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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Resenha Série: O Mandaloriano, Temporada 1, Episódio 4: Capítulo 4: Santuário


O quarto capítulo de O Mandaloriano, Santuário não começa exatamente de onde o anterior, Pecado, que mostrou que Mando não estava disposto a vender sua alma em troca das regras da guilda dos caçadores de recompensa, e após tocar o terror nos stromtroopers decadentes d'O Cliente e recuperar a criança, usou a força dos números de seus irmãos mandalorianos para deitar a bordoada nos asseclas de Greef Kargas e escapulir do planeta com seu pequeno companheiro, havia acabado.
Santuário começa em outro planeta, onde um pacífico grupo de fazendeiros de krill (um camarão azul-brilhante que parece saído de Chernobyl) são acossados por um bando de bandoleiros klatoonianos que, sem a menor cerimônia, invadem a vila, matam, pilham e incendeiam.
É justamente a esse planeta que Mando chega procurando por um lugar onde se esconder com o alvo mais valioso da galáxia no momento. Infelizmente, o protagonista descobre que ele não foi a primeira pessoa a ter essa ideia.
A ex-militar da Aliança Rebelde Cara Dune (Gina Carano), agora uma mercenária procurando um lugar discreto onde ficar por algum tempo teve a mesma ideia, e os dois acabam tendo uma breve altercação que termina com Mando concordando que Cara chegou primeiro, e que ele e o bebê Yoda devem procurar outro lugar para se esconder (planeta pequeno, eu acho...).
Antes que ele consiga voltar ao espaço, porém, Mando é aproximado por dois fazendeiros do vilarejo aterrorizado, e eventualmente concorda em auxiliá-los contra os klatoonianos em troca de abrigo. Junto com Cara, Mando planeja apenas intimidar os criminosos, mas logo fica claro que essa não é uma opção, e que para ter uma chance de se livrar desses criminosos, os dois mercenários precisarão da ajuda de toda a tribo da vila.
Com ecos de Os Sete Samurais, aquela narrativa clássica onde um grupo de mercenários ensinam o povo de um vilarejo a lutar para se defender, Santuário não é o melhor episódio de O Mandaloriano até aqui. Na verdade, é a primeira vez em que um episódio do programa passou a sensação de ser filler, mas ainda assim, mantém o equilíbrio da série.
Dirigido pela gatinha fofucha Bryce Dallas Howard o Capítulo 4 da série consegue balancear humor, ação e momentos de quietude que nos oferecem um vislumbre maior das motivações e do passado de Mando.
Quando a bela viúva Omera (Julia Jones) se aproxima do caçador de recompensas, ouvimos ele próprio contar há quanto tempo vestiu o manto Mandaloriano, e como abraçou O Caminho de sua nova tribo por gratidão após ser resgatado por eles. Aprendemos o que acontece se Mando tirar seu elmo diante de outros, e que realmente, seu maior interesse nesse momento, é a garantia de que A Criança ficará segura, e aqui cabe mais um elogio à série:
Mesmo em seus momentos menos inspirados, o programa ainda é capaz de aprofundar-se na personalidade de seu protagonista de maneiras que (aqui vou eu de novo), os filmes simplesmente não conseguem. À essa altura, nós já sabemos mais a respeito de Mando do que sabemos a respeito de Finn, Rey, Poe e Kylo juntos, e nem sequer vimos seu rosto! E o mais grave de tudo é saber que Jon Favreau provavelmente tem uma sala na Disney e que poderia ter nos salvado dos episódios VII, VIII, IX e de Han Solo.
Não, nem tudo são flores na série, sua execução não é absolutamente irretocável, mas O Mandaloriano parece Star Wars em forma e conteúdo durante cada minuto de seus curtos episódios, e Santuário, com seus eventuais problemas, ainda oferece algumas boas cenas de luta, ao menos uma competente cena de batalha, e a participação de um dos veículos mais emblemáticos de Star Wars com efeitos visuais excelentes, ou seja: Mesmo em seus momentos menos inspirados, a série ainda é muito mais Star Wars do que os filmes atuais.
A primeira temporada de O Mandaloriano chega à sua metade tomando fôlego para o que, eu espero, seja um mergulho nas consequências dos atos de Mando para com Kargas e O Cliente, vamos torcer para que seja tão bom quanto o que veio até aqui, ou melhor.

"-Como isso funciona? Se você tirar essa coisa eles vêm atrás de você e te matam?
-Não. Eu jamais poderei colocá-lo novamente."

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