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terça-feira, 11 de setembro de 2018
Resenha Série: Punho de Ferro, Temporada 2, Episódio 3: This Deadly Secret
Atenção! Spoilers do episódio abaixo!
Se vai se confirmar, ou não, ainda não dá pra afirmar com certeza, mas até aqui, Punho de Ferro parece realmente ter dado um salto de qualidade em seu segundo ano.
A cena onde Danny, tentando à moda kung-fu fazer as pazes com seus inimigos (que ele pensa que são seus amigos, ou sua família), em um jantar com Colleen, Davos e Joy tem todas as características de uma dramédia européia sobre famílias apartadas tentando agir normalmente.
Sim. A cena é extremamente constrangida, até desconfortável, e sim, eu creio que essa era a ideia.
Joy deixou claro que é uma víbora manipuladora de marca maior, enquanto Coleen segue tendo os maiores colhões da série, mas o que ficou claro nessa longa sequência que transformou um jantar embaraçoso em família em uma tensa dança social de vida e morte é que a relação entre Davos e Danny merece mais espaço.
Os dois realmente agem como irmãos. Nota-se que há alguma espécie de afeto entre os dois, mas que esse afeto está soterrado sobre toneladas de ressentimento. A ingenuidade de Danny Rand deixa de ser um problema para se tornar uma das virtudes do personagem. Ele é desencanado. Ele vai em frente, e se sente melhor assim. Deixando o passado pra trás, e espera, francamente, que as pessoas que ele ama façam o mesmo.
Tivemos um vislumbre desse Danny no episódio de Luke Cage em que os dois formaram brevemente a parceria dos quadrinhos, e eu falei que gostaria de ver mais daquela abordagem, e, apesar de a série solo se esforçar para manter o cenho de Danny franzido de preocupação com mais frequência, provavelmente para oferecer um pouco mais de conflito, ela pode ser vista aqui.
Outro personagem se beneficiando horrores da nova abordagem é Ward.
Se na temporada passada ele mal e mal parecia humano, agora o sujeito é tremendamente crível em sua vida de viciado em recuperação. Sua tentativa desesperada de atrair a irmã a um encontro que ela não queria ter deixa claro que os velhos hábitos de quando ele era o títere de Howard não morreram, e, ainda assim, quando tinha a chance de confrontar Joy, ele amarelou.
Ward é um viciado em recuperação que ainda não sabe lidar com o fato de estar limpo. Ele não é mais um vilão ou um antagonista, mas um amigo problemático e sua cena com Danny mostrou que, ao menos aparentemente, ele é um bom amigo.
Mas nem só de drama familiar se fez This Deadly Secret.
Danny e Colleen se viram outra vez em volta de uma mesa, mas dessa vez para mediar a trégua entre os Carrascos e os Tigres Dourados. As coisas pareciam bem ao menos até Danny ver movimentos suspeitos do lado de fora do local da reunião e mandar tudo pro inferno numa ótima sequência de luta.
Por mais que a audiência possa não gostar da abordagem da série para o drama familiar (e isso é questão de foro inteiramente pessoal) não dá mais pra se queixar das pancadarias. Punho de Ferro está entregando ótimas cenas de luta especialmente se comparar com os arremessos estilo Power Rangers de Jessica Jones ou as taponas na orelha distribuídas por Luke Cage.
Pra encerrar, o episódio revelou que Walker, o espião contratado por Joy e Davos para seguir Danny, é ninguém menos do que Mary, a moça com quem Danny andava esbarrando em Chinatown.
Como ficara óbvio para quem estava assistindo a série, Mary Walker obviamente sobre de dupla personalidade, para quem acompanha os quadrinhos, ela é Mary Tifoide, uma mercenária mutante que sofre de múltiplas personalidades e, durante muitos anos, foi uma das principais assassinas na folha de pagamento do Rei do Crime, e uma pedra no sapato do Demolidor.
Não sei se os fãs de gibis chegarão a ver Mary Tifoide com o rosto pintado e usando seus poderes na série, mas ao menos pudemos ver suas facas quando ela deixou claro para Davos e Joy que é tão perigosa quanto os faixas-pretas de plantão.
Enfim, mais um bom capítulo de Punho de Ferro deixando claro que a equipe de produção ouviu as lamúrias dos fãs e tratou de remexer seus pontos fracos para oferecer uma experiência mais satisfatória para a audiência.
Que continue assim.
"-Talvez seja apenas um jantar.
-Um Jantar nunca é apenas um jantar."
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