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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Rapidinhas do Capita


Eu sei, eu sei, As Tartarugas Ninja foi um filme pra criança, e, mesmo assim, foi apenas OK. Ainda assim, isso não pode ser ignorado.


Megan Fox, com uma peruca emulando o cabelo da April O'neil dos desenhos animados e vestida de colegial.
Sim.
De colegial.
Pronto. Me convenceram a ir ver esta porcaria no cinema.
Ah, também foi divulgada uma foto de Stephen Amell (O Bat-Arqueiro Verde de Arrow) como Casey Jones.
Como ninguém liga pra isso, fiquem com mais uma foto de Megan Fox:


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E foi publicada na internet uma foto de Ben Affleck paramentado com o traje de Batman de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça.
Na foto podemos ver em detalhes o Bat-Traje que deixa bem claro:
Pescoço é para os fracos:


Maneiro o traje, eu curto esse visual pit-bull estilo Frank Miller, mas sério, não dava pra alongar e articular um pouco o pescoço?

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E por falar em Batman e nos filmes da Warner DC... Will Smith foi visto no set de filmagens de O Esquadrão Suicida como Floyd Lawton, o Pistoleiro:


Eeeer... Pimpstoleiro?
Nada tema, porém. O visual de cafetão setentista de Smith provavelmente alude a um flashback em Gotham City, e não faz justiça ao traje do vilão no filme, que, alardeia-se, contará com as pistolas de punho e o tradicionalíssimo monóculo com alça de mira na máscara.

Resenha Cinema: Vício Inerente


Vício Inerente é um termo designado para aludir à tendência de certos objetos em deteriorar-se e sofrer danos, não pela ação de agentes externos, mas unicamente pela natureza do material da qual são feitos.
Também é o nome de um livro escrito por Thomas Pynchon, um escritor com mais de 50 anos de carreira que jamais cedera direitos de adaptação para nenhuma de suas obras, e deste filme, dirigido por Paul Thomas Anderson (de O Mestre, Sangue Negro e Magnólia), adaptando o romance de Pynchon.
A história do detetive particular cuca-fresca e maconheiro Larry "Doc" Sportello (Um brilhante Joaquin Phoenix), que, durante alguns dias de 1970, precisa sair de sua rotina no sul da Califórnia para ajudar sua ex-namorada, e ex-grande amor, Chasta Fey (a hipnótica Katherine Waterston).
Shasta ressurge na vida de Doc alguns meses (ou seriam anos?) após sua separação pedindo que o investigador particular a ajude com questionamentos morais a respeito de um golpe contra seu amante, o casado milionário do ramo imobiliário Michael Wolfmann (Eric Roberts), alvo de uma trama de sua esposa Sloane (Serena Scott Thomas) para interná-lo em um sanatório e tomar todo o seu dinheiro.
Logo após ser procurado por Chasta, Doc é consultado (ele tem um consultório, mesmo.) por Tariq Khalil (Michael Kenneth Williams), um membro da guerrilha dos direitos negros procurando por seu ex-companheiro de cela, Glenn Charlock, um supremacista branco que trabalha como segurança de Wolfmann.
Como se já não tivesse o bastante em seu prato, Doc ainda é procurado pela jovem Hope Harlingen (Jenna Malone), que acredita que seu marido, o saxofonista Coy (Owen Wilson), dado como morto, na verdade está vivo, e sendo mantido contra a vontade em algum lugar.
Para tornar as coisas ainda mais complicadas, assim que começa suas investigações, Doc é atacado em um canteiro de obras, e acorda sob a mira da arma do tenente detetive Christian F. "Big Foot" Bjornsen (um Josh Brolin enfurecido, de "cabelo escovinha e um brilho nos olhos que diz 'fodam-se os direitos civis.'", que adora "moto panacaku", e come picolés de uma maneira bastante curiosa), apenas para descobrir que Charlock morreu, e que Wolfmann e Chasta desapareceram!
Em suas investigações, Doc se vê rodeado por toda a sorte de tipo esquisito da Los Angeles setentista de Pynchon/Anderson, de nazistas zen a tiras matadores de aluguel passando por seitas, prostitutas "chupadoras de bucetas" como Jade (Hong Chau), sensuais empregadas mexicanas como Luz (Yvette Yates), dentistas envolvidos com cartéis de drogas como o doutor Rudy Blatnoyd (um ótimo Martin Short), seu amigo e advogado Sauncho Smilax (Benício Del Toro), sua namorada e assistente da promotoria Penny Kimball (Reese Whitersoon) e até agentes do FBI com pinta de mórmons de porta em porta.
Ainda que seja classificado como uma comédia, Vício Inerente desafia a categorização. O trailer faz parecer que o filme seria quase uma comédia de crime caótica tarantinesca, o que não é verdade. O longa tem momentos muito engraçados, mas ao mesmo tempo ele tem uma qualidade de melancolia absolutamente inegável. Se a aventura de Larry Doc carrega ecos de O Grande Lebowski (referência mais fácil em vista da chapadeira perene do protagonista e da natureza episódica da trama), ao mesmo tempo é totalmente diferente a medida em que Doc, ao contrário de The Dude, pareça tentar manter-se a par do que está acontecendo (Por vezes com resultados hilários, como nos closes de suas anotações no tradicional bloquinho de detetive), e em outras tantas, ter lampejos de lucidez dignos de Sam Spade, e até surpreendentes explosões de violência.
Aliás, talvez a melhor categorização de Vício Inerente, seja mesmo a de Noir Chapado. Porque, por muitas vezes, é difícil seguir a história (em algumas ocasiões, Anderson brinca com os lapsos de memória do protagonista maconheiro, jogando informações totalmente novas como se fossem coisas que nós deveríamos saber, e em outras tantas, insiste com informações repetidas sem nenhuma importância), e em outras tantas, não faz nenhuma diferença segui-la, ou não, criando uma experiência que deve ser próxima a de estar constantemente sob o efeito de maconha tal qual seu protagonista.
A questão em Vício Inerente é que não é, exatamente, um filme de detetive, também não é exatamente sobre a relação entre Shasta e Doc (docemente ilustrada pela sequência da mesa Ouija), nem é exatamente sobre a relação entre Doc e Big Foot (que vai muito além dos bicos na porta e das surras), e nem é exatamente por aquele momento da história em que o flower power foi consumido pelo cinismo das grandes corporações e a polícia se tornou mais violenta e os hippies deixaram de ser aqueles jovens adoráveis de pés descalços e se tornaram aqueles vagabundos fedendo a "peido e patchouli"... Ou talvez seja... Quem liga?
Certamente não Paul Thomas Anderson.
Ele apenas conta sua história com a maestria habitual, sua lendária direção de atores que já rendeu boas atuações de Adam Sandler e Mark Wahlberg (!!!!!!!!!!) segue boa como sempre, e o elenco recheado de estrelas ajuda.
Filmando em 35 mm. pelo cinematógrafo Robert Elswit, dando a cara dos anos setenta ao filme, sem nenhum arroubo visual ou trabalho esmerado de câmera, apenas deixando o elenco atuar ao som da trilha de Johnny Greenwood, recheada de Neil Young num filme que provavelmente não será unanimidade (tinha dois casais sentados a minha frente no cinema, e enquanto eu me levantava e juntava minhas compras para ir embora, eles faziam um verdadeiro debate a respeito de "sobre o que era o filme, mesmo?"), e nem é pra ser.
Vício Inerente se estende por duas horas e meia sem decolar porque flutua o tempo todo, bicho.

"-Michael Z. Wolfmann desapareceu.
-Então... Então, onde eu... Uh... Encontro ele?"

quarta-feira, 29 de abril de 2015

E o Novo Homem-Aranha?


E segundo o Latino Review, Asa Butterfield, um dos cinco atores que estariam disputando o papel de Homem-Aranha no Universo Cinemático Marvel, despontou como favorito do estúdio ao papel, deixando pra trás Matheus Ward (atr de Weeds, que teria sido testado mas nem estava na lista de finalistas), Liam James (O Verão de Minha Vida), Tom Holland (O Impossível), Timothee Chalamet (de Interestelar), e Nat Wolff (de A Culpa é das Estrelas, e um dos favoritos do estúdio junto com Butterfield).
Os candidatos são esses:
Tom Holland:

Liam James:

Timothée Chalamet:

Nat Wolff:

E Asa Butterfield:

Bem...
Olhando as fotos dos atores, fica bem claro que Chalamet e talvez Wolff, são os dois que mais se parecem fisicamente com o Peter Parker dos quadrinhos:

