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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
Resenha Série: O Mandaloriano, Temporada 1, Episódio 5: Capítulo 6: O Prisioneiro
O Mandaloriano chegou ao seu sexto capítulo e com ele me trouxe uma constatação:
A série aparentemente não está preocupada em aprofundar um plot principal nesses últimos capítulos, mas sim em abraçar um senso de aventura mais episódico e ser apenas divertida o que, pra ser bem franco, está OK, pra mim.
Pra ser 100% honesto, era exatamente o que eu achava que O Mandaloriano seria, exceto pela presença do bebê Yoda, e se existe qualquer tipo de desapontamento por conta dessa decisão, ele provavelmente se deve ao fato de os três primeiros capítulos quase funcionarem como um pequeno longa-metragem que foi ótimo.
O quarto e especialmente o quinto capítulos, foram bem menos competentes na comparação, mas esse sexto episódio realmente acertou a mão e entregou o que a série tem de melhor a oferecer em sua pegada mais procedural.
O episódio abre com Mando chegando a uma estação espacial coordenada por Renzar (Mark Boone Jr.) um antigo associado que contrata Mando para uma operação delicada: Invadir um transporte de prisioneiros da Nova República e extrair um dos detentos antes que eles cheguem a seu destino.
O grande coringa da operação é a Razor Crest.
A nave do nosso protagonista jamais foi catalogada pelo Império ou pela Nova República, sendo um fantasma que, manobrado da maneira certa, pode chegar sorrateiramente ao transporte prisional e conectar-se a ele antes de ser captada pelos sensores.
Claro, o guerreiro mandaloriano também é uma força a ser reconhecida, ainda que Renzar tenha juntado uma equipe nada desprezível para o trabalho. O atirador de elite Mayfeld (Bill Burr), a assassina Twi'lek Xi'an (Natalia Tena), o bruto devaroniano Burg (Clancy Brown), e o dróide Zero (dublado por Richard Ayoade).
Os quatro não precisam se gostar, apenas se manterem juntos até que a operação seja concluída, mas as coisas se complicam quando a espaçonave, que deveria estar guarnecida apenas por dróides revela-se tripulada por um soldado humano, e a extração em si, não acaba da maneira que havia sido combinada conforme um jogo de gato e rato se inicia dentro do transporte prisional...
Conforme eu disse, O Prisioneiro é provavelmente o episódio mais divertido de O Mandaloriano até aqui.
Muito dessa diversão vem do equilíbrio que o episódio encontra entre a dinâmica dos personagens (todos interpretados por atores que realmente sabem atuar), as sequências de ação, cenários e referências.
Nesse sentido, aliás, Bill Burr está simplesmente perfeito. Ele fala a respeito da famosa mira dos stormtroopers, menciona Canto Bight e até imita Jar Jar Binks, e não fica devendo no tocante à construção de seu personagem (embora eu achasse que seu traje pudesse ser um pouco mais espacial. Ele parece um policial infiltrado com um blaster automático nas costas). Natalia Tena (intérprete que eu mais custei a reconhecer) se excede ligeiramente na canastrice, mas francamente, Star Wars não é exatamente lugar para sutilezas, e ela parece estar se divertindo tanto que fica difícil julgar. Igualmente se divertindo está Clancy Brown, reconhecível mesmo sob a pesada maquiagem que lhe deu a pinta do famoso "demônio" da cantina de Mos Eisley (me pergunto se veremos o lobisomem...), o ator usa seu tamanho avantajado para interpretar, basicamente, o bárbaro do grupo de RPG. Esses três personagens mais o arrogante dróide Zero, e suas interações com Mando são muito do que torna O Prisioneiro um dos melhores episódios de O Mandaloriano até aqui, capaz, até, de rivalizar com os três primeiros capítulos, quiçá superá-los em determinados aspectos.
Sim, eu me incomodo com a falta de sequência para os eventos que catalisaram a trama, nominalmente o fato de que a equipe de resgate toda deveria, teoricamente, saber a respeito do bebê Yoda, ou alguém explicar como funciona o Fob de rastreio (sério, eu realmente queria saber isso), mas eu vou relevar isso pelo fator diversão e porque até há até tempo para jogar alguma luz sobre o passado de Mando.
Xi-an sugere que o protagonista já foi um matador violento, do tipo que sente prazer em massacrar suas vítimas, antes de se tornar um caçador de recompensas mais comedido, embora não menos competente, o que fica comprovado no terço final do capítulo, que conta, inclusive, com pontas de Dave Filoni, Deborah Chow e Rick Famuyiwa, os diretores que comandam mais de um episódio da temporada (Famuyiwa, sendo o diretor deste).
Em suma: Após dois capítulos menores, O Mandaloriano entrega um de seus melhores episódios, e nos deixa na expectativa de que os dois capítulos derradeiros mantenham, senão a pegada, o alto nível de qualidade.
Vamos torcer.
"-Mayfeld era um dos melhores atiradores das forças imperiais.
-Não quer dizer muita coisa.
-Eu não era um stormtrooper, espertinho!"
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