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terça-feira, 18 de setembro de 2018
Resenha Série: Punho de Ferro, Temporada 2, Episódio 10: A Duel of Iron
Atenção! Spoilers a seguir!
E, rapaz, não é que a Netflix conseguiu?
Após uma primeira temporada desastrada com a maior cara de novelão que fez chiar do pessoal do politicamente correto até os fãs de quadrinhos, a segunda temporada de Punho de Ferro está ali, juntinho com Justiceiro, empatada em segundo lugar logo atrás de Demolidor (eu lamento. Ninguém acerta na mosca a essência de um dos meus personagens favoritos e sai impune. Andrew Garfield e Christian Bale são testemunhas.).
O encerramento da segunda temporada de Punho de Ferro começa de onde War Without End havia terminado. No meio do ritual de transferência do coração do dragão, Davos despertou, interrompendo o processo, isso deixou ele e Colleen, cada um com metade do coração, capazes de invocar o poder do punho, mas sendo consumidos por ele.
Usando seus poderes e experiência superior, Davos escapa, voltando a seu covil onde é esperado por Walker, tentando eliminá-lo conforme combinara com Joy. Daí pra frente, começa um festival de pancadaria brutal, com punhos de ferro, tiros e facadas pra tudo quanto é lado, envolvendo Danny, Davos, Colleen, Misty e Walker.
Além de uma ótima sequência de luta com alguns momentos muito maneiros (o soco de davos na parede de tijolos, é particularmente empolgante), o capítulo final estabeleceu um novo status quo para esses personagens que eu não posso evitar senão ficar ansioso para revisitar.
Colleen assumiu sua posição como a detentora do Punho de Ferro. Mais do que isso, ela descobriu ser descendente da primeira mulher a derrotar o dragão. Ela não é, por direito, detentora do título, mas é, assim como Davos, uma filha da linhagem de K'un-Lun, disposta a usar o punho de ferro para defender os necessitados.
Ainda houve mais uma sugestão das Filhas do Dragão, com Misty tanto dizendo que gosta de como Knight e Wing soa (é o nome da agência de investigações das duas nos quadrinhos), mas também aludindo ao final da temporada de Luke Cage, que colocou o protetor do Harlem em uma posição de poder facilmente corrompível.
Joy, coitada, foi de vilã à vítima muito rápido nesses dez episódios. Ainda assim, foi bom ver que ela eventualmente fez as pazes com Ward, de algum modo, e, conhecendo Danny, ele obviamente é capaz de perdoá-la também. Infelizmente, Walker transformou ela em "melhor amiga", o que a coloca numa desconfortável posição de, não apenas ser joguete da mercenária, mas também na mira do terceiro alter ego de Mary, (a Bloody Mary, alter mais violento da Mary Tyfoid), que, eu tenho certeza, voltaremos a ver.
E é preciso dizer que o arco de Ward foi, fácil um dos mais satisfatórios e redondos da temporada.
Eu cheguei e imaginar que a gravidez de Bethany fosse colocá-lo em uma posição de abandonar o vício para ser o pai de seu filho e viver feliz pra sempre. Era um arco com o qual eu estava confortável porque gosto do personagem, mas o caminho que a série escolheu pra ele foi muito mais honesto e interessante.
Bethany gosta dele, e tem fé em sua recuperação, mas não quer se responsabilizar por ele tendo que cuidar do próprio filho. Ward admitiu que não sabe quem é, e agora tem a chance de descobrir pois partiu com Danny para a ásia. Ward agora tem a chance de viver além de ser um miserável administrador de empresas no limiar de voltar ao vício, e permanece perto da parte de sua família que ainda o deseja por perto:
Danny.
Danny, realmente realmente abriu mão do poder do Punho de Ferro, mas não inteiramente.
Ele se despiu das obrigações do coração do dragão e resolveu seguir seu caminho atrás de seu verdadeiro propósito, tentando descobrir se ele é digno do poder. Isso o lançou em uma jornada de auto-descoberta tentando encontrar, aparentemente, paralelos para seu lugar na linhagem de defensores de K'un-Lun.
Quando o reencontramos meses após sua partida ele está feliz e satisfeito no encalço de Orson Randall. Mais do que isso, de posse das pistolas de Randall (o efeito especial é meia-boca, concordo, mas ainda assim, é Punho de Ferro abraçando desavergonhadamente a mitologia dos quadrinhos...) com Ward a seu lado.
Punho de Ferro apanhou da crítica na primeira temporada. Nem todas as críticas ao programa foram justas, mas algumas foram. A segunda temporada é provavelmente a melhor resposta que a crítica e os fãs poderiam receber. Tudo o que a primeira temporada deveria ter sido, e mais.
Eu mal posso esperar pela terceira temporada.
"Nada termina sem um novo começo. Assim como qualquer começo, caminha para o fim."
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