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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Rapidinhas do Capita


Mais uma da recente safra de e-mails hackeados da Sony:
Drew Goddard, escolhido para dirigir o (completamente imbecil) filme do Sexteto Sinistro que poderia ser, tanto uma sequência, quanto um spin-off quanto um re-reboot do Homem-Aranha no cinema, em troca de e-mails com Amy Pascal, presidente do estúdio, declara que o Sexteto Sinistro seria o Sex Pistols da Marvel (em alusão ao fato de o Homem-Aranha ser Os Beatles), que o filme do vilão seria muito maior do que Dr. Estranho (que a Marvel lançará em novembro de 2016), e que a grande estrela do seu filme seria o Homem Areia, que deveria ser interpretado por Tom Hardy (o que já não deve mais acontecer já que Hardy fechou com a DC para integrar o Esquadrão Suicida), que, no clímax do filme, se transformaria em um monstro do tamanho de um arranha-céu e destruiria Londres (?) numa sequência que Goddard compara a Godzilla.
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Sério?
É essa a ideia de um grande filme de Drew Goddard?
Tudo bem, baseado no estúpido O Segredo da Cabana é complicado apurar que tipo de diretor Goddard é, mas, sério... A ideia de final apoteótico do sujeito é um Homem-Areia gigante destruindo Londres?
Alguém deveria avisar Goddard que, em Homem-Aranha 3 a audiência viu um Homem Areia gigante, e, até onde me lembro, ninguém ficou impressionado com aquela reciclagem de O Retorno da Múmia...

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Esse desespero da Sony para transformar o Homem-Aranha em uma franquia com seu próprio "universo" é perfeitamente compreensível do ponto de vista financeiro, mas totalmente injustificada do ponto de vista criativo.
Quem é que quer ver um filme com super-vilões no papel principal? Contra quem eles lutariam? Qual seria o objetivo deles?
Nada disso faz sentido a ponto de dar lastro à produção de um filme.
Até mesmo anti-heróis consagrados já se provaram um desafio indigesto no tocante a adaptações de quadrinhos:
O Justiceiro não emplacou após três filmes, o Wolverine só funciona à contento nos filmes de X-Men dirigidos por Bryan Singer, sendo um fiasco nos seus filmes solo...
Apanhar vilões ou coadjuvantes e tentar aplicá-los em um filme solo tornando-os estrelas é complicadíssimo.
Até mesmo a Gata Negra, personagem carismática que flutua entre o bem e o mal e poderia justificar um filme solo seria uma aposta arriscada à medida em que sofre do mesmo problema de qualquer outro. Todos esses personagens funcionam de uma maneira e uma maneira apenas:
Orbitando o Homem-Aranha.

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A Sony taxa O Espetacular Homem-Aranha 2 de fracasso porque o filme não alcançou um bilhão de dólares na bilheteria, e porque foi a pior bilheteria de filmes de super-herói em 2014 (O cabeça de teia fez pouco menos de 709 milhões no mundo, atrás de Capitão-América, 714, X-Men 746 e Guardiões da Galáxia, 772 milhões.), a diferença de valores entre os filmes está longe de ser oceânica, e o Homem-Aranha foi o personagem que mais sofreu com as críticas que, no geral, picharam o filme de maneira impiedosa.
Os executivos da Sony parecem não perceber que os U$ 708,0982,323,00 não são um fracasso, mas sim, o extremo oposto.
Após a recepção morna do primeiro filme e as críticas absolutamente destrutivas do segundo, alcançar essa marca foi testemunho do poder do personagem junto ao público.
Esse era o momento de a Sony ver o que há de errado com esses filmes (a trama focada nos pais de Peter, por exemplo) e o que há de certo (Andrew Garfield, o romance entre Peter e Gwen, a relação dele com a tia May e o tio Ben genial de Martin Sheen) e faxinar o roteiro para fazer uma terceira parte tão boa quanto os fãs merecem.
O potencial está todo lá, basta abrir mão da histeria e da pirotecnia gratuita (o Sexteto Sinistro do Homem Areia gigante destruindo Londres parece o quê?) e se concentrar no que interessa:
Peter Parker, poder e responsabilidade...
Deu certo com Sam Raimi, deu certo com Stan Lee, Steve Ditko, Roy Thomas e John Romita, e dará certo com Andrew Garfield.
Não tem mistério...

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