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quinta-feira, 9 de abril de 2015
Resenha DVD: Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
Existe um problema flagrante com capítulos do meio em franquias em geral. Via de regra, os segundos filmes não encontram equilíbrio, e geralmente são os disparados melhores da franquia (casos de O Império Contra-Ataca, Mad Max 2, e De Volta Para o Futuro 2), ou os patinhos feios que, mesmo quando são bons filmes, empalidecem na comparação com os irmãos caçula e mais velho (alguém lembrou de O Senhor dos Anéis - As Duas Torres e Matrix Reloaded?).
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1, que eu havia firmado propósito de ir assistir no cinema, mas falhei devido à lotação das sessões, é alguma coisa no meio do caminho. Tem qualidades de melhor parte a partir do momento em que a trama engrossa, com os reprimidos distritos marginalizados e empobrecidos começando a levar a luta de volta à pomposa Capital de Panem, mas também tem os problemas de um filme que enche linguiça e cria situações para resolvê-las apenas no capítulo derradeiro.
Katniss Everdeen (A deliciosi-si-síssima Jennifer Lawrence) desperta após o seu audacioso resgate do Massacre Quaternário nas instalações do militarizado e subterrâneo Distrito 13, que permanece existindo sob os escombros da comunidade devastada pela Capital anos antes.
Se, no segundo filme, Katniss se rebelava negando-se a ser um fantoche de propaganda para o presidente Coriolanus Snow (Donald Sutherland), ela agora encontra-se diante da mesma prerrogativa, mas para os insurgentes (opa, franquia errada...) liderados por Plutarch Heavensbee (o falecido Phillip Seymour Hoffman), Haymitch Abernathy (Woody Harrelson) e mais o especialista em tecnologia Beetee (Jeffrey Wright) além da presidente Alma Coin (Julianne Moore).
Katniss saiu de dois Jogos Vorazes e se tornou um modelo a ser seguido por todos, em grande parte graças a seu relacionamento fabricado com o padeiro Peeta (Josh Hutcherson), mas também por sua generosidade e firmeza de propósito. Com tais qualidades, Katniss é uma poderosa arma de mobilização para insuflar a desobediência nos corações de todos os oprimidos pelo Estado.
Entretanto, além de não saber se gosta desse papel, Katniss ainda precisa lidar com o fato de que Peeta, uma das pontas de seu triângulo amoroso que ainda inclui o abnegado Gale (Liam Hemsworth) é mantido prisioneiro por Snow na Capital.
É pleiteando a liberdade de Peeta e outros prisioneiros que Katniss aceita seu papel, e isso a coloca sob os holofotes da propaganda rebelde, e também sob o olhar vingativo do vilanesco presidente, que não poupa esforços de sua cruel e impiedosa máquina de guerra para convencer o povo de que seguir o tordo é um negócio extremamente prejudicial à saúde.
Dizer que Jogos Vorazes é Crepúsculo com colhões e cérebro não seria uma injustiça se a mera comparação das duas franquias já não fosse ofensiva à Katniss.
Deixando um pouco de lado a crítica à mídia e ao retardo mental de toda uma geração, Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 (eita, título comprido) sucede em montar um cenário de sátira e até de inversão de valores com os terroristas como heróis (existe até um ataque suicida à uma represa perpetrado pelos rebeldes cantores do Distrito 13) e os vídeos ameaçadores sendo realizados pelos mocinhos, além do personagem de Hoffman, um marqueteiro extremamente preocupado em tornar a imagem de Katniss o mais "vendável" possível.
Ainda assim, em sua ânsia de mostrar que é mais esperto que os co-irmãos acaba se perdendo em suas ambições de panfleto, por vezes criando um climão de drama e impossibilidade de vitória que se torna até maçante.
Por sorte Jennifer Lawrence tem talento e carisma (além de um corpo muito gostoso) para segurar a audiência, e não faz mal nenhum que o elenco de coadjuvantes (que ainda inclui Elizabeth Banks e Stanley Tucci) tenha grosso calibre. O trabalho do diretor Francis Lawrence e dos roteiristas Danny Strong e Peter Craig, além, claro, dos livros de Suzanne Collins em criar um futuro distópico instigante e interessante também ajudam bastante, mas, como já foi dito, A Esperança - Parte 1, é um meio de filme, alguma coisa entre um fim de segundo e um início de terceiro filme.
Ainda assim, é um bom meio de filme, e carrega com alvissaras de um final que promete ser interessante.
Que venha A Esperança - Parte 2.
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