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sábado, 10 de agosto de 2019

Mas Não é Só Por Isso


Ela é linda.
Mas não é só por isso que eu a amo.
Eu a amo, não apenas por sua beleza, mas por todas elas.
A maneira como a beleza dela é dessas bonitezas de muitos matizes. Como luzes coloridas refletidas na superfície da água.
A forma como ela é linda quando se produz e se arruma e aplica rímel em quantidades generosas ao redor dos olhos, e estende as pestanas e colore os apetitosos lábios com cores quentes e úmidas como o verão de Porto Alegre em 2013...
A forma como ela é linda despertando de manhã, com remela nos olhos e um rastro de saliva seca no canto do lábio e o rosto amassado.
E a forma como ela é linda saindo do banho, com cabelos molhados e rosto lavado rescindindo o cheiro do xampu com o qual lavou os cabelos...
Porque ela é cheirosa.
Mas não é só por isso que eu a amo.
Eu a amo, não apenas por seu cheiro, mas por todos eles.
A maneira como ela exala e emana tantos cheiros diferentes em ocasiões diferentes e cada um deles me faz fechar os olhos.
A forma como ela sai do banho com cheiro de salão de beleza após aplicar um caríssimo xampu feito á base de uma macadâmia selvagem que só é colhida uma vez por ano, no equinócio de outono em um vale encravado no Himalaia entre a Annapurna e a Namga Parbat.
A forma como podemos encontrá-la após se exercitar e ela emana o cheiro doce de uma confeitaria, misturando-se baunilha, pudim e algodão-doce.
E a forma como, quando excitada, ela desprende o cheiro salgado do próprio tesão, e me faz não querer mais tirar minha boca de seu corpo...
Porque ela é gostosa.
Mas não é só por isso que eu a amo.
Eu a amo, não apenas pelo nosso sexo, mas por todos eles.
A maneira como o sexo com ela é sempre pleno, belo e cúmplice, ainda que quase nunca seja igual.
A forma como fazemos sexo urgente e resfolegante, ainda com sapatos nos pés, as calças penduradas nos tornozelos, vestidos enrolados na cintura, e calcinhas afastadas para o lado enquanto ela deita-se de costas dizendo "assim" ao som do meu cinto abrindo-se com grande alarido.
A forma como sorrimos um pro outro quando nos olhamos nos olhos durante o sexo feito sem pressa, com ambos nus, trocando beijos e carícias.
E a forma como ela faz piadas absurdas e gargalha nas horas mais impróprias de intimidade, em movimentos que traumatizariam um homem normal.
Porque ela ri muito.
Mas não é só por isso que eu a amo.
Eu a amo não apenas pelo som de sua risada, mas por cada sorriso dela.
A maneira como ela tem formas diferentes de sorrir e rir e são todas igualmente belas, maviosas e cristalinas.
A forma como ela gargalha divertida após ver muita graça em algo que eu nem sequer falei tentando fazer pilhéria, e como isso embarga a voz dela, acelerando-lhe o discurso por conta da falta de ar causada pelo acesso de riso e consegue a proeza de deixá-la ainda mais linda e iluminada.
A forma como ela tenta conter o riso conforme ele se infiltra em seu discurso e pro breves instantes isso empresta uma nota grave à sua voz.
E a forma como, ás vezes, ela sorri com tanta força que retesa os tendões do pescoço, me aquecendo a alma, e me lembrando do quanto eu a amo.
Porque eu amo.

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