Claro, isso, por si, só, não é fator preponderante para o sucesso de um filme ou de uma interpretação. Christian Bale em nada lembra o Bruce Wayne de cabelos pretos e olhos azuis dos quadrinhos, mas, com seu talento, foi capaz de convencer o mundo de que era o Batman, deixando um enorme pepino no colo de Ben Affleck. A questão aqui, não é quem se parece mais com o personagem dos quadrinhos, mas quem se parece menos...
Justamente Butterfield.
Mais do que isso, Butterfield não só não se parece com o Aranha dos gibis, como guarda uma inegável semelhança física com Tobey Maguire.
E esse, é um problema, na humilde opinião deste nerd que vos escreve.
Se a Marvel está escolhendo Butterfield, de 18 anos, porque acredita que ele tem talento, e porque ele demonstrou em eventuais testes que pode ser um Homem-Aranha crível, ótimo. Eu serei o primeiro a aplaudir quando o filme for lançado.
Sou um devoto seguidor do mantra de que personagens são maiores do que seus intérpretes e, ainda que seja um grande fã de Andrew Garfield no papel de Homem-Aranha, sabia que, em algum momento, ele teria que ser substituído, assim como aconteceu com Bale, Reeve, Ledger, Connery e outros intérpretes memoráveis nos papéis de personagens icônicos.
Agora, se os estúdios Marvel pretendem emular o Peter Parker/Homem-Aranha de Maguire no UCM, eu vou entender isso como um covarde passo atrás do estúdio.
Muita gente ficou com a sensação de que Maguire era "a cara" do Homem-Aranha por uma razão primordial:
Não conheciam o personagem nos quadrinhos;
A primeira vez que viram o Homem-Aranha, foi na pele de Maguire nos filmes de Sam Raimi, que eram ótimos, mas não faaziam justiça ao seu personagem central (que, por sinal, não é o Homem-Aranha, mas o sujeito sob a máscara).
Ora, Maguire não se parece em nada com o Homem-Aranha dos quadrinhos, mas isso é o de menos. O grande problema da interpretação do ator de Regras da Vida, era a maneira canhestra, quase autista, que ele tinha de abordar o personagem.
Um Peter Parker passivo, disperso, inexpressivo, de lágrimas solitárias e mudez aturdida diante do desafio. Um verdadeiro desserviço ao personagem à medida em que todas essas características passaram a ser cobradas pelos fãs neófitos dos filmes, como se fossem o cerne do herói aracnídeo.
Uma das queixas mais frequentes de espectadores de O Espetacular Homem-Aranha, com Andrew Garfield, era a de que o ator de A Rede Social era "descolado", "rebelde", "bonito(?)", e tinha "atitude demais" para o papel.
"Ah, não gostei. Esse Homem-Aranha não é retardado...", eu cheguei a ler em uma rede social...
Por favor, "abigos", na primeira página de Amazing Fantasy 15, edição onde o Homem-Aranha e seu alter ego, Peter Parker, são apresentados, a primeira fala de Peter é convidando uma menina chamada Sally pra sair.
Vítima do bullying de Flash Thompson e dos outros atletas populares do colégio Midtown, durante essa mesma primeira história, Peter se refere a eles como idiotas e imbecis, e se convence de que não precisa de ninguém.
Ora! Esse não é exatamente o mesmo tipo de atitude demonstrada pelo Peter de Garfield no filme de 2012? Essa abordagem vingativa e rebelde do pária que, de repente se vê dono de grandes poderes?
Todo mundo critica a atuação de Garfield, (incluindo Kevin Fiege, que a taxou de "exagerada".), mas eu pergunto, o Peter de Tobey Maguire, incapaz de articular duas palavras diante de Mary Jane na primeira vez que ela lhe dirige a palavra com seus olhos esbugalhados e voz nasalada sempre se desculpando e caindo no choro quando as coisas davam errado era melhor do que o de Garfield (que, vá lá, também caía no choro um pouco demais)? Por que?
Se na identidade civil a abordagem de Andrew já superava a de Tobey, e de uniforme, então?
O Homem-Aranha quase mudo do inchado Maguire (que mal conseguia se mexer dentro do uniforme com a armadura de músculos de espuma) não dava pra largada com o esguio cabeça de teia piadista e troll vivido por Garfield (estranhamente uma das qualidades que Fiege considera fundamentais no Homem-Aranha).
As pessoas confundem os melhores filmes (dirigidos por Raimi e estrelados por Maguire) com a melhor atuação, e a abordagem mais correta do personagem (para a imensa maioria dos fãs de quadrinhos familiarizados com o herói, de Garfield, um ator com muito mais recurso do que Maguire).
Andrew Garfield foi o Homem-Aranha certo nos filmes errados, enquanto Maguire foi um Peter Parker (e especialmente um Homem-Aranha) apenas OK em filmes sensacionais (menos o terceiro).
Se a Marvel, enquanto estúdio, resolver emular Tobey Maguire em um filme para agradar às viúvas do ator descaracterizando o personagem dos quadrinhos, eu vou ficar muito desapontado. Especialmente pelo desperdício da chance que a Casa das Ideias tem de estabelecer, de uma vez por todas, a personalidade do herói como deveria ser, em filmes capazes de rivalizar em qualidade, com os Homem-Aranha de 2002 e 2004.
Tomara que a Marvel não desaponte aos fãs do aracnídeo.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Rapidinhas do Capita


E Bryan Singer publicou a primeira foto de Kodi Smit-Mcphee comoo o Noturno adolescente de X-Men - Apocalypse:


James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, e Nicholas Hoult retornam a seus papéis de X-Men - Primeira Classe e X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido.
X-Men: Apocalypse, também contará com o retorno de Rose Byrne como Moira MacTaggert, Evan Peters no papel de Mercúrio, Lucas Till como Destrutor mais os novatos Alexandra Shipp como Tempestade, Sophie Turner, a Sansa de Game of Thrones, como Jean Grey, Kodi Smit-McPhee no papel de Noturno, Ben Hardy como o Anjo, Tye Sheridan é o novo Ciclope e a gostosona Olivia Munn como Psylocke.
Oscar Isaac é o vilão título.
Bryan Singer dirige X-Men: Apocalypse que estréia em 27 de maio de 2016 com roteiros de Simon Kinberg com Mike Dougherty e Dan Harris..
Kindberg, inclusive postou a primeira foto das recém iniciadas filmagens, mostrarando um set retratando um cinema dos anos oitenta. Olha o filme em cartaz:


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E o Homem-Aranha da Marvel ganhou um possível título:
Homem-Aranha - O Novo Vingador.
Apesar de parecer um título horrível, está bem contextualizado com o que a Marvel vem fazendo, a remoção de numerais dos títulos dos filmes, e até dialoga com Capitão América - O Primeiro Vingador, por exemplo...
O longa, ainda sem diretor (mas especulado para ser dirigido por Drew Goddard, para quem, antes de Demolidor, eu torcia o nariz), estaria procurando por seu novo protagonista (um Aranha novamente adolescente) entre cinco atores:
Liam James, da série The Killing, Timothee Chalamet, de Interestelar, Tom Holland, de O Impossível, Asa Buterfield, de A Invenção de Hugo Cabret, e Nat Wolff de A Culpa é das Estrelas.
O Homem-Aranha da Marvel deverá ser lançado em 2017, mas o personagem já pode aparecer em Capitão América - Guerra Civil, no ano que vem.

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E Daniel Brühl confirmou ao The Independent que viverá o vilão Barão Helmut Zemo em Capitão América - Guerra Civil.
Contratado há algum tempo, o papel do ator alemão de Bastardos Inglórios e Rush - No Limite da Emoção, seguia sendo alvo de especulações.
Capitão América - Guerra Civil será dirigido por Joey e Anthony Russo, e estréia no ano que vem.

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Ah, parabéns ao Empate, que ontem se tornou a segunda força do futebol no estado do Rio Grande do Sul. O placar do confronto agora mostra 405 clássicos com 152 vitórias coloradas, 127 empates, e 126 vitórias do co-irmão.

