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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Resenha Série: O Justiceiro, temporada 2, episódio 3: Trouble the Water


Atenção! Spoilers leves abaixo:
O terceiro episódio da segunda temporada de O Justiceiro tem a maior cara de Assalto à 13º D.P., com Frank e "Rachel" presos após o tiroteio no motel no final de Fight or Flight, os assassinos no encalço da pentelha sabem exatamente onde encontrar os dois, e é apenas questão de tempo até que o escritório do xerife de Larkville seja o alvo primário de John Pilgrim e seus comparsas.
John Pilgrim, por sinal, finalmente ganha alguma profundidade. Na abertura do episódio temos um vislumbre do culto religioso ao qual ele serve, encabeçado por um casal de coroas simpáticos (Annette O'Toole e Corbin Bernsen) que o colocam na estrada com sua missão, assim como de uma esposa sofrendo de uma doença grave, dois filhos e um passado envolvido com supremacia branca, considerando-se o formato das tatuagens que ele apagou de seu corpo. Ainda há que se descobrir como John Pilgrim foi de nacionalista racista escroto a matador de um culto religioso, mas esse primeiro mergulho no personagem começa a mostrá-lo como um sujeito metódico e deliberado, todo frieza e eficiência, o que promete ser um contraponto maneiro para Frank Castle, que em diversas ocasiões é inteiro ódio e brutalidade.
Falando em ódio e brutalidade, Billy Russo deu sua demonstração de ambos numa boa sequência que culminou com sua fuga do hospital onde estava internado.
Billy continua sendo um personagem ambíguo nesse momento da série. Não sabemos quanto dos problemas do personagem são verdadeiros à essa altura, quão amnésico ele realmente está, quanto de seus pesadelos são pesadelos e quanto disso pode ser tanto fingimento quanto alguma espécie de indução criada pela doutora Dumont. A personagem segue sendo flagrantemente mal-intencionada e é difícil não ter certeza absoluta de que ela está envolvida de forma escusa na situação de Billy até o momento. Será uma reviravolta se ela se provar apenas uma médica dedicada que escolheu a terapia errada para o paciente errado no final das contas.
O episódio se equilibra bem em seus frontes oferecendo até um momento para "Rachel" (que descobrimos ter meias dúzia de nomes falsos...) mostrar que não é um ser humanos total e absolutamente desprezível, e culmina, novamente, em uma grande sequência de ação quando o xerife e os delegados de Larkville se vêem até o pescoço de capangas obstinados em matar Frank e Rachel nem que precisem exterminar todos os policiais do condado no processo. A violência do ataque de Pilgrim e seus homens é tanta que xerife Harding (Tom Holt) não tem alternativa, senão confiar em seu mais ilustre prisioneiro e deixar que Frank tome parte na defesa da delegacia num movimento desesperado que culmina em mais uma demonstração de como Frank Castle é perigoso, seja usando equipamento de ponta, seja carregando apenas um rifle semi-automático.
Pra fechar a coisa toda, ainda tivemos Madani descobrindo a fuga de Billy, uma ponta do sargento Mahoney (Royce Johnson), o maior especialista em super-heróis da polícia de Nova York da Netflix (lamento, Misty Knight), e os pontos mais afastados da trama até o momento finalmente convergindo.
Em apenas três episódios a segunda temporada de O Justiceiro já teve mais ação e pancadaria do que toda a primeira, sim, a química de Bernthal e Moss-Bachrach faz falta à série e Madani me incomoda sempre que aparece em cena (em grande parte pelo desserviço que o roteiro prestou à personagem na primeira temporada), mas até aqui o andamento da série é sólido e competente. Vários personagens precisam de aprofundamento, e a organização à qual Pilgrim serve precisa ser explicada, mas com dez episódios pela frente há tempo para fazê-lo e fazê-lo direito, vamos esperar que aconteça, a amostragem até aqui mantém O Justiceiro como a melhor série do moribundo universo Marvel/Netflix, ligeiramente atrás de Demolidor.

"-Já viu o faroeste em que o cara chega a cidade e ele é a morte, o diabo ou algo assim?"

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