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terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Resenha Filme: Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca
Quando a produção de O Império Contra-Ataca (ou Star Wars: Episódio V - O Império Contra Ataca) começou em meados de 1978, todo mundo já sabia que Uma Nova Esperança havia sido a maior bilheteria da história do cinema.
Se o orçamento do filme original era de oito milhões de dólares, e George Lucas e companhia tiveram que quebrar a cabeça com a Fox pra arrancar mais dois milhões e completar a produção, na melhor tradição de Joh Hammond, não se pouparam gastos na hora de fazer a sequência.
O orçamento original era de 18 milhões e meio de dólares, foi aumentado para 22, e depois para 25.
George Lucas, ainda colhendo os frutos de seus espertos acordos com a Fox, pôde se dar ao luxo de apenas produzir o filme e cuidar dos efeitos visuais, chamando seu ex-professor Irvin Kershner para dirigir o longa que foi roteirizado por Leigh Backett e Lawrence Kazdan, a partir da história original de Lucas.
É até engraçado pensar que, quando do lançamento do filme, em 1981, ele dividiu a crítica.
Episódio V é, de longe, o melhor segmento dos seis filmes da franquia até aqui. Depois da animada ópera espacial de Uma Nova Esperança, O Império Contra-Ataca mergulhava no Lado Sombrio sem pestanejar, se aprofundando no desespero de uma guerra contra um inimigo impiedoso e infinitamente mais poderoso. As emoções dispostas em O Império Contra-Ataca ecoam em O Retorno de Jedi, e reverberam em Uma Nova Esperança, elevando o conjunto graças às acertadas escolhas da equipe de produção.
A história se situa três anos após os eventos de Uma Nova Esperança. A Estrela da Morte foi destruída, sim, mas Darth Vader continua vivo, e caçando de maneira incansável o indivíduo poderoso na Força que o derrotou.
Após um ataque imperial em Hoth (onde conhecemos os andadores AT-AT), a trinca principal de herói se separa, com R2-D2 e Luke partindo para Dagobah, onde o jovem deve finalizar seu treinamento Jedi com o poderoso guerreiro Yoda, enquanto Han, Leia Chewbacca e C-3PO, após conseguirem evitar o Império, acabam em Bespin, na Cidade das Nuvens comandada por um antigo amigo de Han, Lando Calrissian (Billy Dee Williams).
Essas linhas narrativas paralelas são ótimas.
De um lado temos Han e Leia Chewie e 3PO se envolvendo em aventuras que incluem voar entre um campo de asteroides, ser engolidos por um monstro gigante e uma inesperada recepção em Bespin, Luke é levado até seu limite pelo sábio mestre Yoda.
O alienígena de 900 anos de idade (com a voz do criador da marionete, Frank Oz) é feito com tal riqueza de detalhes e dublado com tanta paixão por Oz, que é impossível não aprender com o pequeno mestre.
Infelizmente, o treinamento de Luke ainda não está concluído quando ele precisa viajar a Bespin para salvar seus companheiros de uma armadilha.
Han, Leia e Chewie são traídos por Lando, C-3PO é desmantelado, e Darth Vader surge em toda a sua glória tenebrosa para condenar o contrabandista a ser congelado em carbonita e entregue ao caçador de recompensas Boba Fett, que por sua vez, irá levá-lo para Jabba, o Hutt, em Tattoine.
Luke vai bravamente ao encontro de Darth Vader, enfrenta o vilão com tudo o que tem, e é derrotado!
Mais do que isso, Luke tem a mão decepada durante o confronto, e descobre (isso ainda é um spoiler?) que Vader é seu pai!
E esse sequer é o momento definitivo do segmento. Este vem quando Luke prefere morrer, atirando-se do precipício abaixo de si, a viver como filho do vilão.
Claro, Luke não morre. Ele é sugado por um túnel de vento e acaba pendurado pelas pernas abaixo da Cidade suspensa.
Após falhar em impedir a partida de Boba, Leia, Chewie 3PO e R2, agora ajudados por Lando, conseguem retornar e salvar Luke, encerrando o filme com um dos maiores cliffhangers da história do cinema (eu fico entre esse e o final de De Volta Para o Futuro 2).
Mas vamos aos fatos:
Luke é filho de Vader, ficou claro que seu treinamento não estava concluído, Han foi capturado, e o Império deixou dolorosamente claro que ainda tinha a vantagem nessa guerra.
O final, com Lando prometendo encontrar Han, e Leia e Luke, com os dróides, olhando pela escotilha da fragata de escolta EF76 Nebulon-B enquanto a frota rebelde se reagrupa, é demais.
É até difícil pra mim, lembrar da avalanche de sentimentos quando eu assisti O Império Contra-Ataca pela primeira vez. Eu devia ter uns oito anos, e provavelmente poucas coisas devem ter superado o senso de maravilhamento que eu sentia vendo Star Wars. Na época, talvez a cinessérie do Superman me agradasse mais (eu saí correndo da sala chorando depois que o Superman tomou um banho de radiação vermelha abdicando de seus poderes na metade de Superman 2...), mas eu duvido que à época algum filme tenha tido mais impacto sobre mim.
O Império Contra-Ataca é sombrio e sinistro em seu tom e em seu final, é ainda mais envolvente do que o primeiro longa, desafiando as expectativas da audiência e levando a história a níveis inéditos enquanto cada um de nós, olhava pra tela encantado.
"-Se você ao menos conhecesse o poder do lado sombrio... Obi-Wan nunca lhe contou o que aconteceu com seu pai.
-Ele me disse o suficiente! Ele me contou que você o matou!
-Não... Eu sou seu pai."
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