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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Resenha Filme: Superman II - A Aventura Continua

Bora continuar com a preparação para a estreia de O Homem de Aço, em 12 de julho. Hoje, seguindo com os reviews dos filmes anteriores do Homem do Amanhã, vamos relembrar a sequência de Superman (1978).


Superman foi um estrondoso sucesso de bilheteria. A aposta dos produtores do filme, Ilya e Alexander Salkind, de lançar o primeiro filme antes da conclusão das filmagens do segundo longa (O plano original era gravar os dois filmes simultaneamente, cortando gastos e evitando perder dinheiro caso o primeiro longa fracassasse nas telonas) deu certo, de modo que o segundo filme precisava ser concluído para chegar aos cinemas.
O problema é que o primeiro longa fora finalizado sob uma tensão mais forte que o próprio Superman entre o diretor Richard Donner e os produtores Salkind e Pierre Spengler.
A demissão de Spengler, aliás, era uma das exigências de Donner para retomar o trabalho, além de desejar maior controle criativo sobre a obra, poder de decisão sobre a edição final e o retorno de Marlon Brando, que devido a seus altíssimos rendimentos sobre a bilheteria, estava sendo cortado do filme pelos Salkind.
Foi em março de 1979 que os produtores optaram por demitir Donner, e substituí-lo por Richard Lester, diretor inglês, antigo colaborador (e credor) dos Salkind, e que chegou a ser contratado para fazer o meio-campo entre eles e Donner durante a conclusão das gravações do primeiro filme.
Agora, Richard Lester exigiu, para aceitar o trabalho, que no mínimo 51% de Superman II fosse trabalho seu. Com aproximadamente 80% do filme gravado, isso causou diversas regravações onde Lester imprimiu um pouco mais do seu estilo pessoal.
Além disso, cenas foram reescritas além de várias substituições na equipe criativa (Tom Mankiewicz, creditado no primeiro longa como consultor criativo após reescrever os roteiros de Mario Puzzo, saltou fora com Donner, além de Tom Baird, editor do primeiro longa e John Willians, compositor da espetacular trilha do filme original).
Lester abraçou o trabalho (segundo Donner, os Salkind prometeram finalmente pagar uma antiga dívida para com Lester se ele aceitasse o projeto), e tinha como principal função, filmar rápido e sem grandes custos, já que o orçamento o filme já havia sido estourado durante o trabalho de Donner.
Ainda assim, os roteiristas David e Leslie Newman e Robert Benton foram contratados novamente para reescrever as cenas que seriam gravadas por Lester, além do compositor Ken Thorne, para completar as lacunas da partitura de Willians.
As filmagens foram concluídas em dez de março de 1980, e o filme foi lançados nos EUA em 19 de junho de 1981.
Superman II - A Aventura Continua realmente continuava o primeiro longa, mas antes disso, mostrava em flashback o julgamento e condenação dos criminosos kryptonianos general Zod (Terence Stamp), Ursa (Sarah Douglas) e Non (Jack O'halloran), sentenciados à prisão perpétua na Zona Fantasma, mas não sem antes Zod prometer se vingar de Jor-El e seus descendentes.
A seguir o filme mostrava um grupo de terroristas atacando a torre Eiffel, em Paris com uma bomba de hidrogênio. Lois Lane (novamente Margot Kidder), presente no local para a cobertura do atentado, acaba em perigo, mas é salva por Superman (Christopher Reeve), que incapaz de impedir e explosão, joga a bomba no espaço sideral.
A energia liberada pela detonação da bomba liberta Zod, Non e Ursa, que acabam encontrando o rumo para a Terra, planeta que decidem colonizar após descobrirem que, em nossa atmosfera, possuem dons sobre-humanos.
Enquanto isso, Lois Lane confirma suas suspeitas e descobre a identidade secreta de Superman, e, apaixonado por ela, Kal-El renuncia a seus super-poderes em uma câmara molecular da Fortaleza da Solidão, tornando-se um homem comum.
Lois e Clark voltando à Metrópolis (sabe Deus como, já que estavam no Polo Norte e o Clark estava sem poderes), acabam descobrindo que Clark cometeu um terrível engano, pois Zod, Ursa e Non acabam de dominar os Estados Unidos, e diante de um apelo desesperado do presidente dos EUA, clamam pela presença do tal Superman.
E enquanto Kal-El luta para tentar recuperar seus poderes perdidos, Luthor, recém fugido da prisão, se alia aos criminosos kryptonianos para derrotar o Superman, que sem poderes e cercado por inimigos por todos os lados, pode não ter como vencer essa batalha.
O filme de Richard Lester é irregular. O diretor britânico com uma queda bastante clara pela comédia, não fez um trabalho dos mais inspirados remendando o filme de Richard Donner.
A versão lançada no cinema, e que volta e meia passava na sessão da tarde, era cheia de momentos de comédia camp, exatamente o tipo de coisa que Richard Donner lutou como pôde pra evitar no primeiro longa.
A sequência em que os vilões enfrentam o Superman em Metrópolis, por exemplo, é carregada de um pastelão que destoa do tom do primeiro longa, ainda assim, a quebradeira entre Superman e Zod, Ursa e Non é desses momentos de fazer fanboy suar de felicidade à despeito dos inúmeros furos do roteiro re-re-reescrito pelos Newmans que ainda funcionava se segurando no trabalho de Mankiewicz e Donner.
Um moleque que nunca berrou "Ajoelhe-se diante de Zod, filho de Jor-El" ou saltou de cima da mesa com uma toalha amarrada no pescoço, não teve infância.
Muito melhor foi a versão de Richard Donner, lançada em 2006, que, além de contar com a participação de Marlon Brando, tapava alguns buracos (Lois parece intrigada com a semelhança entre Clark e o Superman desde o início da trama, Perry Whyte aparece pedindo que Clark e Lois se passem por recém casados nas cataratas do Niágara, há uma referência bastante clara ao cristal que permite que Clark volte atrás na sua decisão de se tornar humano, por exemplo), era mais violenta, menos engraçadinha, e acima de tudo tinha mais cara de sequência do filme de 1978.
Essa versão pode ser encontrada em DVD e Blu-Ray, e vale muito a pena.
No final das contas, porém, tanto a ótima versão de Donner, quanto a versão nem tanto de Lester, podem ser classificadas como o último bom filme do Superman, que depois da sequência, não teria mais uma encarnação cinematográfica que lhe fizesse justiça, conforme veremos mais adiante...

"General, se importaria de vir pra fora?"

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