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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Resenha Série: Watchmen, Temporada 1, episódio 7: An Almost Religious Awe


O sétimo episódio de Watchmen, desde seu título, uma citação direta do quadrinho, sugere que teremos um bocado de Manhattan ao longo de seus reveladores cinquenta e oito minutos de duração, mas a verdade é que na maior parte da duração do capítulo, Jon Osterman é uma presença de fundo, já que temos um longo flashback da vida de Angela Abar em Saigon nos anos 80, logo após os EUA vencerem a Guerra do Vietnã e tornarem o país asiático o quinquagésimo primeiro estado da União, então um cenário repleto de infinitas alusões ao semi-deus atômico americano.
É nesse flashback que descobrimos que Laurie Blake estava absolutamente certa a respeito de Angela quando destrinchou as razões da policial para se fantasiar e combater o crime (ainda que o faça dentro da lei). A Freira Noturna da série tirou seu nome fantasia do filme que não tinha permissão apra ver em VHS na infância porque seu pai dizia que pessoas usando máscaras são perigosas e têm coisas a esconder, fruto óbvio de seu trauma com a vida dupla do pai, Will Reeves, conforme vimos em This Extraordinary Being.
Quando seus pais morreram, Angela ficou em um orfanato em Saigon, onde eventualmente teria seu primeiro contato com a polícia, e chegou a conhecer June, sua avó paterna, com quem não havia tido contato, mas a vida da futura detetive Abar não seria fácil, conforme veríamos no decorrer do episódio.
Ainda sofrendo os efeitos da overdose da Nostalgia de Will, Angela passa o episódio sofrendo flashbacks que a levam a revisitar momentos-chave de seu próprio passado temperado pelas lembranças de Will, e a entender que tem muito mais em comum com seu avô do que gostaria de admitir.
Os dois sofreram perdas, os dois sofreram preconceitos e resolveram combater a injustiça assumindo o lado da lei, apenas para descobrirem que as autoridades tradicionais nem sempre servem à justiça. Ao tomar a Nostalgia de Will e reviver as memórias do Justiça Encapuzada, Angela foi confrontada não apenas com as experiências de seu avô, mas também com suas próprias decisões, e as razões que a levaram a tomá-las.
Mas não é apenas a respeito do passado de Angela que An Almost Religious Awe revolve, porém.
Enquanto o Relógio do Milênio de Lady Trieu se prepara para ser ativado, nós descobrimos um pouco mais a respeito da trilionária, sua filha Bian (Jolie Hoang-Rappaport), e da natureza de seus planos conjuntos com Will Reeves.
Mas em termos de planos revelados (ao menos parcialmente), nenhum é mais impactante do que o do senador Joe Keene e a Sétima Kavalaria, que Laurie acaba ouvindo em primeiríssima mão após seu encontro com Jane (Frances Fisher), a viúva de Judd Crawford, não terminar da maneira que ela esperava numa cena particularmente engraçada.
Quem também não está vendo as coisas andarem da maneira como gostaria é Adrian Veidt.
O Ozymandias, vestindo sua fantasia completa, enfrenta o julgamento do Guarda Florestal (que, descobrimos, vem se arrastando há um ano) em silêncio absoluto. Diante de um tribunal inteiramente formado por Srs. Phillips e Sras. Crookshanks, o homem mais inteligente do mundo mantém-se em absoluto silêncio, e, quando tem a oportunidade de se dirigir à corte, não usa a boca para expressar sua opinião a respeito dos trâmites legais em andamento. Aparentemente Adrian apostou todas as suas fichas em um resgate executado pelo Dr. Manhattan e perdeu...
Ou não?
Os minutos derradeiros do episódio são repletos de revelações que estão muito, muito longe de responder todas as perguntas que a série levantou até aqui, mas que, ao mesmo tempo, entregam o destino satisfatório à uma linha narrativa de fundo que vinha sendo aventada desde o começo da temporada, quando vimos Red Scare e Panda falando a respeito das possibilidades de uso dos poderes do Dr. Manhattan, e, eu devo dizer, a revelação final do episódio realmente me pegou de surpresa, ainda que eu não saiba, exatamente, se gosto dos rumos que ela deixa para os episódios finais da série.
Seja como for, no próximo domingo estarei a postos para ver que tipo de consequências as revelações desse episódio trarão para a reta final da série.

"-Homens brancos usando máscaras são heróis. Homens negros usando máscaras... São assustadores."

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