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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Resenha Game: Call of Duty: Infinite Warfare


Certa feita entrei na Saraiva e apanhei um Battlefield qualquer na mão, e comecei a estudar a possibilidade de comprar o jogo.
Havia comprado um Playstation 3 há pouco tempo, não tinha uma grande variedade de jogos, e me lembrava com alguma ternura dos atiradores em primeira-pessoa que jogara no passado, notadamente os ótimos Goldeneye 007 e Perfect Dark, para Nintendo 64, e o bom 007 Nightfire, provavelmente os únicos de que era capaz de me lembrar.
Meu irmão me aconselhou a pegar um Call of Duty.
O jogo disponível da série, da qual já ouvira falar pelos jogos ambientados na Segunda Guerra Mundial, era o Mordern Warfare 2, o qual comprei sem nem saber que era uma parte linear de uma trilogia ainda por ser finalizada.
O fato de não ter jogado o primeiro Warfare não afetou minha diversão, e a ótima história do game me fisgou.
Ainda hoje tenho os três Call of Duty Modern Warfare como uma das melhores histórias que já vi em um game, certamente a melhor que já vi em um FPS, e sinto uma vontade danada de jogar a campanha novamente, o que só não faço porque não tenho mais o terceiro game da série.
Fui tão fisgado por Call of Duty, que acabei virando habitué da franquia, tendo dado chances ao irregular Ghosts, um game apenas razoável, e ao bem-intencionado Advanced Warfare, que também não vivia à altura da trilogia estrelada por Price, McTavich, Makarov e companhia.
Por sinal, Advanced Warfare foi um jogo que dividiu opiniões. No geral, as inovações foram bem-vindas, a história era OK, e o multiplayer se servia bem das inovações que os exoesqueletos ofereciam à jogabilidades, mas muita gente achou que aquele ponto do futuro era até onde a série podia ir antes de voltar seus olhos novamente ao passado, como fizera na série Black Ops e nos seus jogos mais antigos.
Ledo engano...
A Infinity Ward e a Activision resolveram ir ainda mais ao futuro, e misturar o game de guerra com ficção científica de maneira ainda mais profunda do que haviam feito em Advanced Warfare e lançaram Infinite Warfare, o game cujo trailer teve a maior rejeição da história do Youtube (ao menos até o lançamento do trailer de Caça-Fantasmas) e que foi lançado nesse começo de novembro dividindo a opinião da crítica especializada e dos fãs da série.
Passei o final de semana jogando o game e devo dizer que achei melhor do que Advaced Warfare e muito melhor do que Ghosts.
No game, estamos em um futuro distante e não especificado.
A humanidade esgotou as riquezas naturais do paneta Terra e levou sua sanha extrativista para todos os cantos do sistema solar, onde agora, cada um dos planetas, satélites e até asteroides são minerados para obter os recursos de quê a população do mundo precisa.
O problema surge quando a Frente de Defesa dos Assentamentos (SDF na sigla em inglês) emerge questionando a forma como a Aliança das Nações Unidas do Espaço (UNSA) lida com as questões da exploração interplanetária.
Não tarda para que a rusga escale para uma declaração de guerra aberta quando o almirante Salem Kotch (Kit Harrington, o Jon Snow de Game of Thrones) mata soldados do braço armado da UNSA, a Organização dos Associados ao Tratado Solar (SATO), um ato hostil seguido por um brutal atentado à sede da UNSA em Genebra que aleija as forças da SATO, restritas às Naves de Guerra Tigris e Retribution, é esta segunda que perde seu comandante, criando o cenário para que o major Nick Reyes (Bryan Bloom, de Esquadrão Classe-A), piloto do Esquadrão SCAR, seja nomeado capitão da espaçonave, e incumbido com a missão de impedir que as forças da SDF dominem o sistema solar.
Eu não sou um entusiasta de modos de jogo online.
Já não era no PS3, quando o jogo dependia apenas de uma boa internet, imagine no PS4, onde o jogo online é pago.
Quando eu compro um game, jogador eventual que sou, eu o faço pensando no modo história, fato que, por exemplo, me fez abrir mão de comprar Star Wars - Battlefront.
E, no papel de player eventual, eu gostei do novo Call of Duty, em grande parte graças à sua campanha.
