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segunda-feira, 24 de junho de 2013
Resenha Blu-Ray: Meu Namorado É Um Zumbi
Sexta à noite em casa, nada o que fazer, pizza recém entregue, Coca-Cola geladinha... O que fazer? Um filminho é sempre uma boa pedida.
Como fã de filmes de zumbi, resolvi apostar num filme do gênero, ou mais ou menos do gênero, que me passou batido quando esteve nos cinemas:
Meu Namorado é um Zumbi.
Vou confessar que preconceituosamente torci muito o nariz pro filme por causa das óbvias semelhanças com outro romancezinho açucarado entre mocinhas complacentes e mortos-vivos (A Saga Prepúcio, digo, Crepúsculo), entretanto, vendo que no elenco havia alguns nomes conhecidos e promissores, além de os trailers darem a entender que o filme tinha uma inclinação maior pra comédia, me encorajaram a tentar.
Não me arrependi.
Meu Namorado é um Zumbi mostra o mundo já consumido por uma praga desmorta. As pessoas que não foram contaminadas vivem em cidades atrás de muros, cultivando o que podem, e fazendo pequenas incursões armadas à zona desmilitarizada para saquear farmácias e hospitais abandonados em busca de remédios.
Foras dos muros dessas pequenas comunidades, há apenas caos, destruição, e zumbis. Um desses zumbis é R (Nicholas Hoult, o Fera de X-Men - Primeira Classe), que vaga pelo aeroporto remoendo sua existência vazia de morto-vivo. Dividindo seus dias entre andar trôpego à esmo entre os outros desmortos, tentar adivinhar o que os outros zumbis faziam em vida, e sair à caça junto com os outros de sua espécia para saciar sua fome por carne humana.
Numa dessas caçadas por corpos quentes (que seria o titulo do filme em português...), R encontra Julie (A gatíssima Teresa Palmer, uma Kirsten Stewart 2.0 com mais expressões faciais), por quem imediatamente se encanta. O amor à primeira vista do zumbi só aumenta quando ele devora o cérebro de Perry (Dave Franco), namorado de Julie, e visualiza as memórias do rapaz a respeito da loirinha. R , então, salva Julie dos outros zumbis, e após o ataque, a leva consigo para o avião abandonado onde se refugia, guardando consigo coisas que o fazem lembrar de quando o mundo era vivo, prometendo mantê-la segura e levá-la de volta pra casa após alguns dias.
Nesse período, os dois constroem uma relação que muda a ambos, e pode mudar muitos mais, isso se os "ossudos", zumbis em nível avançado de decomposição que não guardam mais nenhuma lembrança de sua vida, e o coronel Grigio (John Malkovich, discreto), pai de Julie e líder militar que odeia todos os mortos-vivos, não os impedirem.
É engraçadinho o filme de Jonathan Levine, que adapta o livro de Isaac Marion. O roteiro, escrito pelo próprio Levine, não tenta reinventar a roda no tocante ao cânone zumbi estabelecido.
Está tudo lá. A fome insaciável, a dor de estar morto sendo amainada ao devorar as vítimas vivas, os cérebros dando relances de consciência aos mortos-vivos que seguem executando suas atividades de sempre de maneira mecânica... Tudo conforme já vimos naquelas fontes que vão de George Romero aos Zumbis Marvel passando pelos A Volta dos Mortos Vivos.
Além disso, ainda traça o tradicional paralelo antropológico entre os zumbis e as pessoas que não se permitem viver, e, claro, como não podia deixar de ser, já que trata-se de uma comédia-romântica, afinal de contas, mostrar que estamos todos mortos, até nos apaixonarmos.
Há a boa sacada de mostrar a história pelo ponto de vista do zumbi, o que rende os momentos mais engraçados do filme, já que R, embora parcialmente amnésico e com dificuldades pra articular palavras ainda mantém os pensamentos em ordem e tem uma visão hilária de sua condição.
Meu Namorado é um Zumbi acerta a muito bem a mão no primeiro ato do filme, e cai um pouco de qualidade no terceiro, nada que estrague a diversão, porém.
O elenco carismático (Que ainda inclui a engraçadinha/esquisita Aneleigh Tipton, Rob Corddry e Cory Hardrict), a direção e o roteiro honestos, e uma ótima trilha sonora complementam um programa pra amantes de comédias, histórias de amor, e filmes de zumbi. Bom programa.
"Meu Deus, esse encontro está péssimo... Eu quero morrer de novo."
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