcionais e um mínimo de entendimento de narrativa era que a coisa mais difícil para um segundo filme solo do Wolverine, seria superar a ruindade do primeiro.
X-Men Origens: Wolverine, era um samba do mutante doido que contava a origem do herói canadense desde a sua infância, como um molequinho adoentado que fugia de casa com o meio irmão após a tragédia se abater sobre sua família, passando por participações em várias guerras e conflitos ao longo dos séculos XIX e XX, até sua participação em um grupo militar de mutantes terminar com ele saindo da equipe apenas para ser trazido de volta quando seu meio-irmão, Victor Creed, começava a caçar os seus ex-colegas... Ou algo assim. Francamente, a única coisa que se salvava em X-Men Origens: Wolverine era o carisma de Hugh Jackman, que convenceu o mundo que o Wolverine é um sujeito altão e boa pinta, e a boa interpretação de Liev Schreiber como Creed, o Dentes-de-Sabre. De resto, o filme era tão descartável que a gente esquecia dele antes de sair do shopping.
Desde que começaram a aventar a continuação, a grande pergunta era:
Pra quê?
Afinal, todos sabiam que o Wolverine de verdade, o Wolverine feroz e violento dos quadrinhos, jamais iria aparecer no cinema. Se eventuais vislumbres rápidos dessa faceta do personagem, como a espetacular sequência da invasão da Escola Xavier em X-2, funcionavam perfeitamente nos filmes da equipe mutante, nas aventuras solo, acredito que todo mundo gostaria de um pouco mais de sangue, tripas e gosma, o que, entre Fox, PG-13, e tudo mais, todos sabiam, era uma utopia.
Quando Darren Aronofsky, que miraculosamente fora confirmado na direção, abandonou o projeto, qualquer fagulha de esperança se perdeu. Pro mais interessante que fosse o cartel de James Mangold, seu substituto na cadeira de diretor, todo mundo sabia que não era um diretor com colhões pra peitar a raposa e fazer um filme de macho, mas, como a sequência era inevitável, que ao menos fosse digna.
Filme conferido, e, vá lá... Não é pior que o primeiro.
Wolverine - Imortal, em um início bem promissor, mostra Logan vivendo isolado nas florestas do Canadá anos após os eventos de X-Men 3 - O Confronto Final.
Assombrado por pesadelos recorrentes com Jean Grey, a quem teve que sacrificar após vê-la ser consumida pela entidade-Fênix e tornar-se uma assassina incontrolável, Logan vive seus dias no ermo bebendo e ouvindo um velho rádio, tendo abandonado o caminho da violência.
Rastreado pela jovem Yukio (Rila Fukushima, um crime de tão feia, coitadinha), Logan é convidado para viajar até o Japão, para se despedir de um homem a quem salvou no passado.
Reticente no começo, ele concorda em acompanhar a desconhecida até Tóquio, onde reencontra Yashida (Haruhiko Yamanuchi), que sobreviveu à explosão nuclear de Nagasaki graças à intervenção de Logan, e deseja agradecê-lo, e, também, fazer uma proposta...
Esse breve reencontro coloca o X-Man em um turbilhão de problemas, conforme os membros da família Yashida, como o filho Shingen (Hiroyuki Sanada) e a neta, Mariko (Tao Okamoto), cruzam seu caminho e o empurram para dentro de uma trama que irá forçá-lo a encarar seus próprios demônios.
Como eu disse... Não é pior que o primeiro. Não significa, porém, que seja grande coisa, antes pelo contrário. Wolverine- Imortal, mantém-se firme no caminho de domesticar o Wolverine.
Enquanto nos quadrinhos a história Eu, Wolverine, no qual o filme se baseia (muito, muito, pra lá de) livremente mostrava Logan indo ao Japão, e sendo humilhado e derrotado por ser mais animal do que homem aos olhos do clã Yashida, e sendo orbigado a travar uma violenta luta interior entre a besta que o domina nos momentos de descontrole, e o homem que queria ser para merecer o amor de Mariko, no filme tudo isso some.
O Wolverine de celuloide, um galã nato na pele de Hugh Jackman, de bronco não passa, logo, jamais há conflito entre o homem e sua veia mais bestial. O filme acaba se tornando um D-Tox do amor, onde Logan vai pro Japão tentar esquecer Jean Grey, e consegue porque encontra a gatinha Mariko sendo acossada pela Yakuza... Claro, é um filme do Wolverine, então ainda têm algumas boas cenas de luta (Quase zero de sangue), uns vilões com super-poderes (A Viper Svletana Khodchenkova), e a destruição completa do maneiríssimo Samurai de Prata (nem pergunte...).
Enfim... O filme vale a penas por alguns bons momentos em que Jackman até lembra o Wolverine dos quadrinhos, e pela cena pós-créditos.
De fazer babar de antecipação por X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido.
"-Que tipo de monstro é você?
-O Wolverine..."
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