sábado, 25 de abril de 2015

O Gramado


Quando criança, o Lizandro tinha um porco-da-índia. Era uma pequena bola de pelos branca e preta que atendia pelo nome de Floquinho. O porco fora batizado pela mãe de Lizandro, sob protestos do mesmo, que queria que o animal se chamasse "Rompeferro". Por alguma razão, àquela ápoca de seus seis, sete anos, era importante que seu animal de estimação tivesse um nome poderoso, que evocasse grande capacidade de destruição e hombridade, ainda que a possibilidade de o porco-da-índia efetivamente romper ferro, fosse bastante escassa, para se dizer o mínimo.
À revelia de sua vontade, Rompeferro foi Floquinho, mesmo, e Lizandro, em seu desapontamento infantil por não poder treinar um porco-da-índia de guerra, ainda soube encontrar em seu coração pré-púbere, a capacidade de amar um animalzinho como apenas as crianças são capazes.
Ele alimentou o pequeno roedor com ração, maçãs e couve-flor, deu-lhe água e limpou sua gaiola, e chegou a dormir com o peludo mascote deitado sobre seu peito.
Eventualmente, Lizandro foi à praia, deixando Floquinho sob os cuidados da avó, e, ao voltar, descobriu que o bichinho fora dado à um amigo que criava porcos-da-índia em seu sítio na grande Porto Alegre.
Um código para "seu porco-da-índia morreu", que Lizandro, então, não tinha malícia para compreender, de modo que ficou, até, satisfeito por Floquinho ter ido para um lugar bacana, com vários outros roedores de igual tamanho e ruminante propósito de vida.
A bem da verdade, uma única coisa incomodava Lizandro no cenário falso proposto por sua família:
O tamanho do campo onde Floquinho ficaria.
Quando sua avó e mãe lhe garantiram que o campo era "enorme", Lizandro ficou preocupado.
Ele se lembrou de uma vez em que levara seu porco-da-índia-de-guerra para a escola para um mostre-e-explique, e, na volta, soltou o animalzinho no gramado ao redor do monumento aos açorianos, na esperança de ver o roedor se divertir solto no meio do capim.
Para sua surpresa, porém, Floquinho não fez isso. Com os sentidos de animal de gaiola sobrecarregados pela imensidão relativa do gramado, Floquinho observou o arredor com seus olhos esbugalhados, e escalou os pés de Lizandro, aparentemente ansioso por voltar para sua gaiola, e a segurança de suas refeições entregues à boca várias vezes ao dia, como se, o que via diante de si, fosse demais para registrar.
Eventualmente a mãe e a avó de Lizandro o convenceram de que o "enorme campo" de Floquinho estaria repleto de outros animais de mesma espécie e tamanho, de modo que ele não se sentiria oprimido pela grandeza a seu redor. E Lizandro, pensando que se o nome de Floquinho houvesse sido Rompeferro, ele não teria medo de um gramado grande, acabou aceitando, reconfortado, a ideia de seu pequeno amigo ter encontrado sua "liberdade" entre iguais.
Mais tarde Lizandro descobriu que seu porco-da-índia morrera enquanto ele estivera ausente. Chegou a experimentar um momento de revolta ao se dar conta que fora enganado pela mãe e a avó. Mas superou. Os porcos-da-índia eram criaturinhas de vida curta, e ele se convenceu que a mentira que ouvira fora contada pensando em seu próprio conforto.
Uma coisa, porém, que nunca saiu da cabeça de Lizandro, foi a vez em que liberou Floquinho no gramado para que ele experimentasse a satisfação de correr... Lizandro achava muito curioso que, diante a possibilidade de viver seu cenário ideal, Floquinho tivesse se acovardado como fora o caso.
Lizandro nunca havia entendido aquilo.
Até recentemente...
Lizandro se viu diante de uma situação semelhante ao ser confrontado com um amor tão grande, que o assustava.
Raquel.
Raquel era o cenário ideal de Lizandro. Sua voz, seu riso, sua pele, seus cabelos, mãos e pernas eram tudo o que o Lizandro podia sonhar na vida. Tudo o que ele queria ter. Toda a interação com Raquel, era fogos de artifício e final de campeonato para ele. Tudo o que ela fazia, ecoava no seus sentimentos, e, de repente, Lizandro se viu sobrecarregado pelo que sentia.
Ao notar como uma palavra trocada com ela o afetava, como lhe incomodava o fato de algum percalço surgir entre os dois, ao perceber que não tê-la visto ou ouvido uma palavra dela por um dia, ou dois, o incomodava demais. Que imaginá-la se divertindo, feliz, sem ele estar por perto, o deixava mais que azedo, amargo.
E Lizandro, de olhos esbugalhados, e envergonhado pela forma como se sentia, resolveu voltar para sua gaiola, e deixar o gramado para Raquel, que sabia aproveitá-lo, e merecia fazê-lo sem as neuras de outrem a atravancar-lhe o caminho.

O Coringa de Jared Leto

Meio de surpresa a Warner revelou a primeira foto de Jared Leto caracterizado (de certa forma) como o mais tradicional inimigo do Batman. Confira o estranhíssimo visual do roqueiro oscarizado como o príncipe palhaço do crime:


Então? Sou eu que estou azedo ou é muito pouco Coringa?
Enfim... Depois de ter torcido o nariz para Heath Ledger eu aprendi a ser paciente.
Além de Leto, o filme do Esquadrão Suicida dirigido por David Ayer conta ainda com Will Smith como o Pistoleiro, Joel Kinnaman como Rick Flagg, Jay Courtney como o Capitão Bumerangue, a delicinha Margot Robbie como Harley Quinn, e Viola Davis como Amanda Waller, entre outros.
O filme estréia em 5 de agosto do ano que vem.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Resenha Cinema: Os Vingadores - Era de Ultron


Três anos se passaram desde que houve um dia, um dia como nenhum outro, quando os maiores heróis da Terra se uniram contra uma ameaça comum, de lá pra cá, o Homem de Ferro teve seu terceiro filme, e Thor e Capitão-América seus segundos filmes. A Marvel nos mostrou os Guardiões da Galáxia, e deixou bem claro que Thanos é o cara a ser temido no universo Marvel, e veio outro dia, como aquele de três anos atrás, em que os maiores heróis da Terra se reuniram, para enfrentar uma nova ameaça. Ou meio que limpar a bagunça deixada da primeira vez...
No caso, o Cetro de Loki (Tom Hiddleston), agora nas mãos de um dos cabeças da Hidra, Barão Von Strucker (Thomas Kretschmann), conforme vimos na cena pós-créditos de Capitão América - O Soldado Invernal.
Os Vingadores estão atacando com extrema violência um complexo militar da Hidra na base de uma montanha nevada na República da Sokovia (que deve ficar perto da Symkaria e da Latvéria, mas ninguém confirmou).
Lá, em uma bem orquestrada ação (com direito a um plano sequência nos moldes daquele que derrubou queixos no longa de 2012), os Vingadores recuperam o cetro, e conhecem os gêmeos Maximoff, Pietro e Wanda (Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen), dois jovens com um passado traumático envolvendo a tecnologia bélica Stark que se submeteram aos experimentos de Strucker e se tornaram mais do que humanos, mas eles não são a ameaça principal...
De volta a Nova York, após estudarem o cetro, Stark (Robert Downey Jr.) e Banner (Mark Ruffalo) percebem que a energia contida no artefato pode ser a chave para criar a inteligência artificial definitiva:
Ultron.
Um projeto dos dois cientistas descrito por Tony como "uma armadura ao redor do mundo".
Como não poderia deixar de ser, a criação de Stark e Banner, na melhor tradição de Frankenstein, se volta contra seus criadores.
Ao se tornar senciente, Ultron (Um ótimo James Spader) imediatamente percebe que, para salvar o mundo, ele deve fazê-lo evoluir, e, para tal, ele precisa de duas coisas:
Um evento de extinção que force a humanidade a dar o próximo passo, e a destruição dos Vingadores.
É a partir de então que começa a corrida de proporções globais do robô assassino para, com a ajuda dos gêmeos Maximoff, pôr em prática seu plano, e do Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Viúva Negra (Scarlett Johansson), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Homem de Ferro e Hulk para tentar impedi-lo, uma batalha que talvez, seja demais mesmo para os maiores heróis da Terra vencerem sozinhos!
Como era de se esperar, Os Vingadores - Era de Ultron é extremamente divertido. O filme tem um escopo ainda maior do que o longa original, levando os heróis a diversas partes do globo (Os Vingadores passam, além da Sokovia e Nova York, por África do Sul e Coréia). A sinfonia de desastre é constante, com batalhas imensas (nenhuma tão abissal quanto a sequência final, com o "meteoro" de Ultron) e sequências de luta tão repletas de elementos que por vezes quase fica difícil entender o que está havendo na tela. Por sorte Joss Whedon, diretor e roteirista do longa, não é um marinheiro de primeira viagem, e sabe que é necessário mais do que milhares de robôs enfrentando meia-dúzia de super-heróis pra fazer um filme, por isso, nos momentos de respiro, as sementes da Guerra Civil são plantadas de maneira sutil, mas clara nos diálogos entre Steve Rogers e Tony Stark, a Guerra do Infinito se torna uma sombra distinta no horizointe do universo Marvel nas visões de Thor, e há até espaço para surpreendentes revelações da vida de Clint Barton, o Gavião Arqueiro, que ganha um pouco mais de espaço no filme, e um hesitante, porém terno, romance entre Natasha Romanoff e Bruce Banner.
Infelizmente, nem tudo são flores em Os Vingadores - Era de Ultron. Apesar de James Spader fazer um ótimo vilão (Ultron é, basicamente, uma versão de Tony Stark, então ele sempre tem uma tiradinha sarcástica na ponta da língua, e uma amoralidade algo magnética), com um plano que, à sua maneira, é cheio de lógica, e o passado dos gêmeos Maximoff, Mercúrio e Feiticeira Escarlate, dar lastro tanto às suas ações do lado do mal, quanto à virada de casaca de ambos pela metade do filme, o desfecho parece demasiado apressado, e fácil.
Quando o sintozóide Visão de Paul Bettany surge, cheio de questões filosóficas e uma ingenuidade típica de quem "nasceu ontem", não dá pra deixar de ouvir ecos do apressado e inócuo final de Homem de Ferro 2.
Apesar disso, Os Vingadores - Era de Ultron funciona, conseguindo se equilibrar entre a pirotecnia e a megalomania, sem abrir mão de sua alma ou de seu background (o tom melancólico e sombrio do trailer é solenemente ignorado no filme, que não abre mão de suas tradicionais piadinhas), graças tanto a Whedon, quanto a um elenco numeroso (que conta ainda com Samuel L. Jackson, como Nick Fury, Cobbie Smulders como Maria Hill, Don Cheadle como Jim Rhodes/Máquina de Combate, Anthony Mackie como Sam Wilson/Falcão, Haley Atwell como Peggy Carter e Andy Serkis como Ulysses Claue) que já veste o uniforme colorido de super-herói como se fosse sua própria pele.
Os Vingadores carece do impacto do primeiro longa (não existe uma cena como o murro do Hulk no leviatã, ou a tomada da equipe unida costas às costas no meio da tela), mas sucede em sua missão. Provavelmente será outro êxito de bilheteria tão grande quanto o primeiro longa, mas seria bom que a Marvel não sentasse sobre seus louros, e continuasse a elevar o nível.
Ah, na sessão que eu assisti, houve apenas uma cena pós-créditos, aquela já conhecida envolvendo Thanos. A cena não confirmada do Homem-Aranha não deu as caras.).