As missões se dividem entre os velhos tiroteios por terra e missões onde joga-se a bordo da Jackal (as aeronaves do esquadrão SCAR), e que não são o velho sistema de tiro em trilho que dominava as fases em veículos da série até aqui.
Os controles de voo não fazem grande sentido, diga-se de passagem, pode-se bater em quase tudo à altas velocidades e não se desintegrar, e o sistema de lock-on target faz muito do trabalho pelo player, ainda assim, não posso dizer que não me divirto nas fases aéreas, seja no espaço sideral, seja na superfície dos vários planetas presentes no game.
A parte de tiroteio tradicional do jogo ganha algum respiro com pequenas inovações, há fases em que os confrontos armados ocorrem em gravidade zero, outras em que existe um quase inédito elemento de furtividade, conforme embarcamos em espaçonaves apinhadas de inimigos para assassinar um alvo, ou em uma base inimiga para resgatar reféns ou recuperar um protótipo roubado...
A engenharia das fases não chega a ser inovadora ou espetacular, exceto, talvez, na missão no asteroide, que obriga o jogador a controlar o tempo que fica exposto ao sol de 900 graus da rocha sem atmosfera apinhada de robôs assassinos.
Aliás, os robôs não são a única novidade em termos de traquitanas à disposição do jogador, há um vasto arsenal de engenhocas que vão de granadas antigravitacionais a minas remotas que caminham até o inimigo e o matam estrangulado.
O que pode incomodar fãs antigos da série é a presença de uma grande variedade de inimigos em armaduras.
É realmente chato precisar atirar várias e várias vezes em cada combatente da SDF para vê-lo, de fato, morto. Não pelo fato de aumentar a dificuldade do game, algo que seria bem-vindo, mas sim por prejudicar o ritmo da ação, algo na qual a série sempre foi particularmente bem-sucedida.
Ainda assim, o aumento na variedade de inimigos é interessante, de modo que não chega a ser um problema, como o HUD minimalista onde, em diversas fases, um mini mapa faz falta, especialmente em gravidade zero, onde o indicador de ameaça 360° nem sempre faz sentido, ou nas missões de infiltração, onde saber pra onde se virar a seguir pode ser crucial para o sucesso da empreitada.
O multiplayer de Infinite Warfare segue o modelo criado em Black Ops 3, de distribuir 10 pontos entre vantagens na hora de montar seu personagem.
O modo está consideravelmente mais lento do que vinha sendo na série, o que não chega a ser um defeito já que desde a época dos Modern Warfare o game vinha se tornando mais e mais rápido no seu modo para vários jogadores.
O novo sistema de renascimento que parece feito pra punir quem se afasta dos companheiros. Não é raro morrer e renascer praticamente na frente de um inimigo que te mata de novo.
Ainda assim, o modo oferece mapas muito bonitos e espertos, vários deles cheios de recursos feitos para casar com determinadas vantagens disponíveis na montagem do personagem do jogador, como pulo-duplo e corrida pelas paredes.
Há, também, o já tradicional modo zumbi, totalmente cooperativo, jogado em um único mapa, um parque temático chamado Spaceland.
O modo para quatro jogadores consiste em simplesmente sobreviver enquanto o game joga mais e mais inimigos em ti e nos teus companheiros, inimigos que vão de zumbis dançarinos de break à palhaços explosivos e chefões mutantes.
Esse modo é absolutamente cartunesco, colorido e bobo, divergindo bastante do visual acapachante do resto do jogo, mas é muito divertido, e viciante para amantes de games cooperativos.
Call of Duty: Infinite Warfare é um game correto, repleto de conteúdo que, se não chega a encher os olhos e explodir crânios, certamente garante a diversão dos fãs, seja no curto modo campanha, que tem pouco mais de cinco horas e meia de game contínuo, seja nos modos multiplayer.
Não é um game obrigatório, e francamente poderia ter sido feito com outro título e se poupado de todas as críticas, mas ainda assim, é uma boa pedida para os fãs do gênero.

"-O capitão fica na ponte...
-Não desta vez. Não este capitão."

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