Pesquisar este blog

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Resenha DVD: Operação Invasão 2


Quem não viu o primeiro Operação Invasão, bom sujeito não é.
Estamos falando de uma das melhores fitas de ação e artes marciais dos anos recentes. O longa dirigido pelo galês Gareth Evans mostrava uma operação de invasão (dã) da polícia de Jacarta a um edifício que servia de covil a traficantes de drogas. Descobertos pelos bandidos e traídos por seu superior corrupto, o tenente Wahyu, todo o esquadrão era massacrado, á exceção do policial Rama (Iko Uwais), que carregando o colega Bowo gravemente ferido, resolvia partir contra os criminosos até alcançar o chefão do crime Tama, uma tarefa indigesta à medida que, entre o policial e seu alvo, havia dúzias de criminosos armados até os dentes, incluindo aí o psicopata marcial Mad Dog.
Baita filme. Operação Invasão foi um tremendo sucesso entre fãs de longas de artes marciais, e graças ao boca-a-boca dos sortudos que viram o filme, ganhou o merecido reconhecimento que fez com que a sequência se tornasse particularmente esperada pelos fãs do estilo.
Novamente escrito e dirigido por Gareth Evans, Operação Invasão 2 começa imediatamente após o desfecho do primeiro longa.
Rama está frente a frente com o policial Bunawar, seu colega ferido, Bowo, e o tenente corrupto Wahyu. Após encaminhar Bowo para o hospital, e Wahyu para o necrotério, Bunawar faz uma proposta a Rama.
Seu triunfo contra Tama e seus homens, foi pequeno comparado ao grande trabalho de eliminar o crime de Jacarta, mas notável o suficiente para fazer com que Rama entrasse no radar dos sindicatos do crime, repletos de policiais e políticos corruptos e muito acima de Tama e seus homens.
Bunawar faz parte de uma pequena força-tarefa disposta a tudo para derrubar esses homens. Os verdadeiros chefões do crime da Indonésia.
Ele faz uma proposta a Rama:
O grupo de Bunawar pode garantir a segurança da esposa e do filho do policial, mas ele terá que se infiltrar na organização do perigoso Bangun, um dos cabeças do crime organizado local com laços profundos com policiais sujos como o comissário Reza.
Para se infiltrar nesse grupo, Rama precisa abandonar sua identidade como policial, e sua família. Ser preso como um delinquente, e fazer amizade com o filho de Bangun, Uco, também encarcerado.
Reticente no princípio, Rama acaba se convencendo da necessidade de proteger sua família, e aceita a missão.
Após dois anos preso, Rama, agora atendendo pela alcunha de Yuda, se tornou amigo de Uco, e é acolhido na organização criminosa de Bangun, o lançando nas entranhas do mundo do crime de Jacarta, onde a corrupção, a violência e a traição estão em toda a parte, um mundo difícil de se adentrar, e quiçá impossível de abandonar com vida!
Muito mais preocupado com trama e desenvolvimento de personagens do que o primeiro filme, Operação Invasão surpreende pelo andamento muito mais cadenciada, que abre mão da ação vertiginosa e quase ininterrupta do antecessor por uma intricada rede de intrigas e trairagens entrecortada por uma sequência de ação aqui e ali até o adrenalínico final.
Gareth Evans mantém o bom toque pra tensão e porradaria do primeiro filme, mas também abre o leque. Embora as atuações do longa sigam o modelo oriental, muito mais teatral e cheio de caras e bocas do que estamos acostumados, alguns atores conseguem se destacar como Arifin Putra, intérprete de Uco, mas ninguém estraga o filme por não saber atuar, mesmo Yayan Ruhian (intérprete de Mad Dog no primeiro filme, que retorna na sequência em outro papel) se esforça para dar estofo ao seu personagem.
Eu sei, a qualidade das atuações pode parecer irrelevante em um filme de ação indonésio, mas não se engane. Como eu disse antes, Operação Invasão 2 é muito mais cadenciado do que o filme original, se estendendo por duas horas e meia que não são porrada do início ao fim, então, não faz mal nenhum que os atores ao menos saibam quem seus personagens são. Por sorte Gareth Evans já tinha mostrado que consegue fazer isso no primeiro filme, quando, em menos de dez minutos, com mínimo diálogo, já havia estabelecido a identidade de seus heróis e vilões, e se alguns deles eram cartunescos então (Rama, Andi, Tama e Mad Dog eram todos personagens arquetípicos), continuam sendo agora, alguns até mais (como Alícia Hammer Girl, o Homem com o Bastão de Beisebol, Bangun, Uco, Eka e Prakoso, novo personagem de Ruhian), mas isso não importa, nem tira o brilho do longa, que se equilibra entre a trama do tira disfarçado evocando Os Infiltrados, e a ultra violência de uma fita de artes marciais. Se o durante do filme, vez que outra faz a audiência duvidar que está, de fato, vendo uma sequência do primeiro The Raid, o final do longa metragem, regado com sangue, martelos, bastões de beisebol, facas karambit e pancak silat pra tudo que é lado deixa absolutamente claro qual é a linhagem dessa segunda parte.
Alugue e divirta-se, vale horrores a pena.
E que venha Operação Invasão 3.

"-Não... Pra mim, chega."

Nenhum comentário:

Postar um comentário