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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Resenha DVD: Brüno


E foi no sábado, após jogar RPG e ver Law & Order - Special Victims Unity que liguei o DVD player e assisti ao novo ataque de Sacha Baron-Cohen á cultura contemporânea: Brüno.
Pra quem não ligou os nomes á pessoa, Sacha Baron-Cohen é o ator inglês que, em 2006 surgiu pro cenário mundial com a comédia Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Visita a América (Pela qual inclusive recebeu o Globo de Ouro de Melhor Ator em Musical ou Comédia.), um falso documentário que mostrava as aventuras de Borat Sagadiyev, o segundo melhor repórter Cazaque do título, em suas viagens pelos Estados Unidos "e" América na tentativa de aprender o American Way of Life e melhorar a vida de seu povo.
O tal documentário era apenas uma desculpa para Cohen dar corda para os pobres e incautos americanos médios se enforcarem com uma voracidade impressionante.
Bem, três anos se passaram e, em 2009, Cohen volta, desta vez na pele de Brüno, o (inacreditavelmente gay) maior jornalista de moda dos países de fala alemã da Europa.
Já de início Cohen (Um espantoso camaleão que não guarda nenhuma semelhança física com o personagem do longa anterior.) mostra a que veio. Ele surge em eventos de moda oferecendo combustível para que o profissionais do mundo fashion iniciem o incêndio por conta própria, seja "agindo mais negão", seja falando das dificuldades enfrentadas pelas pobres modelos.
O filme começa mesmo quando, após um fiasco em um evento de moda em Milão, Brüno perde o seu programa e se vê obrigado á encontrar uma nova carreira, para isso ele parte para os EUA, onde tenciona se tornar uma celebridade não importa o custo.
É nessa "cruzada" que Brüno destila seu humor ácido contra o insano culto ás celebridades e ao conceito de fama á qualquer preço. Brüno tenta apresentar programas de TV, tenta fazer pontas em séries (Sua presença em Medium é muito boa.), entrevistar famosos (há Paula Abdul, Latoya Jackson e a "entrevista relâmpago" de Harrison Ford.), até mandar a coerência lá pra casa do Capita e resolver jogar pesado, primeiro tentando fazer uma fita de sexo ao melhor estilo Paris Hilton com um desavisado Senador, e após se aconselhar com especialistas, escolher a missão de pacificar a "Terra Média", acabando com a guerra entre Palestinos e Israelenses, além de tentar ser sequestrado por um terrorista de verdade e adotar uma criança africana (Madonna tem um, Brangelina tem um, e agora, Brüno tem um.), sempre com resultados hilariantes.
Como nada dá certo, Brüno resolve que o que freia seu sucesso é o fato de ser gay, por isso ele resolve passar por um curso e se tornar hétero, o que só acarreta mais e mais situações constrangedoras de rachar o bico, e aí está um dos trunfos do humor de Cohen.
Ele funciona tanto como aquele humor de esculacho desconfortável das câmeras escondidas (Em muitas oportunidades as pessoas em cena não sabem que Brüno é um personagem e que estão participando de um filme.), quanto, em um nível um pouco mais profundo, como humor de crítica social, mostrando as reações das pessoas áquela bichona saltitante, e tudo que elas estão dispostas á fazer pelos 15 minutos de fama, claro, não é um filme pra todas as audiências, começa pela censura 18 anos, justificada pelas cenas explícitas de nudez, pela fortíssima presença de sexo em certas sequências, e pela escatologia histérica inerente ao humor de Cohen já no longa metragem de Borat, mas também por essa crítica ao que as platéias em geral querem ver, afinal, as pessoas raramente parecem dispostas á rir de si mesmas.
Além de divertir Brüno pode fazer pensar, mas apenas depois de parar de gargalhar.

"Mike, um urso comeu as minhas roupas, só não comeu essas camisinhas, posso dormir aqui com você?"

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