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sábado, 20 de dezembro de 2014
Resenha Blu-Ray - No Olho do Tornado
Eu me lembro de, ao ver o primeiro trailer de No Olho do Tornado, com o vendaval erguendo aos céus aviões em um aeroporto, eu pensei numa tagline pro filme. Era:
"Twister 2: Porque vacas já não são o bastante!"
Obviamente não fui ver No Olho do Tornado no cinema, mas não foi por falta de curiosidade. O cinema catástrofe, afinal de contas, sempre rendeu, ao menos, sessões de cinema divertidas. O já mencionado Twister, 2012, O Dia Depois de Amanhã... Ainda que nenhum deles fosse lá uma grande obra do cinema, eram fitas divertidas, emulando uma montanha-russa visual, que certamente serviam pra preencher uma hora e meia de pipoca na sala de cinema.
Foi pensando justamente nisso que eu aluguei No Olho do Tornado... Não esperando um grande filme, mas alguma coisa movimentada pra preencher uma hora e meia de uma noite modorrenta de sexta-feira a ser passada em casa.
Na fita de Steven Quale, ex-diretor de segunda unidade de James Cameron em Titanic e Avatar, e diretor de Premonição 5, o meio-oeste dos EUA são castigados por uma série de tornados.
As poderosas manifestações da força da natureza destroem automóveis, caminhões, casas, edifícios, aviões, arranca tudo em seu caminho, mas parece ser insuficiente para impedir o vice-diretor da escola municipal da pequena Silverton, Gary Morris (O Thorin Escudo de Carvalho Richard Armitage) de encontrar seu filho Donnie (Max Deacon), preso em uma fábrica de papel abandonada com sua namoradinha Kaitlyn (Alycia Debnam Carey).
Ao mesmo tempo em que Gary e seu filho mais novo, Trey (Nathan Kress) tentam alcançar Donnie, uma equipe de caçadores de tempestades encabeçada por Pete (Matt Walsh) e Allison (Sarah Wayne Callies), persegue a tormenta num último esforço para filmar um documentário sobre tornados que está prestes a perder seu financiamento se não conseguir algo grande para vender.
Para sua sorte, a pequena Silverton está no caminho do que promete se tornar o maior e mais tenebroso fenômeno natural da história da humanidade, o tornado f5 que a humanidade jamais viu.
Embora tenha algumas ideias interessantes, em especial a necessidade da geração atual de filmar, fotografar e compartilhar tudo (retratada de maneira particularmente irritante nos caipiras absolutamente idiotas que querem alcançar milhões de visualizações de seus vídeos no Youtube), seja para a posteridade na forma dos vídeos de cápsula do tempo que Donnie filma para seu pai, seja para informação e lucro, como faz Pete e sua equipe, seja pelo prazer de se tornar viral na internet, como fazem os caipiras, e tenha efeitos visuais OK, e até alguns momentos de genuína tensão, existe um problema gravíssimo em No Olho do Tornado:
Praticamente não há história.
O fiapo de narrativa do filme é apenas uma justificativa para colocar os personagens No Olho do Tornado (hue, hue, hue, hue...), até aí tudo bem, mas aí vem o segundo problema:
Os personagens são todos muito chatos e subdesenvolvidos.
O professor inexorável de Armitage, a mãe solteira cheia de compaixão que tenta vencer num mundo de homens de Callies, os filhos, um bom-moço que se ferra ao tentar ser rebelde e o rebelde que reslove ficar ao lado do pai... É tudo tão chato e tão vazio que não existe lastro para a audiência se preocupar se esse povo todo sobreviverá à tormenta, ou não.
No fim das contas os tubos de vento que varrem a estrutura da cidade acabam sendo muito mais interessantes do que as personagens que fogem deles (ou os perseguem), e um filme sem personagens não funciona nem com toda a boa vontade (e todo o CGI) do mundo...
Espere passar na TV a cabo.
"Este é o maior tornado que eu já vi."
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