Pesquisar este blog

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Resenha DVD: Need for Speed - O Filme


Filmes baseados em videogames, eu já dizia alguns dias atrás, são sempre ruins.
É difícil saber a causa disso. Videogames recentes como The Last of Us, a série Uncharted, Red Dead Redemption e GTA IV tê histórias excelentes, recheadas de drama e personagens incrivelmente humanos, de modo que não se pode mais culpar a falta de profundidade da fonte pela incompetência da adaptação.
Mesmo a mais longeva e bem sucedida franquia cinematográfica nascida de um videogame, a série Resident Evil, estrelada por Milla Jovovich, é composta por cinco filmes muito ruins, que são inferiores mesmo à pior edição da série gamística.
Atrocidades como Super Mario Bros, Street Fighter, Alone in the Dark, Max Payne e Bloodrayne só servem pra fazer todo mundo lembrar de Mortal Kombat (1995) como a melhor adaptação de um game para cinema, e manter a audiência que valoriza seu dinheiro e tem algum resquício de cérebro funcionando longe dos cinemas quando estreia uma nova pérola da mesma estirpe.
Foi, aliás, o que eu fiz quando Need for Speed - O Filme, estreou nos cinemas alguns meses atrás. Passei longe. Bem longe.
Mas acabou que o filme saiu em DVD, eu estava com uma tediosa tarde chuvosa pela frente, e não tinha nenhum outro filme que eu ainda não tivesse visto na locadora, de modo que pensei em alugar NfS - O Filme, nem que fosse apenas por curiosidade mórbida e pra engrossar a minha lista dos piores do ano em dezembro.
No longa dirigido por Scott Waugh, que tinha no cartel apenas o longa Ato de Valor (exceto por alguns trabalhos como assistente de direção e diretor de segunda unidade), conhecemos Tobey Marshall (Aaron Paul, de Breaking Bad, bitch), um jovem dono de uma oficina de customização de automóveis no interior do estado de Nova York.
Além de ser um ótimo mecânico, Tobey também é um piloto talentoso, que complementa seus ganhos na oficina com corridas de rua.
Após uma dessas corridas, Tobey recebe a visita de seu antigo rival Dino Brewster (Dominic Cooper).
Dino fez fortuna pilotando na Indy e em outras ligas profissionais, e hoje é noivo de Anita (Dakota Johnson), ex-namorada de Tobey, com quem vive em Manhattan. A despeito das animosidades entre os dois, Dino reconhece que Tobey e sua equipe são os melhores customizadores de automóveis, e lhes oferece a possibilidade de concluir o trabalho de restauração de um Ford Mustang que estava sendo trabalhado pelo legendário designer Carroll Shelby, que morreu sem concluir o projeto.
Dino oferece a Tobey e sua equipe 25% do valor do carro, estimado em 2 milhões de dólares. A contrag0osto, mas ameaçado por dívidas, Tobey aceita o projeto, e conclui a restauração do carro, que acaba sendo vendido acima do valor estimado por Dino. Entretanto, após a conclusão do negócio, Dino e Tobey discutem, e apostam o valor integral da venda em uma corrida de rua com carros idênticos, os velocíssimos Koenigsegg Agera de seu tio.
Havendo três carros, o membro mais jovem da equipe de Tobey, Pete (Harrison Gilbertson), pede para participar.
Durante a corrida, enquanto Tobey lidera, Pete e Dino lutam pelo segundo lugar, até Dino desviar o carro de Pete, que gira, capota, e despenca da ponte, causando sua morte.
Dino desaparece após o acidente, e Tobey, tentando resgatar o amigo, é preso, e cumpre dois anos por homicídio culposo.
Ao sair da prisão, ele tem apenas uma coisa em mente:
Provar sua inocência, e se vingar de Dino. Para isso, planeja participar da legendária corrida conhecida como DeLeon, organizada pelo excêntrico Monarch (Michael Keaton, surtado como em Os Fantasmas se Divertem), para isso, porém, ele precisa cruzar o país violando sua condicional, e de um carro veloz, como o Mustang de Carrol Shelby, para as duas coisas ele precisará do apoio de sua equipe, e da ajuda da especialista em carros Julia Maddon (A delicinha Imogen Poots).
E quer saber? Não sei se era por ter as expectativas abaixo de zero, mas eu gostei de Need for Speed - O Filme. Diria, inclusive, que é de longe, a melhor adaptação de um videogame para o cinema. De longe.
Lógico que não é um grande filme, é repleto de defeitos que vão das sequências de ação nonsense à má qualidade das sequências dramáticas, mas, que diabos, é um filme de corridas de carros baseado em um videogame... Eu consegui me envolver com o drama do protagonista, achei a mocinha adorável com seu sotaque britânico excessivo, e desprezei o vilão, torcendo para que ele fosse pego. Se as sequências de corrida não chegam a ser brilhantemente filmadas (há um óbvio excesso de cortes que tira um pouco do tesão da velocidade), os carros são magníficos, e mesmo a insistência com o Shelby mustang, é justificável, afinal, é um puta carro, especialmente a versão vermelha que aparece no final.
Em suma? Eu gostei. Acho que limpa o chão com qualquer um dos Velozes & Furiosos (uma franquia cada vez mais afundada no pastiche.), faz justiça ao game e diverte. Quer gulty pleasure melhor que isso?
Alugue e divirta-se.

"-Pilotos devem correr. Tiras devem comer rosquinhas."

Nenhum comentário:

Postar um comentário