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terça-feira, 29 de janeiro de 2019
Resenha Série: O Justiceiro, temporada 2, episódio 2: Fight or Flight
Justiceiro começou lenta, mas meteu o pé com força no acelerador no seu terço final. O segundo episódio, Fight or Flight segue mais ou menos pelo mesmo caminho, mas é menos lento em seu período de preparação.
Após o tiroteio do primeiro capítulo, Frank e sua protegida dirigem a noite toda para acabar em um motel de beira de estrada esperando pela chegada do inimigo.
Há que se louvar o fato de que, nessa segunda temporada, a série pareça mais disposta a manter uma sequência de ação na manga para cada episódio (foram apenas dois, eu sei, mas Demolidor fez isso em seu terceiro ano e o resultado foi espetaculoso). Se é bom ver o pau (e as balas, e as facas) cantar em um programa baseado em quadrinhos, também é importante ressaltar que, até aqui, os vilões da história são pouco mais do que bucha de canhão.
Não temos nem a mais remota ideia de quem são esses capangas todos e nem por que eles querem a cabeça de Amy, que na verdade diz se chamar Rachel. Rachel, aliás, é um dos elos mais fracos desse começo de série. Por mais que sejamos capazes de entender por que Frank a protege (ela representa os meios para um fim, Frank protegeria qualquer pessoa para ter uma desculpa para voltar ao vigilantismo) é simplesmente impossível criar qualquer empatia com a pentelha antipática, petulante e irritante que tem como primeiro reflexo mentir a respeito de tudo e eu me flagrei desejando, no final do episódio, que a bandidagem sucedesse em seu intento. É muito bom que, no futuro imediato, a série dê um jeito de tornar Rachel menos insuportável, seja lhe dando um background e explicando suas motivações, seja apenas atenuando a ranhetice de adolescente que pesa sobre a personagem.
Ao menos nem tudo que envolveu Rachel foi totalmente chato, houve uma sequência engraçada onde ela precisou extrair uma bala da bunda de Frank, e toda a sequência de ação no motel, com o Justiceiro usando estratégia e esperteza para equilibrar suas chances estando em flagrante desvantagem numérica foi um ponto bem alto do episódio.
Houve, também, mais espaço para Billy Russo e Madani. A agente do FBI está totalmente obcecada com Russo, a quem faz desagradáveis visitas diárias. Madani não acredita que os problemas neurológicos de Billy sejam reais, e mantém vigilância total sobre o ex-fuzileiro. Madani segue sendo uma personagem muito chata, mas ao menos ganhou função narrativa (ainda que meio esfarrapada), juntar as linhas narrativas de Frank e de Billy.
Russo, por sua vez, se mantém ambíguo.
É difícil saber se ele realmente está sofrendo com perda de memória ou se está fingindo, mas cabe dizer que, para alguém que está impossibilitado de usar a cara para atuar, Ben Barnes faz um ótimo trabalho apenas com voz e gestual para compôr esse novo e atormentado momento de Russo mantendo a ambiguidade que moldou o personagem na temporada anterior.
Falando em ambiguidade, a psiquiatra de Russo, Krista Dumont (Floriana Lima), não tem nenhuma. Ela é tão obviamente mal-intencionada que é a responsável pelo surgimento do termo "quebra-cabeça" (Jigsaw, nome do vilão em inglês, significa "quebra-cabeça", e não "Retalho", como foi traduzido), e encoraja Billy a deixar o monstro sair da jaula... A exemplo de Rachel e do vilão vivido por Josh Stewart, a doutora Dumont também poderia se valer de mais profundidade. Esperemos que seja entregue...
O segundo capítulo de Justiceiro foi mais curto que o anterior em termos de história na ponta narrativa de Frank, mas compensou isso com uma boa dose de ação na sequência do motel e com um olhar um pouco mais alongado sobre Billy Russo. Os novos personagens realmente precisam ser melhor trabalhados, há tempo para isso com treze capítulos na temporada e antes seria melhor do que depois, especialmente para Rachel, a insuportável sidekick de Frank que, até o momento, não justifica a trabalheira do vigilante para protegê-la.
"-Isso é normal pra você? Ser baleado?
-Não na bunda. Essa é a primeira vez."
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