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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Resenha DVD: Terremoto - A Falha de San Andreas


2015 vem sendo um ano atípico pra mim, em termos de cinema. Se no ano passado eu andei sem paciência para ver filmes nas estreias e pré-estreias, esse ano, andei sem paciência para ir ao cinema... Acho que foi uma combinação de fatores... Um pouco da minha habitual amargura somada à dificuldade de se assistir um filme sem ouvir conversas paralelas de idiotas mal-educados ou ser perturbado pelo celular de um débil-mental incapaz de desgrudar os olhos do próprio celular, mais a qualidade duvidosa das produções de grande orçamento recentes, fizeram de 2015 o ano em que eu provavelmente menos fui ao cinema na última década, com uma média de duas idas à sala escura por mês.
Nesse final de semana, resolvi remediar isso, assistindo alguns dos filmes que deixei passar na telona. Os dois escolhidos foram Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros, uma tremenda decepção, especialmente em se considerando o hype e a bilheteria do filme, e o outro esse Terremoto - A Falha de San Andreas, estrelado por Dwayne The Rock Johnson.
No longa conhecemos o piloto de resgate do corpo de bombeiros de Los Angeles Ray Gaines (The Rock), um perito com histórico de voo no Afeganistão que já somou um sem-número de resgates civis e militares em sua bem-sucedida carreira.
Em sua vida pessoal, porém, Ray não é tão bem-sucedido. Após a morte de sua filha mais velha, Mallory, Ray se afastou da esposa Emma (a jeitosa Carla Gugino), mas tenta manter contato com a filha mais nova, Blake (A deliciosa Alexandra Daddario), prestes a entrar na faculdade.
Enquanto Ray descobre que sua esposa está prestes a se mudar para a casa do namorado ricaço Daniel (Ioan Gruffudd), o sismólogo Lawrence Hayes (um subaproveitado Paul Giamatti) e seu colega Kim (Will Yun Lee) descobrem uma tecnologia de monitoramento sísmico capaz de prever terremotos de grande magnitude, uma descoberta que vem bem a calhar já que um terremoto destrói a represa Hoover, prenunciando um evento cataclísmico que irá mexer com toda a falha de San Andreas, colocando em perigo toda a califórnia.
Quando a primeira onda de devastação atinge Los Angeles com o maior sismo já ocorrido na cidade, Lawrence avisa à população que se prepare, pois o evento que ocorrerá em São Francisco, para onde Blake viajou com Daniel, poderá ser o maior terremoto já registrado na História da humanidade.
Sem pensar duas vezes, Ray pega o helicóptero do resgate de Los Angeles, e parte para São Francisco com Emma para resgatar Blake (privando a população da cidade que paga seu salário de um importante recurso em um momento de crise, mas ei, é o The Rock), precisando enfrentar todos os obstáculos de um estado destruído pelas forças da natureza.
Enquanto Blake, junto com os irmãos Ben (Hugo Johnstone-Burt) e Ollie (Art Parkinson), tenta chegar ao ponto de encontro com Ray enquanto a cidade literalmente desmorona ao redor dos três.
Terremoto - A Falha de San Andreas é um filme que me despertou sentimentos de alegria e tristeza. Eu fiquei alegre por não ter desperdiçado o dinheiro de um ingresso de cinema vendo essa porcaria, mas triste por ter pago a locação.
Diser que o filme é um clichê não faria justiça ao longa de Brad Peyton (dos insossos Como Cães e Gatos 2: A Vingança de Kitty Galores, e Viagem 2: A Ilha Misteriosa). O filme, escrito por Carlton Cuse, Andre Fabrizio e Jeremy Passmore é uma sequência de clichês repetidos e requentados que se empilham com tanta desfaçatez que fica simplesmente impossível levar o filme a sério.
Toda a cartilha do filme catástrofe é seguida à risca:
Pai heroico e infalível com passado doloroso:
Confere.
Casal afastado se reaproximando na tragédia:
Tá lá.
Garota incrivelmente gostosa, mas engenhosa perdendo roupas conforme o filme anda:
OK (muito OK, diga-se de passagem).
Covardão safado deixando um dos personagens centrais na mão:
Check.
Moleque espertinho sempre com uma observação engraçadinha na ponta da língua:
Tem.
Rapaz boa-pinta de coração puro e cheio de boa vontade, mas incapaz de superar o prodígio físico do pai super-protetor:
Sim.
Cientista brilhante com uma descoberta salvadora:
Claro.
E se tu for lembrando de outros personagens e situações que sempre se encontra nesse tipo de filme, pode apostar, elas estão presentes em Terremoto - A Falha de San Andreas.
Nem mesmo a imensa sequência de cenas de destruição massiva e impiedosa impressionam. Tudo o que acontece em Terremoto já foi visto em O Dia Depois de Amanhã ou 2012. Todas as cenas parecem cópias de algo que Roland Emmerich já fez. Mesmo o carisma de The Rock se torna inócuo, já que, a maior parte do tempo, a situação em que se encontram Blake, Ben e Ollie é mais cabeluda do que a experimentada por Ray e Emma, de modo que o filme é um grande equívoco.
Talvez, na tela grande de um cinema I-Max ou 3-D, Terremoto: A Falha de San Andreas tenha sido uma montanha-russa divertida e barulhenta. Assistindo em casa, o filme perde o que talvez fosse seu único trunfo, e se torna apenas mais um filme desastre cheio de efeitos visuais para os quais ninguém mais liga, e atuações modestas de um elenco sem grandes luzes.
Absolutamente dispensável.

"-O que vai acontecer em São Francisco é um monstro muito maior..."

Um comentário:

  1. Obrigado por escrever a critica.Para quem gosta de filmes de ação, Terremoto: A falha de San Andreas pode ser uma boa escolha. Ele contém efeitos especiais bem trabalhadas e cuidadas. O roteiro pode ser bastante previsível, mas não há dúvida de que o mantém na borda do assento. Os atores executam bem na tela e banda sinira é consistente com um filme de ação.

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