Mais um pouco de Superman, então, meninos e meninas? Hoje vamos relembrar a terceira incursão live action do último filho de Krypton aos cinemas nesse Superman III
1983 foi o ano em que o Superman saiu dos trilhos. Sim. Se o filme de Richard Donner de 1978 ainda hoje é cultuado como uma das melhores adaptações de super-heróis para o cinema em todos os tempos e a sequência, de 1980, tinha uma versão que era uma ótima sessão da tarde (A de Richard Lester, que chegou aos cinemas), e outra que era quase tão épica quanto o primeiro filme (A de Richard Donner), em 1983, Ilya Salkind, um dos produtores da franquia, tinha a ideia de transformar a série em algo quase tão grandioso quanto Star Wars, com escala cósmica e uma trama que teria como vilões Brainiac e Sr. Mxyzptlk, e apresentaria Kara Zor-El, a Supergirl.
As ideias de Salkind continham uma relação pai e filho entre Kara e Brainiac, além de um romance do Superman com a Supergirl (No filme eles não seriam primos.).
Pois se os Salkind haviam sido o diabo em pessoa nos dois primeiros filmes do Superman, em especial no segundo, as coisas foram um pouco diferentes nesse terceiro longa metragem.
Foi a Warner Bros. quem rejeitou o tratamento de história de Ilya Salkind e resolveu tomar outro rumo.
O roteiro, escrito por David e Leslie Newman, que haviam trabalhado no script dos dois filmes anteriores (E tido seu trabalho quase que inteiramente alterado por Richard Donner e Tom Mankiewikz) voltaram, e dessa vez encontraram em Richard Lester, voltando à cadeira de diretor após terminar o trabalho de Donner no segundo filme, o parceiro ideal para seu estilo de escrita, cheio de piadinhas e humor excessivo.
O filme ganhou um tom de comédia tão evidente, que o grande coadjuvante contratado para co-estrelar Superman III foi Richard Pryor.
Isso mesmo, o comediante Richard Pryor, parceiro recorrente de Gene Wilder em um monte de comédias bacanas, que era fã de Superman II, e acabou ganhando o segundo maior papel de Superman III, atrás apenas de Christopher Reeve, que voltou para o papel principal.
Na trama, enquanto Clark (Reeve) convencia Perry Whyte (Jackie Cooper) a deixá-lo viajar a Smallville para participar da reunião de sua classe no colégio, o inescrupuloso milionário Ross Webster (Robert Vaughn) encontrava em Gus Gorman (Pryor), um gênio da informática, a ferramenta perfeita para aumentar seu império industrial.
Utilizando os conhecimentos tecnológicos de Gorman, Webster planeja controlar o comércio de café e de petróleo mundo afora, seus planos maléficos, porém, esbarram no Superman, que frustra suas tentativas de destruir plantações de café colombianas e acabar com o suprimento de petróleo alterando as rotas dos navios petroleiros.
Com isso, Webster pede a Gorman que analise fragmentos de Kryptonita no espaço, de modo a reproduzir o minério em laboratório. O computador, porém, falha em identificar um elemento desconhecido da Kryptonita, que Gorman substitui por alcatrão.
Enquanto os vilões levam seus planos adiante, Clark volta a Smallville, onde reencontra sua namoradinha dos tempos de colégio, Lana Lang (Annette O'Toole, a Martha Kent do seriado Smallville!), agora uma mãe recém divorciada, com quem vai formando novos laços.
Gorman e Webster acabam sendo bem sucedidos em entregar a Kryptonita sintética a Superman, porém, ela não parece ter efeito algum sobre o herói, que parte após receber o presente de grego.
O que Gorman não sabe, é que a Kryptonita alterada quimicamente pelo alcatrão, ao invés de afetar o Superman fisicamente, o faz psicologicamente.
Aos poucos o herói vai se tornando mais egoísta, depressivo, e raivoso.
Enquanto o Superman embarca em uma jornada descendente rumo às trevas, Gorman e Webster começam a desenvolver um poderoso super computador que pode ajudar o vilão a dominar o mundo, a menos que o Superman consiga derrotar seus demônios internos e retorne para salvar o planeta.
Eu sei, escrito assim, especialmente esse finalzinho, parece até razoável. Mas acredite, eu dei uma enfeitada, não funciona.
Superman III é um filme feito no tom errado desde a cena de abertura, com os créditos aparecendo na tela durante uma sequência de humor non-sense, recheada com todos os clichês da comédia britânica sessentista, incluindo até um sujeito se afogando dentro do próprio carro.
O vilão de Robert Vaughn, praticamente um Lex Luhtor sem grife (Gene Hackman recusou-se a voltar ao papel após a demissão de Richard Donner) não convence, a quase onipresença de Pryor não acrescenta nada, exceto uma coleção de gags cômicas duvidosas, e se tem algo digno de nota no filme, é a boa caracterização de Reeve como o Superman sob os efeitos da Kryptonita sintética.
Sua versão malvada e egoísta do herói rende os melhores momentos do filme(Embora também aí haja uma série de piadinhas sem graça, como endireitar a Torre de Pizza e apagar a chama Olímpica).
No final das contas, Superman III fez até uma carreira decente nas bilheterias, faturando mais de setenta milhões de dólares, mas a resposta da crítica (assim como dos fãs do personagem) foi bastante negativa para com o filme, que talvez tenha sido a pior participação do Superman nas telonas.
Talvez, pois ainda havia mais por vir...
"Bem, eu espero que você não ache que eu vou salvá-la, porque eu não faço mais isso."
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