"Se você sair por aquela porta, você é uma Vingadora."

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Balde de Água Fria


Vinham andando os dois pela rua, braços dados. Ela com a cabeça deitada no ombro dele. Fosse outra pessoa, aquela proximidade toda podia fazê-lo sentir desconfortável. Com ela, não.
Mesmo se não fosse um dia de temperatura amena. Mesmo se não fosse um feriado particularmente preguiçoso. Mesmo se ela não cheirasse a limonada.
Enfim, vinham andando juntos, braços dados pela José Bonifácio, aproveitando a calmaria de uma tarde morna. Sentaram no meio fio da calçada, quase em frente ao monumento à FEB junto ao Colégio Militar, e ela se pôs a comer um algodão doce recém comprado de um ambulante enquanto ele sorvia com sofreguidão uma lata de Coca-Cola.
Ela apanhou um bocado do algodão com os dedos finos e levou à boca dele, que, meio desajeitado, comeu. Ato contínuo, automático, lambeu-lhe os dedos.
Não fora com nenhuma segunda intenção. Por Odin, não fora. Ele jamais faria aquilo com segundas intenções, não faria, até, porque não via nada de sexy em um homem lambendo os dedos de uma mulher, embora achasse a situação invertida extremamente sensual, e, inclusive, lhe avivasse memórias particularmente agradáveis.
Ainda assim, enquanto ele lambia os dedos dela, apanhando os fiapos de algodão doce ainda colados à sua pele, ela disse:
-Devagar aí, paladino, senão tu vai ter que me levar pra um quarto.
Ele, muito sem graça, parou.
Ela viu que ele ficou sem jeito.
-Tu ficou vermelho.
-É... - Ele respondeu. -Eu sei...
Ele era do tipo que ruboriza. Qualquer coisa o fazia ruborizar. Não existia nem sequer uma coisa específica que o fizesse ficar vermelho. Várias situações faziam o sangue subir-lhe à face, raiva, excitação e, mais comumente, vergonha. Como era o caso, então.
O pior de ruborizar, ao menos para ele, era a consciência de estar ruborizando. Ele sempre sabia que havia ruborizado. Sentia o calor subindo-lhe do pescoço até a testa.
O fato de saber que estava vermelho, apenas causava-lhe mais vergonha. E, quando um interlocutor frisava-lhe que ele estava vermelho, piorava ainda mais.
-Achei que a essas alturas eu não conseguisse mais te ruborizar. Foi bom encontrar um sopro de vida. - Ela disse, maldosa.
-Ah, acredite, é mais difícil fazer eu perder o rubor do que o contrário, blondie.
Ela assobiou o tema imortal de Ennio Morricone para Três Homens em Conflito.
Os dois riram.
-E aí? Ansioso pro Vingadores 2, amanhã?
Ele riu:
-Tu já deve ser a sétima ou oitava pessoa que me pergunta isso nos últimos dias... Eu devo ter "nerd" escrito na minha testa em letras garrafais...
-Tu tem. - Ela confirmou, solene.
Os dois riram de novo.
-Eu sei. - Ele assentiu. -Até a guria do caixa do mercado me perguntou isso ontem, quando eu fui comprar meu almoço. "Vai ver Vingadores: A Era de Ultron, quinta?".
-Nossa. Ela sabia até o nome, certinho...
-Sabia. Ela era nerd. E acho que o radar nerd dela era melhor que o meu, eu nunca ia imaginar que ela curtia essas coisas, mas ela tava sabendo até que o Capitão-América 3 ia ser Guerra Civil, e que o Homem-Aranha ia aparecer... Acho que eu devia ter pedido ela em casamento... - Ele riu.
-Mas e aí? Ansioso, ou não?
-Quer saber? Já estive mais ansioso, pra ser bem franco. Se tu tivesse me perguntado isso na semana passada, eu provavelmente estaria roendo as unhas. Hoje, estou a fim de ver o filme, e só...
-Efeito Demolidor?
-Um pouco... Talvez seja um pouco isso, sim.
-E o que mais?
-Ah, baldaços de água fria que a vida nos dá. Nada que uma vitória de goleada do Inter sobre o The Strongest e duas horas dos Heróis mais Poderosos da Terra não me resolvam, amanhã.
-E hoje? Alguma coisa que possa preparar o terreno pro Colorado e os super-heróis?
-Até tinha, mas tu cortou meu barato na hora em que eu comecei a chupar teus dedos.
Ela riu dando-lhe um soco no braço e o chamando de idiota.
Não há estrago causado por um balde de água fria que algodão-doce, Coca-Cola e uma amizade verdadeira não conserte.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Homem-Aranha em Vingadores - Era de Ultron?

E surgiu ontem a notícia de que a segunda cena pós-créditos de Vingadores - Era de Ultron, pode apresentar ninguém mais ninguém menos que o amigão da vizinhança, o espetacular Homem-Aranha.
O herói apareceria em uma cena pós-créditos secundária (depois de rolarem todas as letrinhas), após a cena já confirmada por Joss Whedon, estrelada por Thanos e a Manopla do Infinito.
Quer dar uma espiada enquanto não tiram do ar?



O uniforme parece basicamente o mesmo de O Espetacular Homem-Aranha 2, e até a voz do herói lembra a de Andrew Garfield (Que, já foi confirmado, não estará no filme já que Kevin Fiege, presidente dos estúdios Marvel, esculachou a interpretação do ator nos longas mais recentes do herói). O jeitão galhofeiro com que o herói é apresentado vai de encontro aos desejos de Fiege para o cabeça de teia, descrito recentemente por ele como um garoto tímido de Queens que, quando veste a máscara fala sem parar enquanto surra bandidos.
O lance é esperar pra ver.

domingo, 19 de abril de 2015

Resenha Cinema: CHAPPiE


Lembra do filme The Wonders, dirigido por Tom Hanks?
Era um filme a respeito de uma banda de um sucesso só, que se tornam reféns de um único hit para o resto de sua vida.
Bem, após um muito promissor início de carreira com Distrito 9, o realizador sul-africano Neil Blomkamp deu uma escorregada com Elysium, que se não era horrível, desapontava bastante na comparação com o trabalho de estréia do diretor, e agora, antes de debutar na franquia Alien, tentou voltar aos bons tempos com esse CHAPPiE.
A tentativa de retomar o caminho de Distrito 9, talvez nem seja proposital, mas que o filme dá toda a pinta de ser uma tentativa de voltar a terreno conhecido, ah, dá.
Estão lá todos os expedientes que nós havíamos visto em Distrito 9, do início, com documentários e entrevistas dando o panorama geral do universo do filme, às minorias marginalizadas, ao herói improvável ao vilão milico e filho da puta, às sequências filmadas por câmeras de vigilância... Tudo bastante familiar para quem viu o filme debute de Blomkamp.
Até mesmo o cerne da história é o mesmo:
A metamorfose.
A grande diferença é que, aqui, temos, não um sujeito escroto se transformando em uma criatura que desprezava, mas uma coisa se tornando um ser vivo.
CHAPPiE abre na África do Sul de 2016. Com uma altíssima taxa de criminalidade batendo nos 300 homicídios diários, Johanesburgo se volta a empresa TETRAVAAL, um complexo bélico de capital aberto capitaneado pela executiva durona Michelle Bradley (Sigourney Weaver). É a TETRAVAAL quem fornece à polícia de "Joburg" os robôs policiais autônomos que, mesmo sem serem armamentos indestrutíveis, são eficientes o bastante para derrubar de maneira significativa a criminalidade na metrópole.
Entretanto, o criador dos robôs "Scout", Deon Wilson (Dev Patel), não está satisfeito com o sucesso da empreitada. Ele deseja mais. "Mais", no caso, seria imbuir suas criações com verdadeira inteligência artificial, tornando máquinas capazes de criar, aprender e sentir como criaturas vivas de fato.
Obviamente essa ideia é rechaçada de imediato por Bradley, mas quando o azarado robô scout 22 é parcialmente destruído em uma batida policial, Devon percebe a oportunidade de testar sua criação à revelia da vontade da chefe.
Devon rouba o robô defeituoso, e o leva consigo, atraindo a atenção do desenvolvedor rival Vincent (Hugh Jackman, vestido como um idiota e com um corte de cabelo de retardado), que teve seu projeto ALCE rejeitado pela TETRAVAAL devido ao sucesso dos scouts de Devon (E talvez porque o ALCE pareça demais com ED-209 de RoboCop...).
Saindo da TETRAVAAL para promover seu experimento estilo Frankenstein e criar vida, Devon é sequestrado pelos traficantes de drogas Ninja, Yo-Landi (vividos pelos punk-rappers Ninja e Yo-Landi Vi$$er. Acredite, é tão ruim quanto parece) e Amerika (Jose Pablo Cantillo), que o levam a seu esconderijo na esperança de que o criador dos robôs possa desligá-los(?).
Quando são convencidos por Devon de que seu brilhante plano é irrealizável, os traficantes estão prestes a matá-lo quando descobrem o robô policial parcialmente destruído em sua van, e obrigam o cientista a ligar a máquina com seu projeto de inteligência artificial ativado, o que lhes dará a oportunidade de usá-lo para seus propósitos (no caso cometer um bom assalto e roubar vinte milhões de rands para pagar um chefão do crime).
O experimento, porém, não ocorre como os marginais imaginavam já que o robô, batizado Chappie (interpretado pelo ator-fetiche de Blomkamp, Sharlto Copley), ganha consciência como se fosse um enorme bebê metálico.
A inesperada condição de Chappie desperta insuspeitos instintos maternais em Yo-Landi, que passa a tratar o robô como a um filho.
Enquanto Deon e Yo-Landi tentam imbuir o "recém-nascido" com noções de certo e errado, amor e criatividade, Ninja e Amerika se põe a colocar Chappie em situações de risco mortal de modo a forçá-lo a participar de seu grande assalto.
Ao mesmo tempo, Vincent percebe que a nova criação de seu rival pode ser sua chance de acabar com os tiras robôs e tornar sua criação o salvador da pátria, um plano que tem pela frente um único obstáculo:
O ingênuo Chappie.
Então... A premissa não chega a ser particularmente inspirada, mas poderia, se bem executada, resultar em um filme ligeirinho, divertido e, quem sabe até, com alguns momentos emocionantes, daqueles de deixar os olhos marejados no cinema e depois fazer a gente ficar com vergonha de quase ter chorado.
Infelizmente a execução de CHAPPiE não é boa.
Ainda que o robô título seja simpático e até divertido em sua interpretação infantil do mundo, ele não é nenhum Baymax, ou a Samantha de Ela, talvez seu eco mais similar seja o Johnny-5 de Um Robô em Curto Circuito. Não demora para que suas aspirações sejam derrubadas pelo andamento do filme, tocado meio na porradaria por Blomkamp, sem deixar que os personagens se desenvolvam.
Devon, por exemplo, é interpretado do jeito que dá por Dev Patel, mas simplesmente não tem estofo para atrair a atenção.
Os bandidos Ninja e Yo-Landi, que tinham potencial já que são personagens teoricamente mais profundos e multidimensionais morrem em um par de "intérpretes" absolutamente sofríveis. Weaver mal e mal aparece e Hugh Jackman é relegado à uma caricatura de vilão tão impossivelmente besta que chega a dar pena do nosso eterno Wolverine.
Ainda que cheio de boas ideias, flertando com uma crítica ao consumismo excessivo de uma geração de idiotas retratada de maneira não muito sutil pelo adesivo de "rejeitado" na testa de Chappie, e embasando-se em questões pungentes como o que nos torna humanos, CHAPPiE não decola, nem empolga, sendo, quando muito, um bom programa para um solitário sábado à noite.
Melhor sorte em Alien, Blomkamp.

