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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Resenha Cinema: Pai em Dose Dupla


Eu já disse antes e repito aqui. Eu sou um grande fã de Will Ferrell. O egresso de Saturday Night Live é parte de uma trinca de atores que sempre me faz rir.
Will Ferrell, Steve Carell e Jim Carrey.
Coloque o nome de qualquer um dos três em um pôster, e eu verei esse filme no cinema, ou, sei lá... O alugarei no serviço on-demand da TV a cabo, já que Ferrell, Carell e ultimamente até Carrey, têm passado cada vez menos pelos cinemas, relegados, aqui no Brasil, às locadoras quase extintas e locações digitais enquanto Adam Sandler segue firme e forte com a sua cara de ovo nos cinplexes... Mas enfim, estou me alongando e já falei isso antes.
Ontem fui ao cinema curtir uma rara oportunidade de ver um filme de Will Ferrell no cinema.
Obviamente Pai em Dose Dupla só estreou nos cinemas brasileiros por causa de Mark Wahlberg, co-estrela do longa. Mas eu não reclamo.
Enquanto comediante, Wahlberg é muito melhor do que como ator dramático, e a prova cabal disso não foi o filme de urso de pelúcia Ted, mas sim seu papel em Os Outros Caras, filme que co-estrelou, ora vejam, com Will Ferrell em 2010.
Pai em Dose Dupla parte de uma premissa bem previsível. Ferrell é Brad Whitacker, um pacato executivo de rádio cujo sonho de vida era formar uma família. As aspirações de Brad quase se tornaram uma impossibilidade devido a um acidente no dentista que o deixou estéril, mas, ao conhecer Sara (Linda Cardellini), uma bela mãe solteira com dois filhos, a pequena Megan de sete anos, e Dylan, de oito, Brad percebeu que seu sonho ainda podia se realizar.
Após casar com Sara, Brad tornou sua missão de vida ser o melhor padrasto do mundo, e pavimentar, não importando a que custo, o caminho até o coração das crianças que educaria como se fossem suas.
Brad perseverou ante a óbvia aversão dos pequenos por meses, mas eventualmente, à custa de muito afeto e todos os livros de paternidade existentes, conseguiu se tornar uma figura paterna na vida dos dois. Tudo parecia bem, até que o pai das crianças ressurge.
Dusty Mayron (Mark Wahlberg) é o completo oposto de Brad. Um sujeito viril, durão e misterioso que veste jaqueta de couro e pilota uma potente motocicleta Indian. Ele tem uma vida agitada viajando pela África, pilotando helicópteros e viajando em submarinos nucleares, e ele chega disposto a ocupar o lugar de modelo masculino de que seus filhos tanto precisam.
Dusty se aproveita da hesitação de Brad e consegue permissão para ficar na casa dos Whitacker, e não tarda para ele escantear Brad nas afeições das crianças. Conforme aproveita todas as oportunidades para humilhar Brad e provar-se superior em todos os aspectos e arenas.
Mas Brad é um pai substituto devotado, e não vai entregar as crianças a Dusty sem luta.
É claro que é engraçado.
Há pelo menos quatro boas risadas altas em Pai em Dose Dupla, sem contar todas as risadas menores ao longo do filme, Will Ferrell e Mark Wahlberg têm um ótimo timming cômico juntos, e o filme todo é uma divertida bobagem. Pai em Dose Dupla só não é ainda melhor por conta do diretor.
Apesar de ser produzido por Adam McKay, o sujeito por trás dos dois O Âncora e de Os Outros Caras, todas ótimas comédias, engraçadas e com um espertíssimo senso de propósito por trás das piadas, esse Pai em Dose Dupla é dirigido por Sean Anders.
Anders não é um estranho no mundo das comédias. Seus trabalhos incluem filmes de relativo sucesso como Quero Matar Meu Chefe 2 (que de tão desnecessário eu confesso que ainda não assisti...) e Família do Bagulho (que, confesso, só vi quando passou na TV a cabo.).
Anders não tem medo do humor pastelão e da escatologia, mas parece ter a necessidade de se desculpar por isso com ternurinha logo depois, fazendo um morde e assopra no que tange às piadas.
Humor de verdade não tem que fazer concessões. Se tu quer fazer uma piada sobre crianças em cadeiras de rodas, vá em frente e faça, contanto que seja engraçada.
Anders falha aí. Em certos momentos o roteiro (do próprio Anders mais Brian Burns e John Morris) parece sentir a necessidade de fazer mais graça, uma piada mais pesada, um humor mais acessível, para logo em seguida retomar a trilha, e é justamente quando Pai em Dose Dupla falha.
Quando o foco se mantém na relação conflituosa dos dois adultos disputando de maneira absolutamente infantil seu lugar na família, as coisas andam nos eixos.
Além da divertida dinâmica entre Brad e Dusty, há de bom ainda as inserções de Thomas Haden Church no papel de Leo Holt, executivo da rádio onde Brad trabalha, sempre com uma ótima história/conselho repleto de profanidades e sem aplicação prática ou relação com o assunto onde ele os insere, e Hannibal Buress com Griff, o faz-tudo contratado, depois demitido e depois "adotado" por Brad por conta de uma guilty trip fomentada por Dusty.
As interações de Ferrell e Wahlberg, e dos dois com Haden Church e Buress são, de longe, o ponto alto de Pai em Dose Dupla, o momento em que o elenco (que ainda tem Bobby Cannavale, e pontas de John Cena e Alessandra Ambrósio) pode ir além das gags óbvias do roteiro e da direção de Anders, e é justamente esses momentos que fazem o longa valer a visita ao cinema.

"-Vai lá, amigão. Erga a sua cerca do amor."

Um comentário:

  1. Diversão 100% garantido. Eles têm que ver com toda a família, eles não vão se arrepender. Linda Cardellini esta impecável. Ela sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Na minha opinião, Fome de Poder foi um dos mehores filmes biograficos que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Além, acho que a sua participação neste filme drama realmente ajudou ao desenvolvimento da história.

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