Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
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quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Ainda...
Tarde da noite. Jogando videogame na sala. No escuro.
Som baixo. Cinco... O volume vai até cem. Ele nunca coloca acima de dez.
Regata e cueca boxer preta. Um edredom em cima de uma das pernas. A que fica na mira do ventilador. Perenemente ligado em cima do videogame.
Pausa o jogo. Vai à cozinha. Volta com uma caneca de guaraná com um pingo de suco de laranja.
Frescura, ele sabe.
Mas fica bom.
Apanha o controle. Olha pra porta do quarto.
Quase pode vê-la saindo. Pijama composto de short e blusa de alcinha. Pés descalços no parquet. Ela se detém entre a sala e o banheiro e olha pra ele.
Ele pergunta:
-Tá muito alto, meu anjo?
Ela sorri esfregando os olhos. Maneia a cabeça que não.
-Tu não vai vir pra cama?
Ele responde que Nova York não vai se salvar sozinha. E mostra a foto que tirou do jogo, do Homem-Aranha na frente do escritório de Nelson e Murdock. Ela pergunta onde fica. Ele diz que é perto do bar da Josie. Tira o game da pausa. Ela faz cara de pânico, desvia os olhos da TV e reclama que eles está muito na frente dela.
Vai ao banheiro. Depois à cozinha. Na volta se inclina perto dele e o beija.
Ele sente o cheiro nela... Biscoito...? Sorvete...? Baunilha. Definitivamente baunilha. Isso e o cheiro dela. Da pele dela.
Por melhores que sejam os perfumes, shampoos e cremes, o cheiro da pele dela foi o que ele aprendeu a amar mais rápido.
Ela recomenda:
-Não deita muito tarde. Amanhã não é feriado.
E volta pro quarto.
Ele a observa andando. Os cabelos cobrindo as costas feito a capa do Superman da era de ouro. Sorri.
Termina em menos de cinco minutos. Desliga o videogame e vai atrás dela. Pensando em como é bom passar a noite agarrado a ela. Os corpos colados. A pele dela na sua...
Entra no quarto e a cama está vazia.
O quarto está vazio.
"Ah, é", pensa. "Ainda não.".
"Ainda..."
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