"Eu só quero viver!"

sábado, 18 de abril de 2015

Teaser trailer de Batman v Superman: Dawn of Justice

E ontem o teaser de Batman x Superman - A Origem da Justiça foi publicado na internet. Na prévia, repleta do bravado machão de Zack Snyder, vemos Ben Affleck como Batman e Bruce Wayne, ouvimos a voz de Lex Luthor (Jesse Eisenberg), e percebemos que o vilão careca está envenenando a humanidade (Batman incluído) contra seu salvador interestelar, a prévia termina com a ameaça velada do Darth Batman:
Diga-me... Você sangra? ...Vai sangrar.



Não sei se Batman V Superman vai ser bom ou mau filme, mas divertido, acho que é inegável que será.

Resenha Série: Demolidor (parte 1, de 2)


Eu sempre gostei do Demolidor. Acho que sou uma das poucas pessoas que já gostava do personagem antes da fase Miller. Me lembro de ler suas histórias na extinta Heróis da TV, da Abril, e já curtir o personagem.
Era um defensor do longa de Mark Steven Johnson estrelado por Ben Affleck (ao menos da versão do diretor. Menos confusa e apressada do que a versão de cinema), e sou, hoje, um leitor voraz das histórias atuais do herói, e um colecionador das histórias antigas.
Fiquei feliz quando soube que os direitos do diabo da guarda de Hell's Kitchen haviam revertido da Fox para a Marvel, e mais ainda quando vazou a notícia de que o diretor Joe Carnahan, de Narc e A Perseguição gostaria de fazer um filme retratando o Demolidor numa fita de época passada nos anos setenta.
E confesso que, como um fã declarado de Matt Murdock, eu fiquei, mais do que triste, me sentindo horrivelmente traído quando foi anunciado que o personagem não seria aproveitado no cinema, mas sim, na TV.
Explica-se:
Sou um reconhecido e rematado enjoado pra séries de TV.
Tenho dificuldade pra acompanhar séries. Acho chato, complicado e aborrecido ficar refém dos horários da TV. Mesmo séries que assisti e de que gostei muito, como House, Prision Break, E.R., Breaking Bad e 24 Horas, foram abandonadas por mim à certa altura, simplesmente porque, chega um momento, em que, no meu entender, ou elas começam a se estender demais, ou o espaço entre as temporadas fica muito longo e eu perco o interesse, ou tudo isso ao mesmo tempo.
Não ajudou o fato de eu ter tentado assistir Smallville, Arrow, Flash, Agents of S.H.I.E.L.D. e Gotham e ter achado todas elas muito, muito, muuuuuito chatas, e nem a que achei razoável, Agent Carter, ter conseguido me segurar.
Aliás, é muito importante que uma série me agarre no episódio piloto. Se naquele primeiro contato, a série não tem atrativos que me façam querer continuar assistindo, eu simplesmente não continuo.
Não tenho a paciência para "esperar a série se desenvolver", se em dois ou três capítulos a coisa não andar, adeus, amor. Casos de Lost e Fringe.
Ainda assim, era o Demolidor, figura perene no meu seleto Top-5 de super-heróis preferidos, em uma produção da Marvel em parceria com o Netflix, uma instituição em termos de qualidade de produção. Os trailers e as artes de divulgação haviam sido interessantes. E gente que eu levo muito a sério me recomendou o programa.
Resolvi arriscar, assinei o Netflix, e assisti ao primeiro episódio da série pelo meu videogame. E quer saber?
Fui fisgado.
Demolidor é excepcional, nos últimos dias, assisti aos treze episódios da primeira temporada (que vou começar a rever), que agora, recebe um pequeno guia de episódios resenhados.
A eles:
Episódio 1: Into The Ring


Uma jovem chamada Karen Page (Deborah Ann Wool) é acusada do homicídio de um colega de trabalho. Dois jovens advogados de uma firma recém aberta, Franklin "Foggy" Nelson e Matthew "Matt" Murdock, aceitam defendê-la como seu primeiro caso.
O primeiro episódio da série abre com o acidente que custou a visão de Matt, cegado pela exposição a produtos químicos que caíram em seus olhos após empurrar um idoso da frente de um carro desgovernado.
Daquele momento, quando o pai do menino, Jack Murdock, o segura em seus braços ouvindo os gritos desesperados do filho que não pode mais ver, seguimos para o presente, onde um Matt Murdock (Charlie Cox) já adulto, está sentado no confessionário falando de seu pai com o padre Lantam (Peter McRobbie).
Essa cena, sozinha, já é melhor que todo o longa metragem de 2003. Ali, tudo o que a audiência precisa saber sobre Matt Murdock, é revelado.
Ele é um homem religioso. Ele acredita em fazer o que é certo. Ele amava seu pai. E ele tem um lado sombrio que tenta manter direcionado para o bem.
Matt é um advogado, ele e seu amigo e sócio Foggy Nelson (Elden Henson) estão abrindo um escritório de advocacia em uma parte da cidade destruída por um grande incidente pouco tempo atrás (sim, a invasão Chitauri de Loki em Os Vingadores), e é em meio aos esforços de reconstrução da metrópole que os ratos começam a sair da toca para tirar uma casquinha da reconstrução.
Não super-vilões em naves estelares ou em trajes mecanizados, mas bandidos, aproveitadores e gangsteres, todos operando dentro de uma pirâmide criminosa com alguém no topo, operando nas sombras.
Funcionando dentro de uma estrutura bastante convencional de piloto de série de TV, o episódio 1 da série dá seu recado, e termina com o tabuleiro montado para a sequência da temporada.

Episódio 2: Cut Man


Após perseguir e confrontar um grupo russo de traficantes de pessoas, Matt é gravemente ferido e acaba dentro de uma lixeira.
A enfermeira Claire (Rosario Dawson) o acolhe e o trata, ajudando-o a se recuperar e resgatar um menino sequestrado pelos criminosos.
O segundo episódio de Demolidor vai bem além do bom primeiro capítulo. Enquanto é tratado por Claire, Matt relembra de sua infância, quando ele próprio era o "cut man" de seu pai boxeador. O episódio inicial já havia sido muito bom, mas é esse segundo capítulo que, de fato, manda tudo pro inferno.
Mostrando um pouco mais do passado do protagonista, em uma série de belos flashbacks retratando os dias finais de Jack Batalhador Murdock e sua amorosa relação com o pequeno Matt, Cut Man ainda mostra Matt indo até seus limites para obter informações com a ajuda de sua salvadora, e encerra com uma sensacional cena de luta, filmada em um violentíssimo plano-sequência ao estilo The Raid.
De tirar o fôlego.

