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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Resenha Filme: Star Wars: Episódio II - O Ataque dos Clones


Após o balde de água fria que fora A Ameaça Fantasma, começou a surgir a expectativa do que poderia sair do Episódio II.
No início de Uma Nova Esperança, Leia, em sua mensagem a Obi-Wan, falava a respeito das Guerras Clônicas, onde o velho Jedi teria servido ao pai da princesa. Assim, todos esperavam que o filme fosse abarcar esse conflito legendário.
Não foi bem o que aconteceu.
Star Wars: Episódio II - O Ataque dos Clones se passava 10 anos após os eventos de A Ameaça Fantasma. Obi-Wan (novamente Ewan Mcgregor) era um mestre Jedi, e Anakin (Hayden Christensen) era seu aprendiz padawan, a República Galáctica encontrava-se à beira da guerra civil com inúmeros sistemas planetários prontos para deixar a República em um movimento separatista.
Em meio à tensão resultante do ganho de força do movimento separatista, Padmé Amidala (Natalie Portman), agora uma senadora de Naboo, sofre um atentado do qual escapa por um triz. Com isso, Anakin é designado para protegê-la, enquanto Obi-Wan precisa partir em uma investigação própria para descobrir a origem das tentativas de matar a senadora.
Enquanto Anakin e Padmé viajam à Naboo para ocultar a senadora, Obi-Wan viaja até o planeta Kamino, lar dos maiores clonadores da galáxia, onde descobre que o mestre Jedi Sifo-Dyas encomendou, anos antes, um exército de clones para atender à república.
A base para o exército clone é o caçador de recompensas mandaloriano Jango Fett, casualmente o responsável por uma das mais recentes tentativas de matar Padmé.
Após uma breve luta com Obi-Wan, Jango foge, mas é perseguido pelo mestre Jedi até o planeta Geonosis.
Ao mesmo tempo, a proximidade constante reacende o amor juvenil de Anakin por Padmé. Não bastasse isso, o jovem e poderoso padawan é assombrado por pesadelos precognitivos que revelam sua mãe, Shmi, em grande perigo.
Incapaz de resistir aos sonhos premonitórios e a seu desejo por Padmé, Anakin parte, acompanhado da senadora, para Tatooine, onde pretende salvar sua mãe de qualquer que seja o doloroso destino ao qual ela está entregue.
Em Geonosis é revelado a Obi-Wan que o líder separatista é o Jedi renegado conde Dooku, ou, Darth Tyranus (Christopher Lee). Dooku trama ao lado do vice-rei da federação de comércio Nute Gunray para criar um novo e poderosíssimo exército dróide para colocar a República de joelhos.
Antevendo sua captura, Obi-Wan transmite as informações a Anakin, para que ele as repasse ao Conselho Jedi em Coruscant.
Anakin, porém, está em Tatooine, onde descobre que sua mãe foi libertada, e casou-se com um fazendeiro chamado Clieg Lars, com quem se casou até ser sequestrada pelos caçadores Tusken.
Anakin não demora a encontrar sua mãe sob o jugo do Povo da Areia, e a vê morrer em seus braços, enfraquecida após padecer nas mãos dos selvagens. Enfurecido, Anakin mata todos os membros da tribo até a última criança.
Após receber a mensagem de Obi-Wan e retransmiti-la ao conselho, Anakin e Padmé resolvem ir a Geonosis eles mesmos, para resgatar o mestre Jedi.
O plano falha, e logo os três estão amarrados a postes em uma arena onde terão de enfrentar bizarras criaturas para deleite dos separatistas e da população de alienígenas insetóides do planeta.
Isso leva a uma violenta batalha campal entre o infinito exército separatista e a ordem Jedi, uma batalha que culmina no duelo entre Obi-Wan e Anakin contra Tyranus, e escala para Tyranus contra Yoda.
Ao final do filme, os Jedi só escapam com vida da batalha graças à intervenção dos clones, que chegam no último instante para dar suporte aos mantenedores da paz e justiça, e dão início às Guerras Clônicas.
A ação de Episódio II era, sem sombra de dúvida, mais afiada do que a do filme anterior. O filme era repleto de batalhas e confrontos por todos os lados, mas isso não mascarou novos problemas com o roteiro.
O longa novamente dirigido e escrito por George Lucas se ressentia de diálogos melhor construídos. Os personagens cuspiam suas falas, invariavelmente expositivas, como se o longa fosse um manual de conspiração. A exceção cabia a Anakin e Padmé, não pelo talento dramático de Hayden Christensen (ele era péssimo.) e Natalie Portman, mas sim porque os diálogos dos dois consistiam apenas em vomitar todos os clichês possíveis e imagináveis para um romance proibido.
A trilha do casal, Across the Stars, composta por John Williams, porém, era linda, e dizia muito mais sobre amor do que as palavras de Lucas poderiam fazer.
Talvez parte do problema tenha sido a forma de Lucas para dirigir o filme. Quase inteiramente gravado sobre telas verdes, em muitas ocasiões havia apenas um ator sendo filmado num quarto azul, onde depois era inserido um cenário, iluminação e até coadjuvantes gerados inteiramente por computador.
A despeito de escantear quase por completo Jar Jar Binks, e entregar o papel de alívio cômico de volta à dobradinha C3-PO e R2-D2, alguns cenários inspirados, como o planeta dos clonadores Kamino, o filme ficou por aí. Não havia nem sequer uma sequência de esgrima de luz memorável como o clímax do filme anterior, e Star Wars: Episódio II - O Ataque dos Clones se mostrou um projeto que faria mais uma fortuna, claro, mas que despertou sentimentos divididos na audiência e na crítica, que em geral, o considerou apenas mediano.
Um espetáculo cheio de som e fúria, significando nada.

"-Iniciada, a Guerra dos Clones está."

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