Fótons são partículas fundamentais únicas na natureza. Únicas porque são simultâneamente partículas e ondas. É um caso singular no mundo da física. Dependendo do tipo de barreira colocada em seu caminho, os fótons se comportam como uma coisa, ou como a outra, sempre na ânsia de chegar a seu destino.
Fótons começam sua vida no núcleo de estrelas como o Sol, e, em seu começo, surgem como radiação gama de altíssima intensidade, aquele tipo violento de radiação que, após uma eventual exposição, no pior dos casos te faz derreter lenta e dolorosamente em nível molecular sobre uma cama de hospital, e, no melhor, te transforma no incrível Hulk.
Entretanto, a jornada do coração de uma estrela até sua superfície é árdua e demorada. Essas partículas de energia estão cercadas por outras tantas, elas se chocam, esbarram e acotovelam como um pobre porto alegrense andando pela Voluntários no dia vinte e três de dezembro, e isso faz com que essas poderosas unidades de radiação gama vão perdendo energia durante o caminho, que pode durar centenas ou milhares de anos. E quando finalmente escapam das entranhas escaldantes do astro-rei, transformaram-se em luz visível, acompanhada de radiação infravermelha e ultravioleta — e é por isso que podemos enxergar o brilho do Sol.
Perceba que essa forma de energia passa milênios aprendendo a andar. Oito minutos vencendo, à velocidade da luz, o vácuo espacial que separa o Sol da Terra. E a primeira coisa em que ela toca, são as sardas ungidas com protetor solar fator 99 do teu rosto…
No lugar dela, eu diria que valeu a pena.

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