Episódio 3: Rabbit in a Snow Storm


James Wesley (Tody Leonard Moore), consigliere do misterioso chefão do crime de Nova York cujo nome não deve ser pronunciado, vai até a firma de Nelson e Murdock, e lhes oferece um caso muito bem pago:
Defender um homicida.
Ao mesmo tempo, Wilson Fisk (Vincent D'Onofrio), visita a galeria de Vanessa Marianna (a bonitona Ayelet Zürer).
Demolidor segue sem medo de mostrar violência extremamente gráfica nesse terceiro episódio, que abre com uma brutal cena de assassinato e finaliza a construção da persona do Rei ao mostrar como, mesmo as pessoas mais perigosas, temem o chefão cujo nome ainda não havia sido mencionado.
Além disso, finalmente coloca Matt e Foggy no tribunal, e tem uma das melhores apresentações de um vilão que eu já vi, quando Wilson Fisk diz a Vanessa como uma pintura o faz sentir.
No mesmo episódio, a apresentação do repórter Ben Urich (Vondie Curtis-Hall).

Episódio 4: In The Blood


Os traficantes de gente russos liderados pelos irmãos Vladimir e Anatoly Ranskahov sequestram Claire para tentar descobrir a identidade do misterioso mascarado de preto que tem deitado a porrada em seus homens.
Com a enfermeira em perigo, Matt sai no encalço dos russos, obrigando-os a aceitar os termos do acordo proposto por Fisk. Entretanto, interromper o jantar o Rei do Crime, pode não ser uma grande ideia.
Esse episódio pertence a Vincent D'Onofrio. Fugindo de todos os clichês vilanescos que poderiam ter sido a ruína do personagem, o ator entrega uma interpretação tímida, contida, até frágil durante seu encontro com Vanessa, para, mais tarde, mostrar do que é que todo mundo se caga de medo ao disciplinar Anatoly.
Mais um ótimo episódio, ajudando e estabelecer Wilson Fisk como o mais complexo vilão da Marvel em uma mídia além dos quadrinhos, e Demolidor como a mais adulta obra da Marvel enquanto produtora.

Episódio 5: World on Fire


Fisk incrimina o Demolidor por um assassinato para distrair seus adversários e colocar em prática seu plano-mestre para a reconstrução de Nova York. Ao mesmo tempo, Foggy e Karen começam uma investigação para auxiliar uma senhora explorada por seu senhorio abusivo.
Com momentos ternos entre Claire e Matt, Vanessa e Wilson, e até entre Karen e Foggy, o episódio até poderia ser classificado como o menos urgente da temporada, ou o momento fofo da série, mas em Demolidor, mesmo os momentos ternos guardam as suas explosões (Prova disso é quando Matt explica a Karen o que ele "vê" quando seu cérebro processa as informações que seus quatro sentidos e mais seu radar entregam, montando um mosaico de mundo em chamas. Belo e vivo, porém caótico.), como Wilson e Vanessa, ternamente observam, de mãos dadas, a destruição orquestrada pelo Rei em Hell's Kitchen.
Outro ótimo episódio com final estilo cliffhanger de fazer roer as unhas.
Se fosse na TV e tu tivesse que esperar uma semana pra assistir a sequência, chegaria lá sem as pontas dos dedos.

Episódio 6: Condemned


Hell's Kitchen faz jus ao nome conforme uma série de explosões destrói inúmeros quarteirões do bairro, tudo um plano de Wilson Fisk e seu sindicato do crime para incriminar o Demolidor e facilitar a reconstrução do bairro. Em meio ao caos instaurado pelo Rei do crime, o Demolidor tenta escapar do bairro carregando um moribundo Vladimir Ranskahov consigo, na esperança de que o gângster possa lhe dar informações que levem Fisk à justiça.
O melhor episódio da temporada até então. Graças a Odin que a Netflix colocou tudo na grade de uma vez, porque se fosse na TV, esse seria o Midseason finale, e nós passaríamos um mês ou dois arrancando os cabelos esperando pra seguir acompanhando as aventuras do diabo da guarda de Hell's Kitchen.
É até difícil escolher o melhor momento de Condemned, talvez seja o primeiro confronto de Matt com Wilson. Um confronto travado verbalmente, através de um walkie-talkie, e ainda assim, incrivelmente tenso e poderoso, fazendo valer cada momento gasto nos episódios anteriores edificando as personas do Demolidor e do Rei.
Talvez a jornada de Matt e Vladimir, com o mafioso russo passando gradativamente de inimigo e peso a aliado e salvador do herói, tudo isso enquanto Fisk puxa o tapete de Matt expondo-o à opinião pública como um monstro e um terrorista.
Brilhante.

A segunda parte está logo aqui embaixo.

"-Advogado de dia, vigilante à noite. Como diabos isso funciona?
-É... Eu te digo quando descobrir."

Resenha Série: Demolidor (parte 2 de 2)


Concluindo o guia comentado de episódios da primeira temporada de Demolidor, da Netflix:

Episódio 7: Stick


Quase um stand alone na primeira temporada, se não fosse a participação de Nobu (Peter Shinkoda), chefão da máfia japonesa (Yakuza ou algo mais...?), o episódio introduz um dos personagens mais importantes do passado de Matt Murdock, o mentor Stick (Um feroz e divertido Scott Glenn).
O guerreiro cego de nascença, mestre das artes marciais, que não teve seus sentidos amplificados por um acidente químico e desdenha das "vantagens" de seu aprendiz, surge em um ótimo flashback, mostrando como os dois se conheceram após a morte de Jack Murdock.
Stick ensinou Matt a não temer o mundo, e esquecer o que não tinha, sua visão, e abraçar aquilo que lhe fora dado, o dom de seus outros sentidos, isso até abandonar Matt, por perceber que, se ele precisava de um soldado, o menino queria um pai.
Stick volta à vida de Murdock 20 anos após abandoná-lo, bem a tempo de ver o herói ser enrolado por Leland Owlsley (Bob Gunton), contador do sindicato do crime de Fisk, e pedir ajuda do vigilante para interceptar uma poderosa arma chegando a Nova York.
Algo chamado Céu Negro, que acaba não sendo exatamente o que Matt (e nem a audiência) esperava.
Além de iluminar o passado de Matt e introduzir um personagem interessantíssimo, o episódio rompeu brevemente a sequência pé no chão da série até então, acenando com um arco algo sobrenatural (O que é, de fato, o Céu Negro?), dando um breve vislumbre de um personagem que poderia ser Rocha, o poderoso pupilo de Stick, e ampliando o escopo da conspiração (Os japoneses são mais do que Yakuza? Seriam Tentáculo?) com uma série de questões intrigantes.

Episódio 8: Shadows in the Glass


A missão de Murdock, Foggy e Karen se torna mais clara. Enquanto isso, o plano de Fisk para controlar Hell's Kitchen escapa ao seu controle.
A exemplo do episódio anterior, Stick, esse Shadows in the Glass também é um episódio pensado para lançar luz sobre o passado de um personagem, no caso, o passado de Wilson Fisk.
Episódio com um ritmo consideravelmente mais lento do que havíamos nos habituado na série, focado muito mais em diálogos e maquinações do que na ação. Ainda assim, enquanto Matt resolve seguir a lei para levar seu inimigo a justiça, evitando que sua guerra pessoal cause mal à Karen e Foggy, nós somos levados em um passeio pelo passado, quando Wilson Fisk crescia em Hell's Kitchen nos anos setenta, e era apenas um moleque gordinho que ganhava uma fatia de bolo de sua mãe e suportava os desvarios de seu pai. Um beberrão falastrão com delírios de grandeza, mão errada para negócios e mão pesada para surrar a esposa, em quem descontava sua frustração enquanto obrigava o jovem Willie Fisk a encarar uma parede branca da sala de casa (castigo brilhantemente reproduzido quando o Wilson Fisk do presente acorda de seus pesadelos e encara a tela que comprou de Vanessa ao lado de sua cama).
O episódio ainda conta com conversas cara a cara de Wilson com seus associados, e conclui com uma alteração significativa na rotina do Rei do Crime, e um golpe de mestre do bandidão, saindo das sombras direto pra debaixo dos holofotes.

Episódio 9: Speak of the Devil


Fisk toma o controle da situação, tornando a tarefa de expô-lo ainda mais complicada. Ao mesmo tempo, Matt precisa enfrentar seus próprios demônios.
Toda a série vinha sendo excelente até aqui. Se alguns episódios como Condemned e Cut Man se sobressaíam, até mesmo as passagens mais paradonas funcionavam perfeitamente em sua tarefa de erguer a tensão e preparar o cenário, mas foi com o episódio 9 (e com o episódio a seguir) que eu descobri que, Demolidor, era o melhor retrato de um super-herói em uma mídia que não os quadrinhos.
Tudo aquilo que um leitor do gibi do herói cego queria ver na sua vida, está em Speak of the Devil.
Um episódio que, de início, nós sabemos como vai terminar, e que ainda assim, nos faz roer as unhas de antecipação esperando estar errado.
Da violentíssima luta com Nabu (usando um traje de ninja escarlate bastante familiar aos conhecedores da mitologia do herói), do curso de ação escolhido por Foggy e Karen para a senhora Cardenas sendo uma óbvia péssima ideia, ao encontro de Matt e Vanessa na galeria (que culmina com um incrível encontro de Matt e Fisk na galeria), até a surpreendente reviravolta final, quando há um confronto entre o Rei e o Demolidor, além da identidade de Matt sendo exposta à última pessoa que ele gostaria de colocar em perigo.
Se até aqui a série merecia uma nota média de 9, 95 em cada episódio, Speak of the Devil, merecia doze.

