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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Resenha Cinema: 72 Horas
Paul Haggis é um roteirista dos bons (Os filmes mais recentes de 007 que o digam), e Diretor, idem (Olha o Oscar de Crash - No Limite, aí que não me deixa mentir.). Ele colocou as asinhas de fora novamente fazendo um filme que se aproxima um pouco mais da ação de seus trabalhos como roteirista, e difere de um pouco de seus dramas nos trabalhos como diretor:
O bom thriller de fuga da prisão, 72 Horas, onde Russel Crowe interpreta John Brennan, professor e pai de família que tem sua esposa, Lara (Elizabeth Banks), presa e condenada por assassinato, e que, após esgotar todas as vias legais de apelações para livrá-la da cadeia, percebe que só existe um curso de ação: Planejar uma fuga pra sua esposa.
Mas como um professor de inglês poderia tirar alguém de uma penitenciária de alta segurança? Aí é que a trama se complica, e ganha suas melhores tintas.
É, grosso modo, um show de um homem só. Russel Crowe carrega o filme nas costas durante toda a projeção, a sua atuação mostra de forma extremamente convincente o sujeito comum tentando realizar um prodígio. O John Brennan de Crowe é, ao mesmo tempo, determinado e hesitante, valente e assustado, contido e raivoso.
Enquanto busca desesperadamente o conhecimento necessário pra tirar a esposa da cadeia, Brennan incorre em todos os erros que uma pessoa normal cometeria na mesma situação. Ele se dá mal tentando negociar com criminosos, ele fracassa em tentativas de usar técnicas de fuga extraídas do YouTube, ele titubeia antes de tomar uma decisão drástica, mas sempre se apega á vida que levava antes da prisão de sua esposa, e que está disposto a recuperar não importa o custo.
Se Haggis não chega a mostrar estofo de papa do gênero na direção, não deixa a peteca cair, nos deixando na ponta da cadeira nos momentos de tensão sem jamais esquecer de dar veracidade aos seus personagens. Se Crowe é um daqueles atores de exceção em hollywood já sabemos faz tempo, a interpretação de Elizabeth Banks (A Betty Brant de Homem-Aranha) não deixa de ser uma bela surpresa, além das boas participações de um silencioso e expressivo Brian Denehy, como pai de John, Liam Neeson como um ex-condenado especialista em fugas, e Olivia Wilde, linda de morrer, como uma mãe solteira que pode se tornar peão nos planos de John.
No final das contas, 72 Horas não vai mudar os rumos do cinema contemporâneo, não dará nenhum prêmio de interpretação aos membros do elenco, nem deve ser um estrondoso sucesso de bilheteria, mas cumpre bem a sua função, e distrai bastante bem por duas horas e dois minutos.
"Não há nada mais perigoso do que um homem com tudo á perder."
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