Pesquisar este blog

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Top 10 Negativo - Cinema 2015

Vou confessar pra vocês que eu me divirto muito mais escrevendo sobre filmes ruins do que assistindo a eles, e me entristece sobremaneira que, em 2015, eu tenha visto muito mais maus filmes do que bons.
Se em anos anteriores eu precisei fazer menções honrosas a filmes que acabaram ficando de fora do top-10 cinematográfico, nesse ano, estou correndo contra o relógio pra fechar dez filmes que mereçam figurar na lista (e ainda sem uma lista que eu olhe e diga "é essa.").
Entretanto, a lista de filmes ruins está tão complicada quanto, pois está difícil achar apenas dez pra elencar.
Este 2015 foi um ano prenhe de filmes ruins, ou que não foram isso tudo.
Tome Vingadores - Era de Ultron, por exemplo. Longe de ser um mau filme, mas praticamente à mesma distância de figurar num top-10. O modesto Homem-Formiga me cativou muito mais do que a segunda aventura dos heróis mais poderosos da Terra. E isso que estamos falando de filmes que apenas não foram tão bons quanto poderiam ser, e as decepções desastrosas? E os filmes que nos fizeram querer arrancar os olhos ou exigir reembolso do cinema e um pedido de desculpas por escrito do diretor?
Houveram muitos desses no ano que passou, e é aos dez mais desgraçados que a lista a seguir se dedica.
Passe longe desses filmes. Fique longe do cinema, desvie-se deles na locadora, e se estiverem passando na TV, leia um livro ou assista ao Medalhão Persa. Qualquer coisa é melhor.

10 - Homem Irracional


Quando Woody Allen acerta, ele faz filmes intimistas, inteligentes e divertidos. Quando erra, ele comete atrocidades como este Homem Irracional.
Talvez o pior filme do octogenário cineasta norte-americano, o longa estrelado por Joaquin Phoenix, Emma Stone (nova musa de Allen) e Parker Posey é tão desgraçadamente mal escrito que deixa o bom elenco de mãos atadas, incapaz de trabalhar com o texto pífio sobre um professor universitário de filosofia depressivo que reencontra o prazer de viver em um assassinato.
Chato, arrastado, com personagens rasos com quem a audiência é incapaz de se importar, Homem Irracional vai ser sempre a munição de quem não gosta de Allen em discussões com fãs do diretor de Annie Hall, Manhattan, Match Point e Tudo Pode dar Certo.

9 - Sob o Mesmo Céu


2015 foi um ano ruim para o cinema em geral, e para Emma Stone em particular. A minha eterna Gwen Stacy naufragou duplamente ao embarcar em duas inesperadas canoas furadas. Se era difícil predizer que Homem Irracional seria a bomba que foi com um diretor/roteirista como Allen e um protagonista como Joaquin Phoenix, podemos dizer exatamente a mesma coisa sobre Sob o Mesmo Céu.
Quem poderia esperar que um longa escrito e dirigido por Cameron Crowe e estrelado por Bradley Cooper fosse ser uma experiência tão insatisfatória?
E foi.
A comédia romântica tem um roteiro insosso, personagens absolutamente inócuos e jamais decola ou faz sentido, resultando em um produto tão mal acabado que parece alguém tentando fazer um pastiche dos filmes de Crowe.

8 - Jurassic World


Mas como? O filme foi uma das maiores bilheterias de 2015, sucesso absoluto de público e a crítica não vilipendiou o longa!
É, ainda assim, poucos filmes me desapontaram mais do que a revisita à Ilha Nublar e ao parque temático engendrado por John Hammond em 1993.
É difícil pra mim ter qualquer simpatia por um longa que é pouco mais que um remake anabolizado de um filme que eu amei, e que se apóia unicamente na habilidade de seus heróis de fazerem cagadas sucessivas. Não há sequer a persona sabotadora de Dennis Nedri colocando todos em perigo em nome do lucro como no longa original, mas apenas a capacidade do herói do filme de agir feito um imbecil dez em dez vezes.
Quando a mola propulsora de um filme é a burrice de seus superficiais protagonistas, estamos certamente diante de um longa que eu não consigo achar bom, não importa quantos dinossauros famintos apareçam na tela.

7 - As Bem Armadas


A premissa sugere Thelma & Louise encontra Um Parto de Viagem. O longa estrelado por Reese Whiterspoon e Sofía Vergara sugere que tu desligue o DVD e vá dormir mais cedo.
A comédia de poucas e recicladas piadas é um desses filmes que deveria ter chegado aqui direto em DVD e olhe lá, mas acabou ganhando a deferência de uma (curtíssima) passagem pelos cinemas apenas porque Whiterspoon é um nome e um rosto reconhecido.
Trocando-se a vencedora do Oscar por qualquer outra atriz de formato e tamanho iguais, As Bem Armadas seria um desses filmes perdidos nas tardes da TV a cabo, e estaria em seu lugar de direito.

6 - Terremoto - A Falha de San Andreas


Filme catástrofe onde um heroico pai de família move céus e terras para chegar à filha em perigo em meio a um desastre de proporções bíblicas.
Todos nós já vimos esse filme e a versão de Roland Emmerich era mais divertida.
Desperdício de dinheiro, do talento de Paul Giamatti, de três grandes pares de seios (Alexandra Daddario, Carla Giggino e The Rock) e de duas horas da vida do incauto que, assim como eu, foi levado a crer que o filme seria ao menos bacana, Terremoto - A Falha de San Andreas é um desses lamentáveis produtos pós Independence Day, onde um diretor mequetrefe e um roteirista preguiçoso acham que destruir o mundo em 3-D é um filme.
Vai rechear as tardes do canal Space ao lado de pérolas de Chuck Norris e Steven Seagal em pouco tempo.