Episódio 10: Nelson v. Murdock


A amizade de Foggy e Matt é testada enquanto um novo inimigo surge para Fisk.
Depois da montanha-russo que havia sido o episódio anterior, era até natural que a série baixasse um pouco a bola e reduzisse o ritmo antes que alguém morresse do coração assistindo.
Um bom gancho para isso foi a descoberta da identidade dupla de Matt por Foggy, momento final do episódio anterior.
Em uma série de flashbacks nós vemos como foi que Matt e Franklin se conheceram.
Pode parecer inútil, (mais) um dos grandes acertos de Demolidor foi a química excelente entre Charlie Cox e Elden Henson, que, desde o primeiro momento em cena, convenciam como melhores amigos.
Entretanto, ao mostrar como os dois se conheceram, estudaram, estagiaram e resolveram trabalhar juntos, ao mostrar como essa amizade foi edificada tijolo a tijolo, a série conseguiu justificar a revolta de Foggy ao descobrir a verdadeira natureza dos segredos e escapadas de Matt.
Tendo estabelecido que Foggy tem um senso de certo e errado profundamente entranhado e norteado pela lei e pela ordem, fica mais fácil entender o lado do melhor amigo quando descobre que Matt, em suma, tem mentido pra ele desde que se conheceram, numa traição que pode pôr fim à parceria e à amizade dos dois "abacates".
Ao mesmo tempo, Karen leva Ben em um passeio que culmina com uma nova luz sobre o passado do Rei do Crime, ele próprio, alvo de uma conspiração.

Episódio 11: The Path of the Righteous


Fisk e Murdock devem lidar com as escolhas que fizeram conforme Karen e Ben chegam perigosamente perto do passado do Rei.
Com Matt tentando se recuperar da surra física que levou de Nobu e de Fisk (E que o levam a encomendar um traje reforçado com Melvin Potter, o Gladiador), e da surra psicológica que levou de Foggy, coisas que o levaram a questionar seu Modus Operandi e suas motivações, e até a se despedir de Claire, que parecia alguém de quem ele poderia se aproximar, com Foggy tentando absorver a vida dupla de Matt, e com Wilson incapaz de sair do hospital, sobrou para Karen a tarefa de fazer o episódio andar, e, rapaz, ela o fez.
Assim que descobrimos que o consigliere do Rei ficou sabendo da visita de Karen e Ben ao asilo da mãe de Wilson, ficou claro que algum dos dois iria pagar o pato.
Com a jovem capturada por Wesley, sob a mira de sua arma, estabelecia-se um cenário bastante familiar aos fãs de super-heróis, o da donzela em perigo (expediente re-re-repetido na trilogia do Homem-Aranha de Sam Raimi, e usado além do aceitável em O Homem de Aço, por exemplo...), mas Demolidor não é uma história convencional de super-herói, nem no sentido de matar a mocinha, como Gerry Conway e O Espetacular Homem-Aranha 2 fizeram com Gwen ou como Chris Nolan fez com Rachel Dawes em O Cavaleiro das Trevas, isso porque, como todos os fãs de Demolidor sabem, Karen Page não é uma mocinha tradicional.
Mais um excelente episódio da série, dando o primeiro passo rumo ao encerramento da excelente temporada.

Episódio 12: The Ones We Leave Behind


Wilson busca vingança enquanto Karen é assombrada por eventos recentes e surpreendentes informações financeiras de Fisk são reveladas.
Sendo cem por cento honesto, eu confesso que fiquei um pouco desapontado/chocado com o rumo que as coisas tomaram nesse penúltimo episódio da temporada. Vou falar a respeito, então, se quiser ficar livre de spoilers, não leia mais.
Matt e Foggy seguiam sem nem sequer dirigir a palavra um para o outro, enquanto o traumático encontro de Karen com Wesley no episódio anterior a deixou em péssimo estado, entregando-se ao álcool e totalmente perdida em seus próximos passos.
Essa fragilidade da moça poderia, muito bem, ter sido o estopim para Foggy e Matt acertarem os ponteiros, mas isso não ocorreu.
O encontro de Matt com a Madame Gao (Wai Ching Ho), também não foi o que se esperava (embora tenha colocado outra pulga atrás da orelha da audiência e, talvez, cimentado o caminho para a série do Punho de Ferro?), e o fato de ela e Leland Owlsley estarem por trás do atentado à Vanessa não chegou a ser exatamente uma surpresa.
O grande momento do episódio, foi um encontro cara a cara entre Ben Urich e Wilson Fisk.
Ao chegar em casa, recém demitido do New York Bulletin, mas encorajado por Dóris (Adriane Lenox) a começar algo "naquela coisa chamada internet, que um bocado de gente vê", o repórter veterano é confrontado por um enlutado Wilson Fisk, que reconhece sua admiração pela integridade de Urich, mas taxa sua cruzada de fútil.
Num dolorosamente verdadeiro comentário, o Rei do Crime explica que as pessoas só se interessam por Kardashians e vídeos de gatos, antes de concluir a conversa dizendo que visitar sua mãe, era inaceitável, e estrangular o jornalista até a morte, num momento que, realmente foi inesperado (eu esperei até o último instante que Ben sobrevivesse), mas me desapontou como fã de Ben Urich, sacrificado para que o episódio tivesse um ponto alto.

Episódio 13: Daredevil


Um Fisk encurralado e os desesperados Matt, Foggy e Karen devem jogar suas cartadas derradeiras no episódio final da temporada.
O assassinato de Ben fez com que Matthew, Franklin e Karen acertassem os ponteiros. Ainda que a morte de Wesley continue a incomodar Karen (cujo passado obscuro sugerido por Ben talvez inclua até outros homicídios), e Foggy ainda não esteja totalmente convencido da legitimidade das ações vigilantes de Matt, eles resolvem colocar as diferenças de lado e trabalhar juntos para que o Rei do Crime de Nova York seja levado à justiça.
Primeiro, dentro da lei, descobrindo que o tira corrupto detetive Hoffman está vivo e mantido em Nova York por homens leais a Owlsley, e em seguida à margem, quando, na última aparição do traje preto de ninja de Matt, ele consegue garantir que o policial chegue vivo e bem ao 15° distrito do sargento Mahoney.
Daí pra frente, em um belo clipe ao som de Pavarotti, toda a bandidagem de Hells Kitchen é presa, de Tucão ao senador Cherryh, até, ele em pessoa, Wilson Fisk.
Mas não é tão fácil assim se livrar do Rei, especialmente se nada importa pra ele exceto Vanessa, e estar com Vanessa.
Após uma arrojada e sangrenta operação de fuga, Wilson está pronto para retornar à sua amada e fugir dos EUA, a menos que o Demolidor possa evitar.
Sim, o nome do episódio é Daredevil, e finalmente vemos, de fato, o Demolidor, com seu traje escarlate, seus bastões e até mesmo seus chifres.
Como não poderia deixar de ser, o antagonismo erguido ao longo de doze episódios explode em uma violenta luta travada em um beco, onde o violento psicopata interior do massivo Fisk descarrega sua ira sobre o atlético e hábil Demolidor num combate de inimigos jurados que parece arrancado de Demolidor - A Queda do Rei.

Com um episódio final muito bom (Ainda que abaixo dos pontos mais altos da série, Cut Man, Condemned e Speak of the Devil), fechando a sequência de mortes, traições e percalços dos mocinhos com uma bem orquestrada sequência de triunfos, a série do Demolidor se encerra por cima, deixando a audiência mais do que satisfeita com a primeira temporada, ansiosa pela segunda, e curiosa com as possibilidades de A.K.A. Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro e Os Defensores.
Que a (enorme) qualidade seja mantida nas séries vindouras.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Trailer 2 de Star Wars - O Despertar da Força

E saiu, meio que de surpresa (ao menos pra mim) o segundo trailer de Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força. Sem mais delongas, ao vídeo:



E aí? Eu confesso que, como fã do Universo Expandido de Star Wars, solenemente varrido do cânone após o acordo Lucas Film/Disney, fico um pouco ressabiado. Ainda assim, o bom e velho Han, saindo da Millenium Falcon com o wookie preferido de todos os nerds dessa e de qualquer outra galáxia conhecida, arrepia.
Dezembro vem aí, bitches.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Precedente


