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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Resenha Série: Punho de Ferro, Temporada 2, Episódio 8: Citadel on the Edge of Vengeance


Atenção! Spoilers abaixo!
Danny segue com seu treinamento para enfrentar Davos e recuperar o punho de Ferro. Mais do que restabelecer sua condição física para o eventual duelo contra seu irmão de criação, Danny precisa reencontrar seu equilíbrio emocional e é justamente onde ele e Colleen trabalham quando os reencontramos.
Mas além de estarem prontos para o duelo contra a Serpente de Aço (infelizmente não, ninguém disse esse nome...) o casal prestes a se desfazer ainda precisa fazer o meio-campo entre as tríades remanescentes para evitar que a guerra das organizações contra Davos comece a causar dano colateral entre os inocentes de Chinatown.
Enquanto isso, Joy está praticando um jogo duplo perigoso no covil do inimigo, e mesmo ela parece ter dúvidas de por quanto tempo será capaz de enganar Davos. Tanto que, a despeito de sua raiva e de seus "adeus pra sempre" ela resolve contatar Ward para pedir que ele toque adiante seus projetos com energia renovável já que ela não tem certeza de que conseguirá sair com vida dessa empreitada. Isso faz com que Ward tenha que adiar seus planos de se lamuriar por algum tempo.
Falando em lamúrias, após receber dicas de como vender a imagem do novo Punho de Ferro imortal, e se cooptar crianças para se tornarem seu exército pessoal já não era ruim o bastante, o mal-entendido com o senhor Yip (Chill Kong) tem consequências trágicas que, finalmente, colocam Davos no caminho sombrio que, sejamos francos, todos sabíamos que ele eventualmente iria trilhar.
E, deixe-me abrir um parêntese pra dizer que eu acharia potencialmente mais interessante se Davos se mantivesse ao largo dessa vilania mais tradicional. O antagonista ser um assassino de inocentes não estragou a série pra mim, de forma alguma, mas eu acharia uma decisão mais corajosa se ele continuasse sendo, sob diversos aspectos, um Punho de Ferro melhor do que Danny, e sua moral fosse questionável e não totalmente torta, ainda assim, toda a cena onde alguém ganha um buraco em forma de punho de ferro no estômago é uma boa cena.
Ao mesmo tempo, Walker acorda em casa após algum tempo sob o comando de Mary (não fica claro, mas eu gostei da ideia de haver uma passagem de tempo de, no mínimo, alguns dias para justificar que Danny tenha treinado e sua perna se curado ao menos o bastante para ele ser capaz de andar por aí e praticar sessões de sparring com Colleen), e recebe uma notícia que a deixa intrigada.
Aparentemente Mary e Walker não são as únicas personalidades morando naquele corpo. Pois uma terceira entidade foi a responsável por salvar as duas na Sokovia (que bom que há ao menos uma tentativa de estabelecer ligações entre as séries e os filmes, mas eu ainda gostaria que metade do povo desse universo desaparecesse em algum momento...), o que a leva a um psiquiatra (Murray Bartlett, o doutor Edmonds egresso da primeira temporada) que aventa a ideia da qual, diga-se de passagem, a moça não gosta nem um pouco.
De qualquer forma, em um episódio repleto de reviravoltas, a maior de todas surge no final.
Danny, após provar-se totalmente curado de suas lesões, ou ao menos curado o suficiente para vencer Colleen em uma luta, percebe pelo que tem lutado desde sempre.
Não é para proteger a cidade. Nem para proteger K'un-Lun, destruir o Tentáculo ou mesmo pela própria vida. Danny assume que tem lutado apenas pelo poder do punho de ferro. Que se tornou, de fato, um viciado nesse poder.
E ele está disposto a realizar o gesto de desprendimento definitivo e abrir mão desse poder.
Para Colleen.
Será que a filha do dragão está disposta a aceitar essa dádiva e a responsabilidade nela contida?
Outro ótimo episódio de Punho de Ferro deixando claro o quanto a série amadureceu após uma primeira temporada ruim e um Os Defensores claudicante. O programa não apenas abraçou os quadrinhos como aproveita cada oportunidade de referir acontecimentos da temporada anterior e colocá-los sob perspectiva. Quase como se dissesse à audiência "Veja, a gente lembra disso tudo. Sabemos que há problemas, mas olha como melhoramos.". É louvável que mesmo quando a série não tem nenhuma sequência de luta mais elaborada (as cenas entre Colleen e Danny realmente não têm senso de urgência) o roteiro ainda seja capaz de aumentar o tamanho dos riscos que esses personagens estão correndo de maneira satisfatória em esferas além do perigo de morrer ou levar uma surra.
A possibilidade de Colleen se tornar a Punho de Ferro é sensacional. A personagem vinha sendo um dos pilares da série ao longo das duas temporadas (e foi a melhor representante de Punho de Ferro em Os Defensores), ainda assim, eu tenho minhas dúvidas de que a série vá ter coragem de tornar Colleen a Punho de Ferro de maneira definitiva, mas mesmo que seja temporário, seria um passo e tanto. Já que a personagem vem tentando se afastar dos problemas super-heroicos de qualquer maneira apenas para ser arrastada de volta, nada mais justo do que equipá-la com as ferramentas para fazê-lo. De qualquer modo, eu ainda gostaria de ver Danny e Davos se enfrentando cada um com seu respectivo punho de ferro.
O programa entra em sua reta final com tudo no lugar.

"-Fisicamente eu estou pronto para o Davos. Podemos detê-lo. Mas quando fizermos a cerimônia, não posso pegar o poder de volta."

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