5 - O Destino de Júpiter


Os fãs de Matrix acharam que seria uma volta dos irmãos Wachowski à ficção científica e, por consequência, aos bons filmes. O Destino de Júpiter tinha cara e ferramentas de uma ópera espacial que misturaria contos de fadas e ação de qualidade em uma embalagem com a qualidade cool que só Lana e Andy Wachowski sabem fazer, certo?
Não.
O Destino de Júpiter não acha o tom, é chato, histérico e mal ajambrado. Mila Kunis faz Neo parecer Laurence Olivier, caine, o personagem de Channing Tatum é um lobisboy/anjo/guerreiro-de-patins que pede por piadas que jamais chegam e Eddie Redmayne atua em modelo Nicolas Cage, sem jamais acertar a modulação de voz, sempre gritando ou cochichando e é o único que se salva já que parece o único que não está levando aquela bazófia toda a sério.
Sem encontrar lastro para a megalomania, O Destino de Júpiter é absolutamente esquecível, e não chega nem a ser desapontador já que ninguém em sã consciência esperava nada do filme.

4 - CHAPPiE


CHAPPiE tinha um potencial do caralho. O retorno do diretor sul-africano Neil Blomkamp à seara das ficções científicas do gueto na história do robô-policial agraciado com uma inteligência artificial por seu criador tinha tudo pra ser Um Robô em Curto-Circuito com mais coração, mais cérebro e mais consciência social, e uma volta do criador de Distrito 9 à sua melhor forma.
Mas aí, Blomkamp pareceu escrever o roteiro em papel higiênico usado, esqueceu de criar um vilão decente para Hugh Jackman, chamou dois punk-rappers atrozes para os papéis principais do filme e cometeu um longa cheio de boas ideias porcamente desenvolvidas resultando em um produto que desaponta tanto pelo que é, quanto pelo que poderia ter sido.

3 -Pixels


Outro filme que poderia ter sido muito mais do que é... Pixels tinha tudo para ser uma divertida matiné cheia de reminiscências para velhacos que cresceram frequentando fliperamas oitentistas. Uma mistura de O Milagre Veio do Espaço com Independence Day regado a nostalgia de Atari.
Infelizmente Adam Sandler meteu aquela cara de ovo na empreitada e Pixels virou mais um daqueles filmes onde o pseudo-comediante emprega seus amigos em uma trama pra ele ser o sujeito que sempre se dá bem.
Dirigido por um esforçado Chris Columbus que caprichou nos efeitos visuais e até chamou Peter Dinklage pra tentar dar algum estofo dramático ao longa, Pixels esbarrou no roteiro escrito a giz de cera pelos colaboradores habituais de Sandler, Timothy Dowling e Tim Herlihy, e o que poderia ter sido um programa divertido se tornou um daqueles filmes que fazem a gente conferir a duração aproximada atrás da caixa do DVD pra ver se falta muito pra acabar o martírio.

2 - Quarteto Fantástico


Quando o diretor do longa e o estúdio trocam farpas via veículos de imprensa antes, durante e depois do lançamento do filme, é sinal de que alguma coisa deu muito errado.
Não precisava ser gênio, porém, pra saber que Quarteto Fantástico, reboot da Primeira Família da Marvel aos cinemas após os filmes de Tim Story em 2005 e 2007 não estava no caminho certo já no embrião da produção.
Desde a escalação do elenco e da contratação de Josh Trank para conduzir o longa era visível que as ideias da Fox, de Trank e dos fãs eram absolutamente dissonantes.
O que poderia ser uma boa ficção científica de super-herói acabou se tornando um produto irregular, um monstro de Frankenstein de três filmes diferentes costurados um no outro sem jamais encontrar um tom ou contar uma história consistente. Uma pena, pois algumas ideias dos dois primeiros atos do longa acenavam com um digno reinício, que acabou relegado à uma promessa jamais cumprida, e um dos grandes fracassos do ano.

1 - The Ridiculous Six


Aposta fácil.
Todo mundo que passou pelo calvário de assistir The Ridiculous Six sabia que o longa de Adam Sandler (duplamente agraciado nesta relação de filmes ruins) para o Netflix não ficaria de fora de nenhuma lista de piores do ano.
A tenebrosa comédia (?) sobre seis meio-irmãos filhos de um pistoleiro que são unidos pelo irmão Tommy Faca-Branca (um Adam Sandler no ápice de sua ruindade) para resgatar o pai sequestrado não faz rir, não faz sorrir, ofende mulheres, índios, amantes de faroestes e de comédias e de qualquer coisa em que toque.
Mais uma empreitada de Sandler para chamar seus amigos para um filme muito mais do que para contar uma história, The Ridiculous Six é a epítome da filmografia de Sandler, o engraçadinho sem graça que adora tirar sarro de todo mundo enquanto posa de pica das galáxias.
Campeão inconteste de um ano repleto de filmes abaixo da média.

Nenhum comentário:

Postar um comentário