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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Resenha DVD: Belas e Perseguidas


Não deixa de dar alguma tristeza saber que Belas e Perseguidas passou (ainda que brevemente) pelos cinemas brasileiros, enquanto ver uma comédia de Will Ferrell ou Steve Carell é uma missão praticamente impossível.
Talvez o motivo para a passagem do longa de Anne Fletcher pelas salas escuras brasileiras tenha se dado por conta do nome de Reese Witherspoon no pôster. Afinal, a loirinha concorreu ao Oscar de melhor atuação por seu desempenho em Livre (um filme chato pra danar, mas ela de fato está bem...). De toda a sorte, a única coisa de Livre (e de outras boas atuações de Witherspoon como Johnny e June, Eleição e O Suspeito) que vemo em Belas e Perseguidas é o queixo pontudo.
O longa roteirizado por John Quaintance e David Feenney é uma bobageira sem tamanho, emulação de outras comédias estilo road movie com opostos absolutos obrigados a trabalhar juntos.
Na história, Witherspoon é Rose Cooper, uma menina criada aparentemente sem mãe, sempre no banco traseiro do carro-patrulha do pai policial onde praticamente cresceu.
Obviamente Cooper se tornou uma policial ao chegar à idade adulta.
Ela, porém, não teve sorte na ação, e por conta de um equívoco com a expressão em inglês "ride shotgun" (que significa, literalmente, 'montar ao rifle', e é uma expressão para viajar no banco do carona de um carro), ela acabou confinada à sala de evidências da delegacia.
Para sua sorte, porém, uma missão envolvendo o segundo em comando de um chefão de cartel das drogas mexicano força os superiores de Cooper a lhe dar uma chance ao prover a obrigatória escolta feminina à uma testemunha. No caso, a esposa do delator, Daniella Riva (Sofía Vergara).
O que deveria ser uma missão de escolta simples se torna um pesadelo quando, ainda na casa dos Riva, o marido é morto quando dois grupos diferentes de pistoleiros aparecem no local, obrigando Cooper e Riva a fugirem por suas vidas, caindo na estrada.
Não tarda para as duas fugitivas descobrirem que há policiais envolvidos na trama, e que elas só podem confiar uma na outra.
Se essa premissa te fez lembrar de Thelma e Louise, Antes Só do que Mal Acompanhado e Um Parto de Viagem, não é mera coincidência.
O longa é uma versão de qualquer um desses filmes, ou de todos eles misturados.
E, como era de se esperar, não funciona.
A atuação de Witherspoon é insuficiente, ela parece comprometida em ser engraçada, não me entenda mal, apenas não consegue.
Vergara é reduzida à gostosona sem papas na língua com veia de bad girl (a parte "gostosona", ao menos, funciona muito bem.).
Com vilões de quinta categoria, um roteiro preguiçoso barbaridade, e elenco ( que conta com John Carroll Lynch e Robert Kazinsky) operando no piloto automático, Belas e Perseguidas é dessas comédias descartáveis com cara de home-video, e desperdício de oitenta e sete minutos que poderiam ser melhor gastos em virtualmente qualquer outra atividade.
Passe longe.

"-O que é esse negócio branco?
-É minha calcinha.
-Isso é uma fralda!
-Eu gosto de bastante cobertura..."

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