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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Resenha Cinema: Os Vingadores - Era de Ultron


Três anos se passaram desde que houve um dia, um dia como nenhum outro, quando os maiores heróis da Terra se uniram contra uma ameaça comum, de lá pra cá, o Homem de Ferro teve seu terceiro filme, e Thor e Capitão-América seus segundos filmes. A Marvel nos mostrou os Guardiões da Galáxia, e deixou bem claro que Thanos é o cara a ser temido no universo Marvel, e veio outro dia, como aquele de três anos atrás, em que os maiores heróis da Terra se reuniram, para enfrentar uma nova ameaça. Ou meio que limpar a bagunça deixada da primeira vez...
No caso, o Cetro de Loki (Tom Hiddleston), agora nas mãos de um dos cabeças da Hidra, Barão Von Strucker (Thomas Kretschmann), conforme vimos na cena pós-créditos de Capitão América - O Soldado Invernal.
Os Vingadores estão atacando com extrema violência um complexo militar da Hidra na base de uma montanha nevada na República da Sokovia (que deve ficar perto da Symkaria e da Latvéria, mas ninguém confirmou).
Lá, em uma bem orquestrada ação (com direito a um plano sequência nos moldes daquele que derrubou queixos no longa de 2012), os Vingadores recuperam o cetro, e conhecem os gêmeos Maximoff, Pietro e Wanda (Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen), dois jovens com um passado traumático envolvendo a tecnologia bélica Stark que se submeteram aos experimentos de Strucker e se tornaram mais do que humanos, mas eles não são a ameaça principal...
De volta a Nova York, após estudarem o cetro, Stark (Robert Downey Jr.) e Banner (Mark Ruffalo) percebem que a energia contida no artefato pode ser a chave para criar a inteligência artificial definitiva:
Ultron.
Um projeto dos dois cientistas descrito por Tony como "uma armadura ao redor do mundo".
Como não poderia deixar de ser, a criação de Stark e Banner, na melhor tradição de Frankenstein, se volta contra seus criadores.
Ao se tornar senciente, Ultron (Um ótimo James Spader) imediatamente percebe que, para salvar o mundo, ele deve fazê-lo evoluir, e, para tal, ele precisa de duas coisas:
Um evento de extinção que force a humanidade a dar o próximo passo, e a destruição dos Vingadores.
É a partir de então que começa a corrida de proporções globais do robô assassino para, com a ajuda dos gêmeos Maximoff, pôr em prática seu plano, e do Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Viúva Negra (Scarlett Johansson), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Homem de Ferro e Hulk para tentar impedi-lo, uma batalha que talvez, seja demais mesmo para os maiores heróis da Terra vencerem sozinhos!
Como era de se esperar, Os Vingadores - Era de Ultron é extremamente divertido. O filme tem um escopo ainda maior do que o longa original, levando os heróis a diversas partes do globo (Os Vingadores passam, além da Sokovia e Nova York, por África do Sul e Coréia). A sinfonia de desastre é constante, com batalhas imensas (nenhuma tão abissal quanto a sequência final, com o "meteoro" de Ultron) e sequências de luta tão repletas de elementos que por vezes quase fica difícil entender o que está havendo na tela. Por sorte Joss Whedon, diretor e roteirista do longa, não é um marinheiro de primeira viagem, e sabe que é necessário mais do que milhares de robôs enfrentando meia-dúzia de super-heróis pra fazer um filme, por isso, nos momentos de respiro, as sementes da Guerra Civil são plantadas de maneira sutil, mas clara nos diálogos entre Steve Rogers e Tony Stark, a Guerra do Infinito se torna uma sombra distinta no horizointe do universo Marvel nas visões de Thor, e há até espaço para surpreendentes revelações da vida de Clint Barton, o Gavião Arqueiro, que ganha um pouco mais de espaço no filme, e um hesitante, porém terno, romance entre Natasha Romanoff e Bruce Banner.
Infelizmente, nem tudo são flores em Os Vingadores - Era de Ultron. Apesar de James Spader fazer um ótimo vilão (Ultron é, basicamente, uma versão de Tony Stark, então ele sempre tem uma tiradinha sarcástica na ponta da língua, e uma amoralidade algo magnética), com um plano que, à sua maneira, é cheio de lógica, e o passado dos gêmeos Maximoff, Mercúrio e Feiticeira Escarlate, dar lastro tanto às suas ações do lado do mal, quanto à virada de casaca de ambos pela metade do filme, o desfecho parece demasiado apressado, e fácil.
Quando o sintozóide Visão de Paul Bettany surge, cheio de questões filosóficas e uma ingenuidade típica de quem "nasceu ontem", não dá pra deixar de ouvir ecos do apressado e inócuo final de Homem de Ferro 2.
Apesar disso, Os Vingadores - Era de Ultron funciona, conseguindo se equilibrar entre a pirotecnia e a megalomania, sem abrir mão de sua alma ou de seu background (o tom melancólico e sombrio do trailer é solenemente ignorado no filme, que não abre mão de suas tradicionais piadinhas), graças tanto a Whedon, quanto a um elenco numeroso (que conta ainda com Samuel L. Jackson, como Nick Fury, Cobbie Smulders como Maria Hill, Don Cheadle como Jim Rhodes/Máquina de Combate, Anthony Mackie como Sam Wilson/Falcão, Haley Atwell como Peggy Carter e Andy Serkis como Ulysses Claue) que já veste o uniforme colorido de super-herói como se fosse sua própria pele.
Os Vingadores carece do impacto do primeiro longa (não existe uma cena como o murro do Hulk no leviatã, ou a tomada da equipe unida costas às costas no meio da tela), mas sucede em sua missão. Provavelmente será outro êxito de bilheteria tão grande quanto o primeiro longa, mas seria bom que a Marvel não sentasse sobre seus louros, e continuasse a elevar o nível.
Ah, na sessão que eu assisti, houve apenas uma cena pós-créditos, aquela já conhecida envolvendo Thanos. A cena não confirmada do Homem-Aranha não deu as caras.).

"Se você sair por aquela porta, você é uma Vingadora."

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