O Fidel e a Amanda vinham andando pela rua.
Ele, emburrado, mãos nos bolsos, nem olhava pra ela, que já estava começando a ficar irritada, também.
Voltavam da casa de uma tia dela. Dona Mariana. A dona Mariana era muito chegada à irmã, mãe da Amanda, e parte fundamental da rotina da Amanda, era jantar na casa da tia ao menos duas vezes por mês. Ao chegarem ao apartamento amplo da dona Mariana, depararam-se com os novos moradores do domicílio:
Dois cães pinscher miniatura, pouco mais que filhotes, ávidos por atenção, saltando e arfando em volta dos tornozelos do casal.
A dona Mariana, cheia de amor pelos novos mascotes, era toda sorrisos, totalmente alheia ao desconforto de Fidel que era louco por cachorros, os amava, mas, por algum motivo que nem ele própria sabia precisar, odiava cães pequenos.
A Amanda, ciente dessa faceta obscura do parceiro, tratou de monopolizar os cãezinhos pelo resto da noite, fazendo toda a sorte de festa e carinho que podia, aproveitando-se da receptividade dos animais, acariciando-lhes as barrigas e os pescoços, coçando-lhes as costas e falando com eles com uma vozinha meio grave, depois outra meio fininha, e por fim uma algo rosnada, um lance tão inédito que o Fidel até se alarmou.
Em todos os anos em que conhecia a Amanda, ele jamais a havia visto fazer vozinha.
E aquilo bateu pro Fidel. Bateu porque ele não era homem de vozinha. Tanto que ele, dono de um cachorro, e apaixonado por cachorro, não falava com seu cão com vozinha.
Não falava com bebê com vozinha.
Nem nunca tivera vozinha pra falar com namorada.
E o Fidel acreditava que a sua vida amorosa pregressa fora trágica justamente por causa disso:
Pela falta de uma vozinha, que todo mundo sabe, relacionamento feliz não sobrevive sem uma vozinha.
Ao conhecer a Amanda e conviver com ela, o Fidel pensou ter encontrado a sua alma gêmea não apenas por conta do tesão que sentia por ela, por amar sua companhia, por conta da enormidade de gostos em comum que tinham, mas também porque nenhum dos dois era de fazer vozinha.
E ali, na noite do jantar na casa da dona Mariana, o Fidel descobre que a Amanda tinha vozinha. Pior! Que tinha um amplo rol de vozinhas.
O Fidel ficou quieto no resto da noite. Os assuntos passavam por ele com monossílabos e meio sorrisos silentes, e assim, foi.
Na saída a Amanda já tinha certeza de que alguma coisa estava errada com o Fidel, e, já ficando, também azeda, confrontou-o.
-Por que esse ranço, criatura? Passou a noite inteira de cara amarrada. Que coisa chata. O que houve?
O Fidel, meio a contragosto, respondeu. Contou a história das vozinhas, da sua relação com as vozinhas, seu conforto com a falta delas, e por fim, seu profundo choque com a revelação de que a Amanda tinha vozinha, aliás, vozinhas.
-Pô, Amanda... PelamordeDeus... Eu bem tranquilo, achando que nosso relacionamento era um sucesso porque nenhum de nós tem vozinha, e daí: Pá! Tu tem vozinha. Pior, tem mais de uma. Tem uma pra cada cachorro. Uma pra cada situação. Só não tem pra mim...
A Amanda ficou olhando pra ele incrédula:
-Sério que tu ficou tão chateado por causa disso? Mas Del... Eu sei lá... Nunca fiz vozinha contigo por causa do teu jeito... Tu, todo sério, eu sei lá... Não me senti à vontade pra fazer vozinha contigo... Talvez com mais tempo... Mais convívio... Eu me soltasse mais...
O Fidel olhou pra ela como quem não está convencido.
-Tu precisaria de um prazo, então?
-É... - Confirmou a Amanda. -Algo assim. Uns seis meses de convívio mais contínuo, de repente...
-Ah, entendi. - Disse o Fidel. -Há quanto tempo tu conhecia os cachorros da tua tia, mesmo?
-Ai, Fidel... É diferente... Tu viu só eles? Coisa mais querida, já chegaram pulando em mim, me lambendo.
O Fidel, cara amarrada, resmungou de lado:
-Até parece que eu não fiz a mesma coisa na noite em que te conheci...

Top 10 Casa do Capita - Os Melhores Beijos do Cinema

Hoje, não, meus amigos, ontem foi Dia do Beijo.
Tu não sabia?
Nem eu.
Descobri só tarde demais, quando a meia-noite se avizinhava encerrando oficialmente o dia.
Mas beijo, assim como o orgasmo, e a água, é dessas coisas que merecem uma data especial pra ser celebrada. Beijo de toda espécie, daquele ósculo resfolegante da pessoa amada, até a bitoca meio sem jeito no jardim de infância, até aquele beijinho no dodói que as mães e avós dão "pra sarar", quem não sabe valorizar um bom beijo são sabe o que tá perdendo.
É nesse clima de bico no bico, troca de germes, saliva pra tudo quanto é lado, que eu gostaria de agradecer à Ana Carolina, minha colega da quarta série que me deu meu primeiro beijo, e também de publicar mais um infame Top-10 Casa do Capita, dedicado aos melhores beijos do cinema:

10 - Erika Eleniak e Henry Thomas - E.T. O Extraterrestre (Steven Spielberg, 1982)


O menino Elliot (Thomas), partilhando um laço telepático com o misterioso alienígena escondido em seu armário, experimenta diversas sensações enquanto o extraterreno aproveita um dia sozinho em casa. À certa altura, o fedelho, embriagado por tabela, é empolgado por seu amigo a reproduzir com uma colega (Eleniak), o beijo de Depois do Vendaval, que o alien assiste na TV em casa.
Detalhe extra-fofo: Elliot precisa escalar um colega para alcançar os lábios da pequena beldade.

9 - Kirsten Dunst e Tobey Maguire - Homem-Aranha (Sam Raimi, 2002)


Após ser salva de um bando de marginais pela intervenção bem a tempo do Homem-Aranha (Tobey Maguire), Mary Jane (Kirsten Dunst) resolve agradecer ao misterioso mascarado com um beijo invertido.
O 34,5 é provavelmente o beijo de super-herói mais famoso do cinema, recebendo prêmios e marcando para sempre uma geração.

8 - Dama e Vagabundo - A Dama e o Vagabundo (Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske, 1955)


Os animais também amam. Ao menos nos filmes da Disney. E nenhuma demonstração de amor é maior do que oferecer a última almôndega à cachorra amada. O beijo da cocker Lady no vira-lata vagabundo, surgido através de um fio de espaguete partilhado ao acaso é dessas coisas icônicas e ternas que a gente não esquece nem séculos depois de ter visto o longa animado pela última vez no Festival de Férias.

7 - Robin Wright e Cary Elwes - A Princesa Prometida (Rob Reiner, 1987)


Tu não precisa acreditar no que eu escrevo. Deixemos que o avô (Peter Falk) que narra a história da corajosa luta de Wesley (Elwes) para reencontrar a princesa Buttercup (Wright) a seu neto (Fred Savage) te explique porque esse beijo está na lista:
"Desde a invenção do beijo houveram cinco beijos que foram classificados os mais apaixonados, os mais puros. Este aqui deixou todos eles para trás.".

6 - Scarlett Johansson e Bill Murray - Encontros e Desencontros (Sofia Copolla, 2003)


Muito mais um momento partilhado do que propriamente um beijo, o delicado ósculo trocado entre Charlotte (Johansson) e Bob Harris (Murray) dava ainda mais peso ao encontro derradeiro dos parceiros de Tóquio após palavras secretas serem sussurradas ao pé do ouvido da moçoila pelo ator veterano.

5 - Karen Allen e Harrison Ford - Os Caçadores da Arca Perdida (Steven Spielberg, 1981)


Um momento de terno romance ocorre em meio à toda a alucinante montanha russa de aventura de Indiana Jones (Ford) em sua corrida para encontrar a arca da aliança antes dos nazistas, no navio que o leva pra longe do Egito. É na cabine quando, ferido, o Dr. Jones não quer saber dos cuidados de Marion Ravenwood (Allen) que decide começar a beijar os lugares do corpo do arqueólogo que não estão doendo. Incluindo seus lábios.

4 - Deborah Kerr e Burt Lancaster - A Um Passo da Eternidade (Fred Zinnemann, 1953)


É possível que tu nunca tenha assistido a esse célebre filme de guerra, e ainda assim, seja familiarizado com a cena do beijo. O romance adúltero do sargento Milton Warden (Lancaster) e Karen Holmes (Kerr) é todo luxúria e desejo, ardendo de uma forma que nem os mares do Havaí conseguem esfriar.

3 - Vivian Leigh e Clark Gable - ...E o Vento Levou (Victor Fleming, George Cuckor, Sam Wood, 1939)


Atlanta está em chamas. O céu tinge-se de vermelho mesclando-se aos cabelos da silhueta de Scarlett O'hara (Leigh), Rhett Butler (Gable) toma-a para junto de si diante do inferno que se ergue ao fundo, proponde-lhe casamento. A sanguínea Scarlett o esbofeteia na cara por sua dissimulada presunção.
Ainda assim, eles se casam.

2 - Ingrid Bergman e Humphrey Bogart - Casablanca (Michael Curtiz, 1942)


De todos os bares do mundo, ela tinha que entrar logo no dele. Rick Blaine (Bogart) e Ilsa Lund (Bergman) tinham muita história atrás de si. E agora ela surgia em seu Café Americano pedindo que ele a ajudasse a tirar seu marido, Victor Laszlo do Marrocos e da mira dos nazistas que o perseguiam. Se é verdade que "Um beijo é apenas um beijo", também é verídico que "quando dois amantes se encontram, eles ainda dizem 'eu te amo'", já lhes diria o pianista Sam.
Clássico dos clássicos.

1 - Carrie Fisher e Harrison Ford - Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca (Irving Kershner, 1980)


Titanic, Ghost e O Diário de uma Paixão que me desculpem, mas vão ter que comer muito arroz com feijão pra chegar nesse patamar.
Quando Han Solo (Ford) está prestes a ser congelado em carbonita e enviado de presente a Jabba, o Hut, a princesa Leia Organa (Fisher) percebe que está apaixonada pelo contrabandista.
"Eu te amo", diz ela. "Eu sei.", ele responde, no momento mais romântico da história da ficção científica, e preferido pessoal deste nerd que vos fala.