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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Resenha Cinema: Transformers - A Era da Extinção


Transformers era um bom filme. Falando sério. O primeiro filme, de 2007, dirigido por Michael Bay e produzido por Steven Spielberg era um sci-fi muito competente. Era honesto, divertido, despretensioso e movimentado. Não se pode exigir muito mais de uma fita de ação estrelada por robôs gigantes que foram criados com o único e exclusivo propósito de vender brinquedos.
O filme era bom sim. E foi tão bem de bilheteria que, em 2009, ganhou uma sequência. O irregular Transformers - A Vingança dos Fallen, que nem de longe era tão maneiro quanto o primeiro, mas continuava engraçado, tinha ótimas lutas de robôs gigantes e, claro, a Megan Fox de shortinho em cima da motocicleta, uma imagem que, sozinha, valia um ingresso, ou pelo menos um pôster.
O terceiro filme, deu uma descambada, novamente dirigido por Michael Bay e estrelado por Shia LaBeuf, saiu Megan Fox e entrou Rosie Huntington-Whiteley numa trama sem pé e nem cabeça. Os momentos genuinamente engraçados eram poucos, a trama totalmente sem sentido e, após dois filmes, mesmo as lutas entre robôs gigantes e robôs abissais abraçados em edifícios já não impressionavam tanto.
Ao final da "trilogia", ficava a impressão de que, se Transformers havia feito alguma coisa de bom pelo cinema além de mostrar Megan Fox correndo em câmera lenta, as lutas brutais entre Optimus Prime e qualquer Decepticon, e garantir que Gillermo Del Toro obtivesse recursos para realizar Círculo de Fogo, ninguém ficou sabendo.
Ainda assim, o terceiro filme era uma produção cinematográfica que faturara mais de um bilhão de dólares em bilheterias, de modo que era virtualmente impossível manter essa máquina de fazer dinheiro longe dos cinemas.
E lá estavam novamente Michael Bay, papa dos filmes de ação sem cérebro e o roteirista Ehren Krugger, egresso do segundo e terceiro filmes da franquia para criar mais uma aventura de Autobots e Decepticons.
Transformers - A Era da Extinção se passa três anos após os eventos do terceiro filme, quando a guerra entre Autobots e Decepticons devastou Chicago.
O governo dos EUA pede que qualquer atividade alienígena seja relatada imediatamente, e um braço da CIA criou uma força-tarefa encarregada unicamente de caçar e destruir o povo de Cybertron, não importa se são vilões ou mocinhos.
Essa força tarefa é encabeçada por Harold Attinger (Kelsey Grammer), ex-superintendente da CIA que, ao lado do industrial Joshua Joyce (Stanley Tucci, interpretando uma cópia de Steve Jobs), planeja usar o código genético dos Transformers para produzir, a partir de um material chamado Transformium (é, eu sei...), seu próprio exército de robôs transmorfos.
Ao mesmo tempo, o engenheiro mecânico e inventor fracassado Cade Yeager (Mark Wahlberg), tentando conseguir dinheiro para garantir a faculdade de sua filha Tessa (Nikola Peltz, gostosinha e insossa), compra e reforma sucata.
Em uma de suas negociatas em um antigo cinema por fechar, ele compra um caminhão parcialmente destruído. Ao examiná-lo, descobre tratar-se (claro) de um Transformer, e não qualquer Transformer, Optimus Prime em pessoa!
Cade ajuda Optimus, mas acaba na mira dos homens de Attinger, que invadem sua casa e ameaçam sua filha, salvos por Optimus, Cade, Tessa e seu namorado secreto Shane (Jack Reynor) ficam na mira do governo dos EUA, e agora precisam descobrir por que os Transformers estão sendo caçados pelos humanos, e por que o misterioso Lockdown, o caçador de recompensas intergaláctico, está garantindo que tenham sucesso!
Bem...
Em pelo menos duas ocasiões do filme, o personagem de Wahlberg diz que espera que alguém olhe pro lixo e veja um tesouro. Talvez seja o mote de Michael Bay e Ehren Krugger e sua esperança quando as pessoas assistem Transformers - A Era da Extinção.
Porque o filme é lixo.
Não é o pior longa metragem de todos os tempos, mas o quarto filme da série é apenas uma coleção de explosões, lutas e perseguições automobilísticas que simplesmente não fazem sentido a menos que tu esteja assistindo ao filme em uma tela com doze andares de altura e um quilômetro de largura. É informação visual demais na tela, e pior, informação inútil, já que a trama é rasa feito um pires e frágil que nem casca de ovo.
Os personagens são bobos no sentido de serem mal-construídos ou bobos porque só fazem bobagem, e nem mesmo os reforços de peso na bublagem (John Goodman dá voz a Hound, um robô gordo e barbudo que fuma charutos de metal, e Ken Watanabe dubla Drift, um robô samurai) servem pra alguma coisa no meio da tempestade de explosões, tiroteios, carros arremessados pelo ar e dinossauros robôs cuspidores de fogo.
Com todos os ingredientes dos filmes de Michael Bay, da luz alaranjada que sempre faz parecer que está amanhecendo ou anoitecendo às tomadas com a câmera rodopiando ao redor dos personagens, Transformers - A Era da Extinção é descartável e megalomaníaco como todo o resto do cinema do diretor, mas já perdeu o impacto e a relevância que faziam a série valer a ida ao cinema.
Espere sair em DVD, e enquanto isso assista de novo a qualquer outro filme da franquia. Dá na mesma.

"-Adolescentes...
-Eu passei pela mesma coisa com Bumblebee."

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