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segunda-feira, 1 de julho de 2013
Quadrinhos: Demolidor
O super-herói Demolidor é quase um George Harrison mineiro da Marvel.
Vou explicar... Enquanto os pesos pesados da Casa das (más) Ideias sofrem anualmente com mega-sagas-caça-niqueis-que-mudarão-tudo-o-que-você-sabia-sobre-seu-herói-preferido-pelo-menos-até-o-final-da-mega-saga-em-questão-ou-o-começo-da-próxima, o vigilante cego de Hell's Kitchen se mantém saudavelmente ao largo da maioria dos grandes eventos repletos de spin-offs da editora, e vai enfileirando boas fases atrás de boas fases sem muito alarde.
Desde o período de Frank Miller, nos anos oitenta, com A Queda de Murdock, passando pela ótima Diabo da Guarda, de Kevin Smith, e o que talvez tenha sido o último grande trabalho de Brian Michael Bendis, além da boa fase sob os roteiros de Ed Brubaker, o Demo vem comendo quietinho e mantendo os leitores sempre ligados, sabendo que, enquanto X-Men e Vingadores estiverem se enfrentando a troco de nada, o Homem-Aranha resolver ser Superior, e o Wolverine estiver em todos os gibis da editora, Matt Murdock sempre poderá ter boas histórias pra contar.
O que talvez tenha sido o grande problema recorrente do Demolidor aqui no Brasil, é que o personagem jamais teve seu próprio quadrinho.
As histórias do herói sempre figuraram em mixes que, em algum momento ou em outro, faziam o leitor médio (como eu) se sentir enganado por pagar por quatro ou cinco histórias das quais se aproveitava só uma.
Louvável então a iniciativa da editora Panini de, ao resolver publicar a aclamada fase de Mark Waid à frente dos roteiros do gibi do Demolidor no país, fazê-lo em forma de encadernados.
Essa Demolidor - 1 que saiu por aqui recentemente, abarca as seis primeiras edições de Daredevil escritas por Waid, de O Reino do Amanhã, e desenhada pelos ótimos Marcos Martin e Paolo Rivera.
A série mostra Matt Murdock retomando suas atividades como advogado na firma Nelson e Murdock após os eventos de Shadowland (Podemos resumir como "o que acontece quando tentam enfiar o Demolidor numa mega saga"...).
Ao mesmo tempo em que tenta se adaptar a realidade de ser um advogado/super-herói com uma identidade meio secreta, Matt tem que lidar com a sua vida de super-herói, enfrentando, além dos mafiosos de sempre, super-vilões com mais cara de gibi, como Garra Sônica, Mancha e as organizações tecno-criminosas IMA, a Hidra, e o Zodíaco...
Tudo isso enquanto intriga seu amigo Foggy Nelson ao adotar uma postura mais leve, e desencanada, fugindo do perfil dependente de Prozac que perseguiu o personagem por alguns anos, numa alteração de comportamento e abordagem que não é inconsequente ou gratuita, sendo explicada de maneira plausível e até tocante pelo espertíssimo roteiro, muito bem situado, atual, e cheio de ótimas sacadas.
A combinação dessa pegada mais maneira do herói por Waid (vencedor do prêmio Eisner de melhor escritor por seu trabalho na série, que também venceu o Eisner de melhor série, ehehehe), mais a arte esperta de dois cobras, Rivera e Martin, tornam as 148 páginas do encadernado uma experiência pra lá de saborosa, e que se consome de maneira rápida e glutona, e que deixa o leitor pensando se vão demorar muito pra lançar o segundo volume.
A revista, com capa cartão, papel LWC no miolo, e precinho camarada de R$18,90 vale demais a pena e é recomendadíssima.
"Os últimos anos foram miseráveis. Toda vez que eu achava que tinha chegado ao fundo do poço, Deus me arrumava uma pá maior."
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Gibi do ano, fácil.
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