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sábado, 11 de abril de 2015

Resenha Cinema: Velozes & Furiosos 7


Se Velozes & Furiosos 7 fosse entrar para a História do cinema (o que, sejamos francos, não vai acontecer), não seria como um grande filme de ação/espionagem/aventura, não seria como o repositório de grandes atuações, e nem sequer como o fecho que uma bilionária franquia que se estendeu por quase quinze anos, já que o sucesso comercial da série jamais permitiria que a Universal a interrompesse.
Se Velozes 7 fosse entrar para a História, seria como o filme divertido mais triste de todos os tempos.
Divertido porque, desde o retorno do elenco original em Velozes & Furiosos 4, de 2009, quando a série deixou de ser sobre corridas e se tornou "heist movie", a marra, a lógica, e as leis da física foram deixadas de lado em nome do espetáculo e da leveza.
E triste porque, em novembro de 2013, enquanto o filme ainda estava sendo rodado, Paul Walker, co-protagonista da franquia, morreu em um trágico e irônico acidente de automóvel, forçando a produção a parar, atrasando o lançamento do filme em alguns meses, e exigindo contorcionismo da equipe técnica para acabar o longa sem um dos atores principais.
Aliás, o longa...
Na trama de Velozes 7, conhecemos Deckard Shaw (Jason Statham, melhor vilão da franquia até aqui e dono da melhor sequência de apresentação de um vilão de cinema em muitos anos), irmão mais velho de Owen Shaw (Luke Evans), o bandidão de Velozes & Furiosos 6. Deckard, um tenebroso operativos de forças especiais considerado perigoso demais até mesmo pelos homens que o treinaram, resolve se vingar de Dom Toretto (Vin Diesel) e família pelo que fizeram a seu mano.
Após matar Han no Japão (numa cena que começou lá em Velozes & Furiosos: Desafio em Tóquio), Deckard explode a casa de Dom, ameaçando Mia (Jordana Brewster), Brian (Walker) e o filho do casal.
Não bastasse isso, Deckard invade a sede do ISS e deita a porrada no agente Hobbs (Dwayne The Rock Johnson), explodindo o grandalhão na saída, e o colocando no hospital.
Acossado pelo matador, não resta alternativa a Dom, senão deixar de lado suas tentativas de recuperar a memória da amnésica Letty (Michelle Rodriguez), e partir para o contra-ataque.
As coisas, porém, não são tão simples quanto parecem ser.
Deckard é uma sombra, um elemento de puro planejamento e frieza psicopata, e não um gangster ou traficante a quem se possa intimidar.
Além de mais letal que o irmão, Deckard não deixa pontas soltas, e desaparece por completo entre um ataque e outro, tornando-se impossível de rastrear.
É quando surge o Sr. Ninguém (Kurt Russel), um agente secreto que oferece a Dom e cia a ferramenta perfeita para encontrar Shaw:
Um dispositivo de rastreio único, desenvolvido por uma hacker chamada Ramsey (A gatíssima Nathalie Emmanuel, a Missandei de Game of Thrones), capaz de encontrar qualquer pessoa, em qualquer lugar.
O único problema é que Ramsey está nas mãos de um perigoso terrorista africano chamado Jakande (Djimon Hounsou).
É onde começa o festival de absurdos de Velozes 7, com Dom, Brian e equipe (que inclui o especialista técnico Tej, de Chris Ludacris Bridges e o "bobo da corte" Roman de Tyrese Gibson) estarem realizando absurdos como saltar de aviões com seus carros modificados no Azerbaijão, atravessando arranha-céus com esportivos envenenados em Abu-Dhabi, e dando volta em drone de combate com muscle-cars no centro de Los Angeles, tudo isso enquanto realizam proezas físicas impossíveis e saem no braço em sequências de luta completamente improváveis (As melhores são Statham x The Rock, Walker x Toni Jaa e Rodriguez x Ronda Rousey).
O roteiro de Chris Morgan, habitual escritor da série, é o festival de absurdos tradicional, e a direção de James Wan, egresso de filmes de terror como Sobrenatural e Invocação do Mal, não fica devendo em nada às outras da série. O elenco faz um trabalho razoável, disparando piadinhas, frases de efeito e sendo estilo Televisa na hora do drama, talvez o único momento realmente tocante seja o final, com a homenagem a Paul Walker, onde o grupo de rachadores realmente parece sentir tudo o que diz.
Velozes & Furiosos 7 poderia ser um digno, muito digno, e até compreensível fecho para a franquia.
Infelizmente o dinheiro fala, e ele diz que o show não pode parar, e já se fala em Velozes 8 passando-se em Nova York... Até lá, Velozes 7 é uma fita de ação bacana, apoiada no bravado musculoso e infalível dos filmes de ação dos anos 80 (Pense em Comando para Matar com carros velozes, à certa altura eu já estava esperando alguém dizer que Dom ou Hobbs era "um gigante pra ninguém botar defeito".), mas pouco além disso.
Assista no cinema se for fã da série, espere o DVD se apenas gostar de filmes de ação.

"Você achou que isso seria uma briga de rua? Pois tem toda a razão."

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