Eu já mencionei como a temporada de O Mandaloriano parece curta? Já devo ter mencionado, mas aqui vai, de novo: Que temporada curta!
Já estamos a apenas um episódio do fim, e, rapaz, eu já sinto com saudade de Din Djarin, Grogu e companhia, especialmente após o episódio de ontem, O Crente, que foi outro dos pontos altos dessa temporada, especialmente em se tratando de ação e da atuação de Pedro Pascal.
De início somos levados até os campos de sucata de Karthon, onde reencontramos Migs Mayfeld (Bill Burr), o ex-atirador de elite do Império convertido em mercenário que participou do episódio 6 da primeira temporada, O Passageiro.
Mayfeld está cumprindo uma pena de 50 anos pela tentativa de fuga malfadada de então, até que a xerife da Nova República Kara Dune surge requisitando a custódia do prisioneiro.
Kara não está só, ela vem acompanhado de um séquito formado por Fennec Shand, Boba Fett e Mando, que sabe que, como um ex-agente, Mayfeld tem acesso a códigos e acessos utilizados pelos remanescentes do império de Palpatine, dos quais Mando precisa para resgatar Grogu das garras de Moff Gideon.
Sob pressão, Mayfeld concorda em ajudá-los a conseguir o que querem, mas para isso, precisa ir até o planeta Morak, onde o império tem uma operação de mineração onde o grupo poderá encontrar os terminais de onde Mayfeld pode acessar as informações de que eles precisam. Chegar ao terminal, porém, não será tarefa fácil. A refinaria de rhydonium, um mineral extremamente volátil que deve ser transportado com todo o cuidado do mundo mesmo sob o ataque de piratas, do Império está bem estabelecida e protegida, o que leva o grupo a planejar um acesso sorrateiro até a base inimiga, numa operação que demanda que Mando dê uma trabalhada em seu código de conduta para mostrar o quanto ele realmente se importa com Grogu, e que ás vezes a linha que separa mocinhos e bandidos é bastante tênue...
Conforme eu disse ali em cima, O Crente é um dos melhores episódios da temporada. Mostrando novamente o poder de concisão de O Mandaloriano, o capítulo co-escrito e dirigido por Rick Famuyiwa tem ótimas sequências de ação, como a perseguição pelas estradas florestais de Morak e humor (quase todo cortesia de Burr, um comediante que merece uma espiada), mas também alguns questionamentos morais interessantes a respeito do universo de Star Wars, como o fato de que Mayfeld traz consigo traumas e arrependimentos a respeito de seu período no exército imperial, incluindo a maneira como os oficiais mais ranqueados das fileiras de Palpatine não hesitam em mandar suas tropas para a morte certa. O tipo de insight que geralmente não temos chance de ver nos filmes onde as linhas entre lado luminoso e lado sombrio são mais sólidas que a grande muralha de Adriano e que, embora possa ser problemático já que estamos lidando basicamente com nazistas espaciais, traz um bom tópico de discussão para a franquia.
Em 34 minutos de TV de excelência O Mandaloriano acerta na pinta novamente, e prepara o terreno para um final de temporada que promete um novo encontro entre Mando e Gideon e, quem sabe, entre Mando e Grogu.
"Moff Gideon, você tem algo que eu quero. Você pode pensar que faz alguma ideia do que tem em seu poder, mas não faz. Em breve ele estará de volta comigo. Ele significa mais pra mim do que você jamais saberá."
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